O QUE É ENERGIA VITAL

Por B. L. C. | 26/01/2015 | Arte

O QUE É ENERGIA VITAL

Se você empurra uma coisa, um carro, por exemplo, você perde energia, pois você injeta energia sua na coisa. Tanto que, se você insistir, ficará cansado. E não adianta repor energia com alimentos, pois, seu maquinário que extrai energia desses alimentos vai estar cansado também. Então, você deve descansar, alimentar-se, descansar de novo, pois o maquinário se cansa outra vez. Mas, você perde energia porque empurra a coisa ou porque ela reage? É porque ela reage. Se ela não reagisse, você estaria sempre descansado. É como quando você entra num ônibus e ele começa a se movimentar. Viajar por muito tempo cansa por causa dos solavancos, que são ação e reação.

Mas, se a coisa reage, então ela perde energia também. Se a coisa é uma pessoa, ela vai se cansar também. Há uma troca. Há transformação nos dois lados. Se a coisa só ganhasse energia, então você poderia dar energia para outra pessoa apenas dando um empurrão nela! Mas, isso não funciona, você bem sabe. Mesmo assim, as pessoas costumam dizer: Vou dar um empurrãozinho nele para ver se ele se anima.

Porém, se uma ganha energia da outra, por que ambas se cansam? O problema aqui é o verbo ganhar, que é exatamente o oposto de perder, e ocorre perda. O correto é dizer que ambos perdem energia, e não que ganham. A maior parte da energia perdida é transformada em calor por causa do desgaste celular.

Como ganhar energia mais do que perder? O que aconteceria se só ganhássemos?

Energia tem que vir de uma fonte. Se está fonte está no corpo, ela é uma fonte limitada, pois o corpo é limitado. Então, para ganharmos energia, a fonte tem que ser externa. De preferência, ela tem que entregar energia pronta para ser utilizada. Se for entregue apenas a matéria-prima, como acontece com os alimentos, será necessária uma energia extra para liberar essa energia contida na matéria-prima (quebra, transformação e liberação do “lixo”). Se essa energia extra não existir, o efeito é o mesmo que o de alimentar um morto.

Por outro lado, uma energia que esteja pronta para ser usada tem que ser usada, senão o corpo a perde. Aquela energia extra de que falamos acima é um exemplo disso. Ela está sempre sendo usada, o que implica que sua fonte está sempre sendo utilizada. E esta fonte é um estoque de matéria-prima energética.

Se você tem estoque de energia extra enquanto gasta, então você ganha mais do que perde, ou empata.

Como dito, o estoque é essencial, pois, se ele for todo transformado, toda a energia será gasta, inclusive a energia extra, o que implica no fim da vida.

A princípio, existem dois modos de só ganhar energia:

1)      Aumentar o estoque através de alimentos. O problema aqui é que o depósito é limitado, e é preciso energia para fazer o estoque e mantê-lo, o que causa desgaste no maquinário corporal.

Se o depósito for sobrecarregado, todo o mecanismo corporal ficará também sobrecarregado, o que causará a parada da produção de energia, incluindo a extra, o que implica no fim da vida. Então, é necessário o equilíbrio perda-reposição. Na verdade, esse equilíbrio vai diminuindo quantitativamente com o tempo, pois o maquinário de reposição vai se desgastando, enfraquecendo.

Assim, tanto o estoque quanto a transformação dele em energia vão diminuindo até o ponto em que não adianta mais se alimentar, e toda a energia é consumida, levando ao fim da vida. O ideal é que o estoque de matéria-prima e o maquinário de transformação estivessem fora do corpo. Isso nos leva ao modo 2.

2)      Receber energia de uma fonte externa já pronta para ser utilizada.

O que seria dispensado no modo 1?

Não precisaríamos de alimentos. Não formaríamos estoque. Não precisaríamos da energia extra para tratar o estoque.

Mas, e o desgaste do corpo? Qual é a causa dele: o processamento da matéria-prima de energia ou o uso da energia para movimentar as funções corporais?

Se for o primeiro, então poderemos viver para sempre; se for o segundo, então viveremos só um pouco mais.

E ainda fica faltando o como receber a energia da fonte externa.

O processamento da matéria-prima de energia causa desgaste, com certeza. Qualquer função corporal, seja física, fisiológica ou mental, causa desgaste físico sim. E causa, assim, desgaste do maquinário que tem que utilizar a energia. Então, não viveríamos para sempre utilizando uma fonte externa de energia, mas viveremos um pouco mais.

Mas, é mesmo possível dispensar o maquinário de processamento da matéria-prima de energia, isto é, é possível dispensarmos nossa alimentação?

Que órgãos e sistemas estão envolvidos na alimentação? Boca, língua, esôfago, tem funções extras, ok. Os dentes poderiam ser dispensados, a menos que sirvam como armas. O estômago e os intestinos podem ser dispensados. Também os rins e o fígado.

E o sangue? É ele que leva a energia a cada célula do corpo. Se ele for dispensado, então podemos dispensar também os pulmões, o coração e o baço.

Só restou um corpo com cérebro e o abdômen vazio.

Então, se a energia puder ser injetada diretamente no sangue, ele fica, junto com seus companheiros. Se a energia puder ser injetada diretamente nas células, o sangue e companhia saem.

Ora, injetar energia pronta, para ser usada, no sangue ou nas células é a mesma coisa, então não precisamos do sistema sanguíneo.

Então só corpo e cérebro? Sim, pois é exatamente isso que é “visível” nas pessoas. Tem-se mais certeza que uma pessoa viva tenha corpo e cérebro do que outros órgãos. Isso é fato. Aos demais órgãos e sistemas se chega por conclusão (ou incisão/reversão!).

Não dá para ter a fonte externa e continuar usando só um pouquinho da alimentação? Talvez isso seja o ideal.

Agora, como injetar energia diretamente nas células? Será que tem um jeito? Talvez.

Quando você está cansado e fecha os olhos por uns instantes, você se sente recuperado, como se tivesse ganhado energia, não é mesmo? Na verdade, você deixou de gastar e o nível de energia pronta para ser usada subiu, devido ao estoque. O mesmo tipo de alivio ocorre quando você está deitado numa posição desconfortável para dormir e ajeita o corpo, achando uma posição melhor. A posição desconfortável estava gastando energia.

Mas, e quando você mata a sede ou toma um banho quente e sente um vigor imediato? Parou de gastar ou ganhou? Ou será que o efeito do banho quente é o mesmo que o de algumas drogas proibidas para atletas olímpicos? Sim, estas drogas apenas desligam o sentido de cansaço que chega ao cérebro, dando uma sensação de energia presente, quando, na verdade, o organismo está desgastado, correndo o risco de se desmantelar devido a um esforço extra.

A questão então se torna em diferenciar entre energia verdadeira (aquela que pode ser utilizada sem prejuízo ao organismo) e falsa energia (sensação apenas, sem uma correspondência física no organismo). É possível medir isso. Se eu tivesse um laboratório, poderia, por exemplo, medir o desgaste antes do banho reconfortante e um desgaste após ele. No laboratório de meu pensamento e por experiência física própria, eu posso afirmar que o banho reconfortante é uma injeção de energia pronta para ser utilizada numa corrida extra após uma corrida antes do banho.

Mais uma questão surge: será que as células só precisam desse tipo de energia, para realizar uma corrida, por exemplo? Toda a energia que está nela, numa célula muscular, por exemplo, é 100% usada para um esforço muscular? Eu acho que não, assim como não uso toda a energia que tenho só em esforço muscular. Mas, eu também não disse que a energia injetada pelo banho reconfortante foi toda usada para a corrida extra. Assim, isso me permite dizer que o banho quente é uma fonte de energia externa entregando uma energia já pronta para ser usada.

Mas, o banho quente não tira a fome, não tira o sono, não cura doenças. Causa um alívio temporário, com certeza, e mostra, assim, que deve haver uma maneira sim, de conseguirmos uma fonte externa de energia pronta para ser usada.

Brasilio/Agosto-2009.

Artigo completo: