O SER HUMANO E SUAS RELAÇÕES COM O DIVINO

Por Renan Augusto Gonçalves Teixeira | 07/01/2011 | Religião

É perceptível a nossos olhos que a religião está presente na vida de milhares de pessoas, o que se torna uma forte evidência de que o ser humano tem um forte desejo pelas coisas espirituais. Este desejo ardente está alicerçado na busca do ser humano pelo sentido de sua própria existência, que ele acredita encontrar, muitas vezes, na prática religiosa, presente na cultura desde muito tempo.
A esse respeito, vejamos o que nos diz o filósofo grego Pultrarco :

"Podereis encontrar uma cidade sem muralhas, sem edifícios, sem ginásios, sem leis, sem uso de moedas como dinheiro, sem cultura, sem letras, mas um povo sem Deus, sem juramentos, sem ritos religiosos, sem sacrifícios, tal nunca se viu."

É evidente que em nossa sociedade contemporânea um radical pensamento como o de Pultrarco não é aceito, porém, ele serve para ilustrar como o fenômeno religioso está presente na vida do ser humano.
São muitas as análises feitas a respeito da religiosidade do ser humano, vejamos o que nos diz o escritor Edmund Burke (1729 ? 1797) :

"O homem em sua constituição, é um animal religioso."

Ou ainda o renomado biólogo americano Edward Wilson, em seu livro "Natureza humana":

"A predisposição à crença religiosa é a mais complexa e poderosa força, provavelmente irremóvel, da natureza humana. Traço universal em todas as sociedades."

Esta busca constante pela religião, na maioria das vezes, representa a busca por paz, saúde e salvação (é o que nos revelam as várias pesquisas do campo religioso). Estas análises são realizadas pelos mais variados profissionais ? psicólogos, sociólogos, antropólogos, filósofos e, sobretudo, por teólogos ? que tentam explicar, cada um segundo seu ponto de vista, as tendências do ser humano à religiosidade.
A Igreja Católica Romana, ao longo de sua história, desenvolveu sua doutrina em inúmeros concílios, que frutificaram em diversos documentos e constituições. O Catecismo da Igreja Católica ensina aos fiéis que Deus, ao criar o ser humano, colocou nele o desejo do divino, ideia que fica explícita no pensamento de um grande santo da Igreja, São Bernardo de Claraval (1090 ? 1153):

"Deus fez de ti um ser de desejo e o teu desejo é o próprio Deus."