O que é uma Doença Mental?
Por ALEXANDRE VIEIRA | 09/01/2009 | SaúdePopularmente há uma tendência em se julgar à sanidade da pessoa, de acordo com seu comportamento, de acordo com sua adequação às conveniências sócio-culturais como, por exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc.
Quanto a forma de manifestação
Há duas classificações básicas de doenças mentais, que são as neuroses, e as psicoses.
A - NEUROSE: é chamada neurose toda a psicopatologia leve, onde a pessoa tem a noção (mesmo que vaga) de seu problema.
Ele tem contato com a realidade, porém há manifestações psicossomáticas, que são notadas por este, e que servem de aviso para a pessoa procurar um tratamento psicológico, ou psiquiátrico.
É um fator comum a ansiedade exacerbada. Existe inúmeras classificações menores; para citar algumas temos:
1) TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo: é a repetição de algum ato diversas vezes ao dia, não controlável e causador de grande ansiedade;
2) Síndrome do pânico: causa grande aflição, e medo perante alguma situação.
3) Fobias: é o medo a alguma situação. Pode ser medo de ambientes fechados (claustrofobia), medo de água (hidrofobia), medo de pessoas (sociofobia), etc.
4) Transtornos de ansiedade: o indivíduo têm ataques de ansiedades antes ou depois de realizar algo, ou muitas vezes nem realizá-lo. É comum em pequena escala na maioria das pessoas, porém seu excesso é denominado como patológico.
5) Depressão: também chamada de distimia, ou depressão maior. Se caracteriza por intenso retraimento e medo do mundo exterior. Causa baixa auto-estima e pode levar ao suícidio.
6) Síndrome de Burnout: é a conseqüência de um grande estímulo estressor, como conflitos no trabalho ou família. Causa apagamento e falta de vontade.
7) Distúrbio bipolar de Ânimo: O individuo muda de ânimo e volta ao normal e um curto periodo de tempo. É comum em grande escala na maioria das pessoas. Precisa de acompanhamento medico profissional na maioria dos casos.
Obs: Freud citou, em uma de suas obras, que todas as pessoas têm um pouco de neurose em si. É normal no ser humano ser um pouco neurótico, sendo apenas o excesso chamado de patológico.
B - PSICOSE: se caracteriza por uma intensa fuga da realidade. É, como a filosofia e as artes chamam, a loucura, propriamente dita.
Pode ser classificada de três formas:
A) pela manifestação,
B) pelo aspecto neurofisiológico,
C) pela intensidade
A - Manifestação: se divide em dois tipos principais:
a) Esquizofrenia: tem como aspectos principais a fuga da realidade, as manias de perseguição, as alucinações, entre outros. Têm ainda subdivisões, que são a esquizofrenia paranóide, a esquizofrenia desorganizada(ou hebefrênica), a esquizofrenia simples, a catatonia ou a esquizofrenia indiferenciada;
b) Transtorno de afeto bipolar: tem por característica picos muito grandes de humor, em pouco espaço de tempo, pro lado da depressão(ou distimia ou disforia), e pro lado da mania (euforia ou eutimia). Por estes dois aspectos também conhecemos este transtorno como psicose maníaco-depressiva. O doente sofre de mudanças de humor constantes, sendo perigoso e gastador em fases maníacas, e retraído, podendo se suícidar, no estado depressivo.
Obs: Ambas as psicoses listadas precisam de auxílio medicamentoso, adjunto de auxílio psicoterápico, para diminuir os sintomas e ajustar o comportamento.
B - Aspecto neurofisiológico:
1) Funcional: age apenas no funcionamento do aparelho psiquico, em suas ligações.
2) Orgânica: tem como característica mudanças ocorridas na química do cérebro, ou em mudanças fisiológicas e estruturais.
C - Intensidade:
Como intensidade entendemos a agressividade e impulsividade do doente em:
1) Aguda: também chamada de fase de surto; é quando o doente se torna violento, impulsivo e fora da realidade. É necessária observação psiquíatrica constante, pois o doente oferece risco para si, para outros e para o patrimônio.
2) Crônica: é a fase de relaxamento do doente, onde ele está fora da realidade, mas não põe em risco os outros e sua vida. Este estágio é permanente, e resulta de algum caso onde não há cura.
As Doenças Mentais têm “cura” ou só podemos falar em controle?
As Doenças Mentais têm cura tanto quanto as doenças da cardiologia, da endocrinologia, da reumatologia, da neurologia e assim por diante.
A medicina tem como primeira obrigação definir se a pessoa que a procura É ou ESTÁ doente.
Se estiver doente, a possibilidade de cura definitiva é enormemente maior do que nos casos da pessoa ser doente.
Prof. Especialista Alexandre Vieira
Sócio-Diretor da Evolution – Cursos para Preparação Profissional.
Prof. Universitário / Educação Física – Cref. 3.123
Pós-graduado em Bases Fisiológicas e Metodológicas do Treinamento Desportivo – UNIFESP
Contato: vieira76@ig.com.br