O SÉCULO DO HOMO CONSOMATIO

Por HERÁCLITO NEY SUITER | 22/08/2009 | Sociedade

O SÉCULO DO HOMO CONSOMATIO

 

                                                           *Heráclito Ney Suiter

 

Neste novo milênio a pluralidade de estruturas que compõe as organizações, sejam elas públicas ou privadas, constituem um grande desafio no tocante a gestão. A articulação e o planejamento, alicerçados em um panorama holístico , constitui-se ferramenta fundamental  para  enfrentar  as  contingências  que surgem nesta era de complexidade.

 

            A consciência coletiva se expande com relação a questões complexas como o meio ambiente e responsabilidade social e com isso surgem novos aparatos de comunicação para atingir os consumidores e suas extremas e constantes oscilações e variações de comportamento.

 

            Técnicas psicodinâmicas como a neurolinguística, a hipnose, a mensagem subliminar, o marketing viral, dentre outras, ao invés de estarem sendo utilizadas para auxiliar no real crescimento do homem como a educação, a cura de doenças psicossomáticas, o desenvolvimento de habilidades naturais e o desbloqueio de potenciais existentes no subconsciente, são maciçamente empregadas para moldar o homo consomatio  delineando o contorno de uma sociedade psicologicamente enferma, formada por seres individualistas, egoístas, neuróticos, esquizofrênicos, agressivos e tudo mais que emerge de um materialismo exagerado.

 

            Eis que surge a necessidade de rever paradigmas e ressuscitar a ética. Para aplicação remédio dos males da humanidade inconteste é o papel da educação, que a muito deixou de ser uma responsabilidade dos pais, e foi deixada para que o mercado tomasse conta, quando muito jogada para as instituições educacionais uma obrigação que no mínimo, deveria ser dividida entre família e escola.

 

            Dentre os problemas que surgem com o século XXI talvez a do campo de valores sejam as mais perigosas, a sociedade perdeu sua homogeneidade moral básica e o aumento de casos como depressão, erotismo na fase precoce de nossos jovens e a ostencividade da corrupção na esfera pública, evidencia a patologia de nossa civilização contemporânea.

 

            Ao cair por terra a crença em uma verdade absoluta, tirou-se do homem moderno o ânimus da busca por grandes ideais, aflorando o que chamo de ‘cinismo social’. O racionalismo vem reduzindo, cada dia mais, todas as coisas à categoria de ser-objeto.

 

            A razão tem que reconhecer os seus limites, justificando o lado emocional como sendo uma outra forma necessária para o encontro da realidade de forma plena. Agnosticismo ético, relativação e subjetivação de valores não podem ser considerados maturidade, ao contrário, é um sinal de atraso no comportamento de uma sociedade.