O SURDO EM CONTATO COM A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS), E COM A LÍNGUA ORAL E ESCRITA DO SEU PAÍS

Por Angele Conceição dos Anjos Pena | 29/07/2023 | Educação

O SURDO EM CONTATO COM A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS), E COM A LÍNGUA ORAL E ESCRITA DO SEU PAÍS.

                                                    Tânia Letice Barbosa

Pós Graduanda em Psicopedagogia pela Escola Superior Madre Celeste – ESMAC.

tania_letice@hotmail.com

                                                                                    Ângela Conceição dos Anjos Pena

Professora Faculdade Esmac

angela.pena@esmac.edu.br

 RESUMO

Através de uma leitura feita em dois artigos nos quais as idéias e objetivos de inserir o surdo como sujeito participativo em uma sociedade onde a maioria é de ouvintes. Encontram se as mesmas concordâncias de nível colaborativo para ajudar os profissionais que trabalham com surdos a terem mais noção de como preparar este individuo para aturem de forma pratica e autônoma na sociedade, utilizando como meio de comunicação a língua de sinais como primeira língua e a língua oral e escrita como segunda língua, em um contexto onde a língua majoritária oral predomina na maior parte das vias de comunicação. Essa leitura feita de forma analítica com relação a inclusão do surdo como sujeito inserido na sociedade ouvinte e suas dificuldades na pratica de seu idioma com seus pares e principalmente com os ouvintes é que nos remete a uma reflexão de nós enquanto sujeito e profissionais tanto da educação escolar quanto da sociedade geral se adaptar a essa sociedade surda, buscando maiores conhecimentos sobre esses indivíduos, reconhecendo os como outra sociedade nascida e criada no mesmo Pais e que precisa se comunicar e ser compreendido em sua língua ( LIBRAS), aprendendo a como primeiro meio de comunicação, e tomando como segunda língua, a oral e escrita.

Palavra-chave: linguagem por sinais, linguagem oral e escrita, surdez.

ABSTRACT

Though a reading made in to articles in which the ideas and objectives of inserting the deaf as participatory subject in a society where the majority is of listeners. They find themeselves the same collaborative level agreements to help the professionals Who work with deaf to have a great sense of how to prepare this individual to pratice practically and autonomously in society, using as means of communication sing language as the first language in a context where oral majority predominates in communication. This reading  made analytically with regard to the inclusion of the deaf as a subject inserted in the listener society and  its difficulties in the pratice of its language with its peers and mainly with the listeners is that it refers us to a reflection of us as subject and professionals of both education school and general society to adapt to his deaf society. Seeking great knowledge about these indivuduals, recognizing them another society born and raised in the same country, and Who needs to communicate and be understood in their language (LIBRAS), learning as the fisrt means of communication and taking as second language, oral and wirtten.

Word-key: sing language, oral and written language, deafness

1 INTRODUÇÃO

“A língua de sinais constituindo o surdo como sujeito”, neste primeiro artigo as autoras trazem uma proposta da inserção da língua de sinais em primeiro lugar para o sujeito surdo e depois a língua da sociedade dos ouvintes (oral e escrita), a discussão permeia por vários aspectos importantes sobre a língua de sinais (LIBRAS) e sua aquisição pela criança surda e de sua inserção na comunidade surda como contribuição para os processos de reconhecimento de identificação e de cultura cultural. E o objetivo dessa proposta é provocar uma reflexão nos profissionais que trabalham com os surdos sobre a importância da libras para esta comunidade que não falam através da língua oral e escrita. “Oficina de língua Portuguesa: a segunda língua para surdos”.

 Os autores fazem uma referencia a uma breve discussão da língua falada e escrita como segunda língua para surdos através das opiniões de dois renomados teóricos (SVARTHOLM, 1994; WATSON, 1994)  referiam-se que as dificuldades detectadas no sujeito surdo diante da leitura e da escrita poderia ser causado por um déficit cognitivo da própria surdez. A partir desse esclarecimento entra Lacerda (1998) que em seu aprofundamento nas discussões de vários teóricos que abordam atendimento ao surdo, foi esclarecida três ligações principais- Oralismo, comunicação total e bilinguismo.

O oralismo tomou maior proporção na discussão nas elevadas observações quanto a quantidade de surdos e sua decadência no desempenho escolar, que mesmo com decretos e leis aprovadas para assegurar tanto o surdo quanto o profissional especializado para combaterem as dificuldades no processo ensino aprendizagem da educação bilíngue, as duas partes ainda resistem na evolução desse processo de inclusão do surdo na oralidade quanto a sua faixa etária, no atendimento especializado os surdo tem seus direito cabíveis na presente situação da escola, direito que garante a eles um atendimento diferenciado com profissionais capacitados como, professor bilíngue, instrutor surdo e intérprete de libras.

2 LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA (LIBRAS)

Sobre a língua de sinais, é obtido o reconhecimento que essa língua vem tomando uma proporção nos últimos anos por profissionais envolvidos com a educação de surdos e com a comunidade surda, diante da lei que oficializa a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), ( lei de n. 10.436, de 24 abril de 2002), observou-se uma problemática entre pontos positivos e pontos negativos. Dando prosseguimento aos fatos e falando do lado positivo, foram as aberturas de novos caminhos para o formação de profissionais capacitados para atuarem na área, todavia, há uma grande refutação por profissionais e surdos, o oralizado e o não oralizado, onde boa parte deles não se sente parte de uma comunidade surda e não vêem importância nessa conquista.

A língua de sinais é adquirida pela criança surda de maneira espontânea, mas há profissionais que a considera apenas como gestos simbólicos, assim os surdos como usuários dessa língua, enfrentam dificuldades no processo educacional gerado pela desconsideração destes profissionais. Então o surdo como sujeito participativo em uma sociedade onde a língua oral é imperativa, certamente esse sujeito permanecera excluso desse sistema de ouvintes que falam. Todavia, a tecnologia só faz avançar e com isso ela vem apoiar a pessoa surda, oferecendo recursos avançados para a detecção precoce da surdez além de fazer uma intervenção indicando o uso de aparelhos como, as próteses auditivas digitais que pode ser utilizada a partir  da descoberta da surdez tanto em bebês quanto em adultos, são chamados os implantes cocleares.

Diante desse avanço tecnológico, devemos estar ciente de uma triste realidade voltada para as questões da realidade de cada País entre economia e cultura, infelizmente essa tecnologia não é de acesso á todos. Sendo assim, essa observação englobatória entre países e suas realidades, observou-se que independente de questões cultural e econômica a surdez entre ensino aprendizagem, ainda gera muitas discurssões e polemicas nesses países. E na visão das autoras, “ é preciso mudar o foco no trabalho com os surdos, e esse trabalho deve ser centrado no desenvolvimento da linguagem.

3 LÍNGUA DE SINAIS E LINGUAGEM

Aqui há um breve esclarecimento entre língua e linguagem segundo alguns teóricos que contribuem na sustentação argumentativa das autoras deste artigo quanto as veracidades dos fatos. Saussure (1987) alega que a língua não se confunde com a linguagem, são intrínsecas, um produto social, um conjunto de convenções adotadas pelo corpo social. “A linguagem é tida como tudo que envolve significação, que tem valor semiótico, não se restringindo apenas a uma forma de comunicação e é nela que o pensamento do individuo é constituído” (Golfeld, 1997).

Para Vygotsk (1989) a interação da criança com ela mesma intrapessoal definida como egocentrismo, paulatinamente vai transformando a criança em um ser interpessoal nas situações a ela impostas na descoberta de si e do outro como seres comunicativos na construção de seus mundos. Assim no decorrer do seu discurso social a criança se subdividi-se em discurso comunicativo e discurso egocêntrico.

Então, diante dos argumentos esclarecedores dos teóricos sobre língua, linguagem, estruturas, modo de comunicação, entra o debate, diante das premissas sustentadas ate aqui, chegou-se a um consenso de que a criança ao começar a questionar-se ela alcança e domina uma linguagem que fica internalizada, e dessa forma ela começa a montar estruturas básicas de pensamentos seja ela surda ou ouvinte. Considerando o alcance educacional dos surdos, mesmo com todos os recursos tecnológicos para auxiliar no desenvolvimento da fala e da percepção auditiva e o trabalho do fonoaudiólogo, é em grande parte desvalorizada. O motivo, é que somente alguns surdos atingem bons resultados.

Para contribuir com soluções positivas de melhor desenvolvimento da língua de sinais na infância na visão das autoras de acordo com suas pesquisas, é de inserir a criança em contato com esta língua nos três primeiro anos de vida para que ela adquira naturalmente, e que essa criança junto a sua família sejam orientados a procurar diferentes propostas de trabalho com profissionais específicos da surdez como o fonoaudiólogo que irá direcionar a família para que busquem educá-los de acordo com suas necessidades informando a eles a importância da LIBRAS para o seu processo educacional, social e cultural.

Portanto, devemos entender que se o sujeito surdo se cria somente entre ouvintes, seu contato com o povo surdo tende a ser sufocada e este sujeito terá dificuldades futuras de inclusão, não obtendo e nem reconhecendo sua verdadeira identidade no meio social de maioria ouvintes, e o trabalho dos profissionais fica mais complicado devido esse sujeito em sua maioria não aceitar sua própria língua devido o convívio prolongado com pessoas que se comunicam através da fala, logo esse surdo deve ser orientado junto a sua família em um momento tardio, infelizmente, a procurar contatos com profissionais da área para que ele encontre seu mundo e se reconheça nele utilizando como língua materna a de sinais e como segunda língua a oral, isso o ajudará para o seu convívio social!

4 METODOLOGIA DE ENSINO PARA SURDO NO CONTEXTO ORAL E ESCRITA

A comunidade surda da universidade de São Carlos junto a outra universidade propôs métodos de ensino como  Oficinas de Língua Portuguesa, para propiciar práticas de leitura como segunda língua para os surdos por meio de diferentes gêneros textuais como certidão de nascimento, carteira de identidade, secção cinematográfica, texto da internet e documentário e ainda foi apresentado um documentário “ lixo Extraordinário” onde os trechos eram discutidos em libras provocando nesse publico uma interação social com a libras e assim se trabalhavam essas dualidades para que o surdo entenda parte de cada mundo lingüístico com suas respectivas língua e linguagem.

5 PERFIL DOS PARTICIPANTES NA INCLUSÃO BILÍNGÜE E RESULTADOS.

A idade e o desconhecimento dos direitos assegurados de cada individuam surdo chegaram a ser uma surpresa, são jovens\ adultos que desistiram de estudar pelas dificuldades com a língua oral e nem chegaram a ter conhecimento do Português como segunda língua e foram desfavorecidos de qualquer atendimento especializado apresentando baixíssimo domínio do Português e da LIBRAS. Mesmo com esse baixo nível de conhecimento das duas línguas houve bons resultado na oficina, deixando claro que houve muitas desistências também, porém dos que ficaram, chegaram ao nível surpreendente de entendimento das duas línguas e retornaram á escola para seguirem em suas formações estudantil e acadêmica deixando seus colaboradores do projeto de oficina, satisfeitos.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos estudos foi realizada uma análise aprofundada na questão das relações entre surdos e os profissionais que trabalham com o portador da surdez, colocando em evidencias as dificuldades de ensino e aprendizagem neste cenário. Porém, essas análises apresentaram muitas soluções para poder lidar com todas essas controvérsias que assombram a relação do surdo com o mundo, as orientações encontradas para contribuir com a sociedade de não ouvintes relatadas nos artigos servirão como caminhos para uma inovação com a educação de Libras e do bilingüismo.

A Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS) como primeira língua a ser ensinada para a comunidade surda e a Língua Portuguesa como segunda língua a ser ensinada, ainda causam grandes duvidas sobre qual se deve ensinar primeiro, isso reflete descaradamente na maioria das escolas, muitos profissionais da área da educação que não buscaram conhecer esse mundo dos surdos, não sabem o que trabalhar e como se deve trabalhar com essas pessoas. Os programas direcionados aos professores, conhecidos como formação continuada, independente das áreas, traz uma bagagem de todo tipo de conhecimento voltado para as especializações educacionais, para que este profissional sinta-se capacitado para direcionar situações no recinto de trabalho. Os dois artigos deixam claras as situações complicadas desse profissional quando discute a questão da inclusão, ou seja, o professor trabalha em uma escola inclusiva, mas não está capacitado para responder por aquele problema. A surdez que aqui esta sendo discutida é um muro que separa aluno surdo que quer aprender e entender qual mundo pertence e professor que não adquiriu conhecimento para ensinar, aí as duas línguas ficam mudas e surdas. A importância do uso Libras e do bilinguismo precisa ser respeitada, precisam ser aceitos para que o portador da surdez passe a ter atendimento educacional corretamente e que esse atendimento sirva de oxigênio para que o surdo se sinta parte do planeta que não é só de ouvintes.

4 REFERENCIA

BRASIL. Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF.

________. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Atendimento Educacional Especializado. Deficiência Mental. 2007. Disponível em: www.portal.mec.gov.br>seesp>pdf>aee_df.  acesso em: 26 de maio de 2017.

________.Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Atendimento Educacional Especializado. Deficiência Física. 2007. Disponível em: www.portal.mec.gov.br>seesp>pdf>aee_df.  Acesso em: 26 de maio de 2017.

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