O Senhor do Caminho.

Com o sol a pino e verão escaldante um caminhante vê sua peregrinação interrompida abruptamente. Com roupas de mangas compridas, calça comprida, chapéu e botas gastas proveniente do longo tempo de caminhada, além de uma pequena mochila em suas costas, o homem de aparência jovial, mas com a pele castigada pelo sol e pelo vento encontra-se exausto, sem forças para continuar o seu caminho. Precisa parar e descansar, beber água e comer algo a fim de recuperar suas forças. Mas primeiro é necessário encontrar um lugar apropriado, uma árvore que possa lhe proporcionar sombra e ar fresco, a fim de amenizar o forte calor sentido naquela manhã. Só assim conseguirá repor as energias do corpo e do espirito desgastadas pelos dias de longa caminhada. O homem olha para frente e não consegue ver nenhum lugar até a linha do horizonte, ponto onde alcançam seus olhos. Olha para um lado e para o outro e também não consegue achar nenhum lugar para descansar com segurança e o mínimo de conforto. Esgotado e desanimado olha para o céu e pede forças para aguentar seguir o seu caminho. Mas o sol forte e escaldante o leva ao chão. Desmaiado e sem consciência fica estendido no chão de terra batida e quente. Abutres no céu sobrevoam o seu corpo a espera do momento certo de fazer a sua refeição. Cansado e desacordado o homem permanece no chão e sua peregrinação que encontra-se no vigésimo quinto dia parece ter chegado ao término. Mas, quando tudo parecia ter chegado ao fim um senhor de cabelos longos e grisalhos aproxima-se do jovem homem caído ao chão, ajoelha-se e retira de sua mochila uma garrafa d'água, pega sua cabeça com cuidado e apoia-a em seus joelhos, leva o cantil retirado da sua bolsa à boca do rapaz dando de beber aquele homem desfalecido em meio a sua jornada. Em seguida derrama um pouco d'água no rosto e na cabeça do jovem rapaz com o propósito de amenizar o calor sentido por ele e despertá-lo. Mesmo diante do gesto nobre do senhor o jovem não volta a si e o Senhor do caminho o pega em seus braços e o carrega por um longo período de caminhada até encontrar uma enorme árvore composta por grandes galhos e repleta de verdes folhagens. Ao seu redor um lago de águas azuis nunca visto antes por nenhum homem na face da terra.

Autor: Leonardo Thürler

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