O SUSTO

Por VIRKA NEDUZIAK | 08/06/2020 | Contos

                                                                              O Susto

(Aventuras de Agnaldo)        

Em Nova Tebas havia um menino que como os demais às vezes desobedecia aos pais. Seu apelido era “FIO”. Não sei por quê? Talvez por conta do nome “PORFIRIO”, ou por ser o primeiro de  outros dois   irmãos.

Um dia Fio montou o cavalo “Pingo” e saiu cavalgar, acabou apeando próximo de uma cachoeira, conhecida como SALTINHO.

Enquanto o animal tomava água o garoto resolveu abusar um pouco, apesar de ser aconselhado para nunca entrar na água sozinho, ainda mais no Saltinho que era popularmente noticiado  por ser um lugar “estranho”.  Lá sempre aconteciam coisas inexplicáveis, e neste dia Fio viu de perto algo muito esquisito.

Antes de entrar na água,  deixou a blusa em cima do tronco de uma árvore,  que  estava bem ali próximo ao laguinho onde as pessoas costumavam se banhar, brincar  e mergulhar.

Depois de muito divertir-se  foi pegar a roupa, o madeiro havia desaparecido e o trajo não estava  em lugar nenhum. Ficou arrepiado sem saber o que fazer, correu em busca do cavalo para fugir o quanto antes, mas não o encontrou. Pingo nem rastro deixou, apavorou-se ainda mais. Por um instante analisou, e concluiu foi nada! Como pode uma coisa dessas?

Procura pra cá, procura pra lá, e avistou a presença de uma cobra gigante que descansava. Notou também que aquilo era a “tora” onde deixara as vestes. A blusa ainda estava lá em cima e quando foi pegá-la percebeu que em sua barriga algo se mexia, imediatamente lembrou-se do cavalo. “Ela engoliu o Pingo, é  isso!” E impulsionado por um sentimento que não conhecia e uma força que nem sabia que tinha, olhou para a bichana e tascou-lhe umas pancadas na cabeça.

Quando ela desmaiou, furou-lhe o ventre com um canivete que carregava consigo. Para maior espanto viu o que havia de pior naquela “pança”. Encontrou o cavalo sim, mas morto.   E daquele corte saíram dezenas de “serpentinhas” que foram logo dizendo: “mamãe, mamãe, papai, papai!” O menino viu-se em desespero e correu. Na verdade ainda corre, e não sabe  o que dizer a  até hoje!

                                                                                                                  Autora: Virka Neduziak

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