O TREM

Por Sonia Maria dos Santos | 17/07/2011 | Poesias



O TREM

O TREM SEGUE SUA TRILHA,
SERPENTEANDO PELA MONTANHA
SOBE E DESCE O MORRO,
FAZ A CURVA QUASE TOMBA
MAS SE APRUMA,
PASSA NO BURACO DA AGULHA
POR PINHEIROS,
PEDREIRAS E VILAS PEQUENAS

O TREM LEVA GENTE DE MONTÃO,
SERTANEJOS, VAQUEIROS, CAIPIRAS, JARDINEIROS,
LEVA AMOR, SAUDADES E PAIXÃO
LEVA CASAIS ENAMORADOS, HUMANOS ABANDONADOS
LEVA ESPERANÇA E TAMBÉM DESILUSÃO

ASSIM SEGUE O TREM, A ESTRADA DA VIDA
LEVANDO GENTE, TRAZENDO PÃO
EM CADA ESTAÇÃO EMBARCA A CERTEZA
E DESEMBARCA A INCERTEZA,
DE CHEGAR OU DE VOLTAR

O TREM SEGUE SUA JORNADA, APITA,
BALANÇA, SACODE E SOLTA FUMAÇA,
MAS NÃO SAI DO TRILHO
O TREM LEVA ALGUÉM Á ALGUM LUGAR
OU TODOS, A TODOS LUGARES

NO TREM A PRESSA VIAJA DEVAGAR
ELA NÃO TEM PRESSA DE CHEGAR,
O MENINO CRESCE DURANTE A VIAGEM
O BEBÊ COM SONO ADORMECE,
O HOMEM JOGA BARALHO
A MULHER TRICOTA O AGASALHO

A VIDA SACOLEJA NO TREM E DEMORA Á PASSAR
OS SONHOS VIAJAM NO TREM DA ESPERANÇA
A TRISTEZA SENTA-SE AO LADO DA ALEGRIA
E A CERTEZA, TEM CERTEZA DE QUE HÁ ALGUÉM
NA ESTAÇÃO A ESPERAR

SEGUIMOS NO TRILHO DA VIDA,
E NOSSO TREM DELE NÃO PODE SAIR,
E ESPERAMOS CHEGAR AO FIM DA JORNADA
E ASSIM, TER HISTÓRIAS PRA CONTAR

FIM