O TRABALHO PSICOPEDAGOGICO NO DESENVOLVIMENTO DOS DISCENTES

Por Vitor Mateus Calgarotto | 28/11/2023 | Educação

O TRABALHO PSICOPEDAGOGICO NO DESENVOLVIMENTO DOS DISCENTES

 

Autor[1], Vitor Mateus Calgarotto

 

RESUMO- Nesse documento buscamos justificar através da literatura todas as questões que fundamentam o trabalho psicopedagógico, com objetivo de enriquecer as informações sobre o tema e evidenciar a importância do Psicopedagogo, profissional qual é fundamental nas instituições de ensino, sendo imprescindível sua função tanto no setor pedagógico, mas também social, ocupando local único no que tange saúde e educação. A Psicopedagogia se preocupa de forma abrangente com a aprendizagem, considerando diversos fatores, como: educativo, físico, emocional, psicológico, analisando também todos os nichos que possam contribuir de forma positiva e negativa para desenvolvimento interpessoal de crianças, incluindo também questões socioculturais, que são moldadas pelo núcleo onde a criança se desenvolve. No demais o profissional evidencia os pontos que possam prejudicar os discentes em seus estudos e cria métodos que possam destacar o protagonismo do mesmo, possibilitando assim sua total satisfação como aprendiz, e o tornando protagonista do processo de ensino aprendizagem.

 

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Saúde. Psicopedagogia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

vitormateuscalgarotto@gmail.com
1
INTRODUÇÃO

 

O presente artigo tem por finalidade analisar a potencialidades que são adquiridas quando a instituição tem um trabalho psicopedagógico eficiente, tarefa qual é articulada por um profissional qual se detém em compreender os processos que orientam o ser humano na absorção e construção do conhecimento, analisando como ocorre o processo de cada de aprendizagem de cada indivíduo, englobando as dificuldades e limitações inerentes, decifrando as origens das dificuldades apresentadas, que podem ser sociais, físicas ou mesmo emocionais.

 A Psicopedagogia tem objetivo de interligar duas áreas que são fundamentais no desenvolvimento psicossocial, sendo elas a educação e a saúde, com enfoque principal na psicologia, com finalidade de superar dificuldades psíquicas e neurológicas, buscando também evolução nos processos de aprendizagens.

Ainda é importante levar em conta diversos fatores externos a instituição de ensino, mas que tem peso no desenvolvimento dos discentes, por exemplo, o contexto familiar e social que os mesmos estão inseridos, investigando o quanto o meio obstrui as competências individuais de cada ser. 

Para esse trabalho foram utilizados artigos bibliográficos e outras pesquisas que fundamentem o tema, buscando evidenciar os processos de aprendizagem, os mecanismos do aprender e do não aprender, o que interfere, as dificuldades entre outros. A pesquisa se divide em dois subtítulos, o primeiro, busca analisar tudo que cerca o processo de aprendizagem, o segundo, analisa como o trabalho psicopedagógico pode superar dificuldades e interferências.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Processos e Interferências do Aprender

 

São variadas as situações que podem limitar os processos de aprendizagem, de acordo com Viana (2017) dentre eles podemos destacar alguns fatores inerentes ao indivíduo, decorrendo de situações adversas à aprendizagem como o déficit sensorial, baixa condição socioeconômica, traumas, problemas familiares, cognitivos e neurológicos.

A autora ainda explica que as dificuldades de aprendizagem começaram a ser usadas para descrever uma série de incapacidades relacionadas com o pouco sucesso escolar, sendo que algumas crianças possuem a capacidade de aprender e inteligência normais, mas não se beneficiam conforme o esperado, por diversos fatores, os problemas decorrentes da aprendizagem podem ser interpretados como a dificuldades em alcançar metas no aprendizado da escrita, leitura, e demais áreas do conhecimento.

Conforme Nunes, Cruz e Bello (2018) é importante realizar uma avaliação para identificar se é na leitura, na linguagem ou nos números, nessa analise deve-se também observar se o nível da aprendizagem é o mesmo que os dos colegas, se chega a ser uma dificuldade única ou geral de toda sala de aula.

Nesse contexto de identificação e superação das dificuldades, a comunicação entre as partes, educadores e alunos, chega a ser uma condição do processo de aprendizagem, e precisa ser efetiva para que a troca de saberes aconteça, onde seja possível construir caminhos de compreensão mútua, que possibilitem que a criança se abra.

Muitas vezes, uma criança não pode falar sobre os seus problemas porque não os conhece. A criança sofre. Não conhece a causa de alguns comportamentos e sentimentos que a prejudicam. Mas existe um jeito de falar, sem saber que está falando. Quando uma criança brinca, joga, desenha, faz história e outras coisas mais, revela sentimentos e pensamentos que desconhece, fazendo numa linguagem: a linguagem do desenho, do brinquedo, do jogo. (BOSSA, 2000 p. 106 apud Nunes, Cruz e Bello, 2018 p.4).

 

Candia e Oliveira (2020) nos lembram que quando mais cedo percebe- se o problema, mais eficaz será o tratamento, essas dificuldades normalmente são percebidas quando a criança começa a frequentar a escolar, nesse ponto começa uma investigação minuciosa sobre a causa da não aprendizagem ou desenvolvimento do indivíduo.

Nessa investigação muitos são os fatores que podem interferir no processo ensino e aprendizagens. Nesse momento surge a Psicopedagogia, que busca as causas dos fracassos escolares e resgatar o prazer de aprender numa visão multidisciplinar, podendo orientar as instituições escolares e seus professores e atender a pais e alunos. (ALEXANDRE E LEMES, 2006)

2.2 O Trabalho Psicopedagógico Superando Desafios

A Psicopedagogia surge como uma área que busca interligar a educação com a área da saúde, buscando o estudo da construção do conhecimento, superando dificuldades psíquicas e neurológicas que possam obstruir o processo de cognição humana. Conforme Vercelli (2012) a principal finalidade está em compreender a evolução e os padrões associados a aprendizagem, tanto aqueles normais quanto os patológicos, considerando a influência da família, da escola e da sociedade.

No contexto escolar o psicopedagogo tem função de investigar, estudar e desenvolver formas que subsidiarão as dificuldades de aprendizagem dos discentes, além de evidenciar as potencialidades que cada um apresenta, aliando estas ao processo de ensino-aprendizagem.  

Psicopedagogia estuda os processos de aprendizagem, ou seja, os mecanismos do aprender e do não aprender, aquilo que interfere, as dificuldades e transtornos de aprendizagem. A Psicopedagogia Institucional se propõe a analisar a instituição educacional como um todo, sujeitos que a compõe, metodologias de trabalho, currículo, a fim de auxiliar no sucesso educacional (NASCIMENTO, 2013, p. 3).

 

            É de suma importância que o profissional assuma antes de tudo uma linha de ações preventivas, segundo autores o psicopedagogo deve desempenhar uma prática que envolva a preparação de profissionais da educação, detectando possíveis inquietações no processo de aprendizagem e a partir da sua percepção tomará as devidas providências. (Moura, A. A. de; Martins, E. D.; Moura, V. A. de; Martins, A. P, 2019).

Quando o profissional evidencia algum déficit no aprendizado de uma criança o mesmo deve buscar criar meios que auxiliem o aluno a se apropriar do conhecimento, possibilitando assim seu desenvolvimento cognitivo e psicológico. Ele identifica problemas de aprendizagem que podem levar a repetência sequenciada e a evasão escolar, conduzindo a identidade, este profissional detém um corpo de conhecimentos científicos oriundos da articulação de várias áreas. (MOURA, A. A. DE; MARTINS, E. D.; MOURA, V. A. DE; MARTINS, A. P, 2019, p.484).

[...] ele deve orientar o professor a fim de encontrar a melhor forma de ajudar a criança que apresenta dificuldade de aprendizagem. Se houver necessidade ele irá, junto com a equipe escolar, encaminhar a criança para outros profissionais tais como: psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista. Este encaminhamento deverá ser feito depois de esgotadas as possibilidades de intervenção na escola, por isso, a relação professor X psicopedagogo deve a ser a melhor possível. (VERCELLI, 2012, p,74)

 

            Conforme Gomes (2020) a presença de um psicopedagogo no contexto escolar, tem muito a contribuir, já que poderão promover efeitos positivos para a minimização das dificuldades que estão presentes no ambiente escolar. É importante salientar que o psicopedagogo trabalha em consonância com outros profissionais, por exemplo, seu trabalho não deve ser isolado, e sim deve construir junto com o professor e comunidade escolar, caminhos que levem ao êxito escolar.

[...] deve ser parceiro do professor, entrar na classe, construir junto com ele, detectar os nichos das crianças rejeitadas, das crianças atentas, das desatentas, das que faltam e tantos outros problemas apresentados em sala de aula. A partir disso, construir um perfil da classe e conhecer a dinâmica do que acontece naquele lugar específico de ensino e aprendizagem. (Sousa, 2013, p. 8)

 

A evolução escolar dos discentes deve ser prioridade dento da escola, por isso, é fundamental analisar e adequar processos que facilitem a compreensão dos indivíduos, Carvalho (2010) defende que a introdução do trabalho psicopedagógico possibilita que indivíduos, grupos e instituições desenvolvam seus processos de aprendizagem de forma saudável, que resgatem o prazer de aprender, descobrindo-se autores de seus próprios processos.

Observa-se que o psicopedagogo é o profissional de ação, cuja práxis implica um amplo conjunto de atitudes, que envolve a si mesmo e aos outros enquanto seres humanos nos processos de aprendizagem, o procedimento psicopedagógico está na atitude daquele que interpela o sujeito da aprendizagem, e sua abordagem é encontrada nos ensinamentos tácitos e na sua visão de mundo. (MOURA, A. A. DE; MARTINS, E. D.; MOURA, V. A. DE; MARTINS, A. P, 2019, p.484).

 

Como já comentado, este profissional desenvolve seu trabalho tanto no campo da educação como da saúde, integrando ambos, para isso, ele precisa considerar tudo aquilo que cerca o sujeito, ou seja, tudo aquilo o influência no processo de ensino-aprendizagem, conforme o Código de Ética (2011), o psicopedagogo atua especificamente nos processos de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola e a sociedade, utilizando sempre procedimentos de sua própria autoria.

É essencial o conhecimento e a valorização por parte dos profissionais da psicopedagogia nas diferentes aprendizagens construídas por cada um ao longo de sua trajetória, considerando que assim pode contribuir para elevar a aprendizagem e favorecer para que as dificuldades desapareçam. É necessário que esse profissional trabalhe com o olhar redobrado ao sujeito que está aprendendo, assim terá melhores resultados. (LOBO, 2019 apud GOMES, 2020, p.14)

 

3CONCLUSÃO

Com a análise das bibliografias apresentadas no decorrer do documento é visto que o trabalho psicopedagógico, seja ele institucional ou clinico tem função primordial na formação crítica e social, quando o mesmo potencializa as faculdades mentais do ser, superando quaisquer resquícios que interfira na absorção do conhecimento.

É expressamente fundamental ressaltar que a aprendizagem humana não deve sofrer com barreiras, por isso, toda e qualquer tentativa de ampliar os conhecimentos, deve ser posta em prática, uma vez que a função do psicopedagogo é única, quando possibilita instrumentar meios e criar soluções para as mais variadas situações internas e externas a escola, que possam afetar emancipação dos alunos.

Dentro de todas as capacidades multidisciplinares que esse profissional desenvolve, destaca-se a fundamentalidade do mesmo em possibilitar a progressão de crianças que por algum motivo tem sua aprendizagem barrada. Por fim se torna imprescindível que todas as redes básicas de educação, sendo públicas ou particulares, dependem desse profissional para progressão dos discentes.

 

4REFERÊNCIAS

Carvalho, M. E. P. (2000). Relações entre família e escola e suas implicações de gênero. Cadernos de Pesquisa, 110,143-155.

 

CANDIA, Catarina ; OLIVEIRA, Paula. A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO NO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO ESPECIAL. DIVERSITÀ: Revista Multidisciplinar do Centro Universitário Cidade Verde, v. 6, n. 2, p. 65–75, 2020. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2023.

 

CODIGO DE ETICA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA - ABPP. Scribd. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2023.

 

GOMES, Manoel. Fatores que facilitam e dificultam a aprendizagem. Revista Educação Pública, v. 18, n. 14, 2020. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2023.

Lemes, R. P. & Alexandre, S. (2006). Os fatores que interferem no processo de ensino e aprendizagem. Monografia (Graduação em pedagogia). Faculdade de Ciências de Educação – FACE. Centro Universitário de Brasília. Brasília. P. 78.

NUNES, Gisele; CRUZ, Josiane; BELLO, Adriane et al. A SALA DE APOIO E SUA IMPORTÂNCIA NA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM. TCC - Pedagogia, v. 0, n. 0, 2018. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2023.

 

SOUSA, Léa. PSICOPEDAGOGIA E ESCOLA: ELEMENTOS DO ONTEM E REFLEXÕES SOBRE O HOJE. [s.l.: s.n.], 2013. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2023.

 

VIANA, Rosineide Oliveira. Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e Letramento nas Séries Iniciais. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v. 16, n. 0, p. 235–251, 2017. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2023.

MOURA, A. A. de; MARTINS, E. D.; MOURA, V. A. de; MARTINS, A. P. A psicopedagogia e suas estratégias facilitadoras no processo de aprendizagem. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 23, n. 2, p. 479–493, 2019. DOI: 10.22633/rpge.v23i2.12654. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/12654. Acesso em: 4 set. 2023.

 

NASCIMENTO, K. A. O. O trabalho do psicopedagogo institucional: experiência em uma escola de Teresina/PI. In: V FÓRUM INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA, ., 2013. Santa Maria. Anais...Santa Maria: UFSM, 2013. p. 1-11.

 

VERCELLI, Ligia. O trabalho do psicopedagogo institucional. Revista Espaço Acadêmico, v. 12, n. 139, p. 71–76, 2014. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2023.

 

 

 

[1] E-mail do autor

Artigo completo: