O tempo e a cura
Por Rodrigo Eimantas | 16/03/2011 | PoesiasDo mesmo modo que há coisas que não quero lembrar
Há momentos que não consigo esquecer
Não domino minha memória, nem tampouco meus instintos
Sozinho na estrada de meus pensamentos
Alheio a opiniões e maldizeres
Vou seguindo meu rumo
Trazendo comigo minha bagagem
Minha mala, meu repertório, meus erros
Os acertos não conto, não considero, não pesam
São meros sinais do cumprimento de uma missão
Nada além da obrigação
Não espero nada, de ninguém
E por mais altruísta que sou
Espero sinceramente que não esperem nada de mim
Prefiro um sorriso de alegria e surpresa
A um olhar frustrado, sem alento
Como se as esperanças fossem jogadas ao vento
Cacos de expectativas caindo ao chão
Recorrendo a histerese
E quando, ainda assim, baldo estiver
Só resta aguardar o tempo
Servindo em benefício da recomposição
Do esquecimento, da cura
Do falso crer de novo
Até que o tempo seja útil novamente
E novamente ...
16/03/11