O surgimento do cosmos
Por José Maria Borborema | 02/05/2017 | Filosofia
SURGIMENTO DO COSMOS
Normalmente tudo o que existe teve um início e deverá ter um fim. Algo eterno é difícil de ser imaginado. O cosmos não seria exceção, por isso o ser humano procura imaginar como ele surgiu. Sobre o assunto existem ideias religiosas e teorias científicas. Nenhuma delas consegue explicar o início do cosmos sem a existência prévia de algo. A religião considera que só Deus existia e criou a matéria. A ciência só considera a prévia existência da matéria concentrada em si mesma (átomo primordial, ovo cósmico, singularidade).
Admitindo-se que o cosmos não seja eterno, só existem duas hipóteses para seu aparecimento: ou ele surgiu do nada ou de algo preexistente (algo que forçosamente teria que ser eterno). A hipótese de ele ter surgido espontaneamente do nada é uma hipótese absurda, pois sendo o nada a ausência de tudo, nada pode surgir dele. Se nada existe nada pode ser gerado. Desta forma só existe a possibilidade de o cosmos ter surgido de algo preexistente e eterno. A hipótese de toda a matéria estar anteriormente concentrada em si mesma já admite que o cosmos é eterno, pois só houve uma alteração de seu estado inicial.
Para o cosmos ter surgido de algo preexistente, este algo além de eterno tem que ser também infinito, já que nada existia além dele e por ele ser infinito o cosmos só pode ter surgido dentro dele, o que leva à conclusão que ele é o estágio primordial do cosmos. Se este algo foi capaz de produzir toda a complexidade cósmica, inclusive produtos com mentes, ele não pode ser matéria, já que esta não tem nenhuma capacidade criativa para isto. Desta forma resta somente a possibilidade de tratar-se de uma mente cósmica que além de eterna e infinita é também onisciente e onipotente devido à grandiosidade e complexidade de sua criação.
Devido à imaterialidade da mente não é possível a existência de matéria dentro dela, logo a mente cósmica só pode ter criado a matéria em uma dimensão diferente da sua, o que leva a se admitir que o cosmos tem 2 dimensões fundamentais: uma mental e outra material. A dimensão mental é a da mente cósmica e onde se processam todas as atividades mentais e a material é a da matéria cósmica e onde se processam todas as transformações materiais.
Descartando-se a hipótese da existência conjunta e eterna de mente e matéria, pode-se concluir que matéria não pode ter sido o componente primordial do cosmos, pois matéria não pode gerar mente, logo o componente primordial é uma mente eterna, infinita, onisciente e onipotente.