O segredo da promiscuidade de Hugo
Por Anonymous Writer | 05/03/2012 | ContosHugo acordou em um quarto de motel. É mais que costume seu levar uma mulher diferente por dia (em média) para um quarto de motel, mas dessa vez foi diferente. As garrafas de champagne vazias, os resíduos das velas que arderam até o fim e as pétalas de rosa que ainda jaziam sobre a cama eram as provas da noite incrível que tivera. Nunca tivera uma noite tão especial quanto a noite passada. Na verdade, nunca dormira com alguém especial antes. Pela primeira vez, não estava mais sentido aquele vazio que o atormentava há muito tempo.....
Hugo nunca foi homem de uma mulher só. Nunca sequer chegou a ter um relacionamento sério. Nunca encontrou uma mulher realmente especial por quem se interessasse de verdade. As mulheres, para ele, são como objetos descartáveis, que se usa e joga fora. Esse era o seu lema. Hugo realmente nunca soube explicar por que é assim. Seria por que tivera uma relação complicada com a sua mãe? Ou, talvez, seu pai também fosse um galinha? Bem, na verdade, não. Sua relação com a sua mãe sempre foi muita boa, obrigado. E quanto ao seu pai, o que se pode dizer? É o marido que todas sonham ter. Seus pais são casados há mais de vinte anos e o casamento deles chega perto do que se pode chamar de “perfeição”. Certamente, nada disso é o problema. Então, se não é isso, o que poderia ser?
Talvez o fato de Hugo ser bonito demais......quem sabe não seria isso? Afinal, desde a adolescência, nunca teve nenhum problema em atrair os olhares das garotas. Ele já é naturalmente bonito: é loiro, alto e de olhos azuis......mas quando começou a fazer academia e a ficar sarado....nossa, aí sim é que virou um deus grego! E a mulherada passou a cair em cima de vez......Hugo nem tinha que se incomodar em chegar nelas. Elas é que chegavam nele........em qualquer lugar que ia, era só dar uma olhadinha para os lados e podia ver pelo menos um par de olhos femininos voltados para ele. E ele nunca sentia nada por nenhuma garota. Apenas dava uma “analisada” para ver qual era a melhor opção no momento. E a sortuda (ou não, né?!) escolhida acabava indo parar em um quarto de motel com Hugo. Era simples e rápido. Mal conversava com a mulher e ele já oferecia para irem ao motel. Não porque estivesse desesperadamente com vontade de fazer sexo. O desespero maior era o de fazer a mulher calar a boca logo. Hugo não aguentava aturar a tagarelice das mulheres! Muito menos aguentava aquele romantismo brega que elas adoram: troca de olhares, risadinhas, cantadas, carícias.....também detestava aquele “preparatório para o sexo”: champagne, pétalas de rosa sobre a cama, velas, banhos de espuma na banheira.....com ele não tinha nada disso! Já partia para o sexo e pronto. Depois, ou ia embora direto, ou tirava um cochilãozinho antes de ir.....nem chegava a dar alguma desculpa para a mulher antes de abandoná-la.....não importava com elas a esse ponto.....
Certo dia, porém, algo totalmente inesperado aconteceu. Hugo estava sentado na mesa de um bar (como o de costume), quando, de repente, se deparou com um par de olhos o encarando. É claro que a surpresa não foi pelo fato de haver um par de olhos o encarando (como sabemos, isso é bem normal para ele), mas sim porque era um par de olhos bem familiar. De uma pessoa bem familiar. Hugo sentiu uma emoção que não sentia há muito tempo quando reconheceu quem era. E pelo sorriso que a pessoa lhe deu, pode-se deduzir que ela também reconheceu Hugo. Mais que apenas deduzir, pode-se afirmar que ela de fato o reconheceu, pois ela foi cumprimentá-lo e conversar com ele. E não foi uma simples conversa. Foi uma conversa longa. Bem longa. E muito prazerosa. Estavam loucos para saber da vida um do outro.....mas o que se poderia esperar? Não se viam desde......eu sei, eu sei.....você já deve estar se perguntando há algum tempo: de onde é que eles se conhecem, afinal ? Bem, eles costumavam ser muito amigos na época em que estudavam na mesma escola. Estudavam juntos desde a infância e foram ficando cada vez mais amigos com o passar do tempo.......na adolescência, eram amigos até demais.....os pais de Hugo perceberam o que estava acontecendo e deram um fim nessa amizade. Colocaram Hugo em outro colégio e fizeram de tudo para impedir qualquer tipo de contato entre os dois. E conseguiram afastá-los de vez.....depois disso, Hugo resolveu se reprimir. E foi ficando cada vez mais frio no que diz respeito aos seus sentimentos......sabia que nenhuma garota seria capaz de fazê-lo feliz......e agora, refletindo sobre isso, Hugo entendia que provavelmente essa era a razão pela qual se tornara tão insensível com relação à romance, relacionamentos e essa coisa toda......essa era a razão pela qual sentia um vazio no coração que o atormentava há muito tempo......e já era mais do que hora de dar um basta nisso! Era hora de deixar de se preocupar com o que os outros pensavam e focar apenas na sua felicidade! Era hora de deixar de se reprimir!
E foi com essa convicção que, depois de muito conversar ( como já disse, foi uma conversa longa e prazerosa), Hugo saiu do bar mais feliz do que nunca. E menos solitário do que nunca. Afinal, era apenas o começo de uma noite que prometia ser muito especial. E com alguém ainda mais especial. Com o seu querido amigo de infância.