O PSICOPEDAGOGO: Contribuições para o processo de leitura e interpretação na Escola D. Pedro I, no 1º ano Ens. Médio

Por rubemara baro da conceicao abreu | 11/03/2011 | Educação

RUBEMARA BARÓ DA CONCEIÇÃO ABREU



















O PSICOPEDAGOGO: Contribuições para o processo de leitura e interpretação na Escola D. Pedro I, no 1º ano Ens. Médio




















Porto de Moz ? Pará
2010

RUBEMARA BARÓ DA CONCEIÇÃO ABREU





















O PSICOPEDAGOGO: Contribuições para o processo de leitura e interpretação na Escola D. Pedro I, no 1º ano Ens. Médio








Pré-Projeto apresentado ao Curso de Especialização da universidade FATEP, como requisito para a elaboração da Monografia de Psicopedagogia, orientado pelo professor: Antonio Mª Teólogo Cientifico das Religiões Filosofo.









Porto de Moz ? Pará
2010
Introdução

"Ao ensaiar escrever sobre a importância do ato de ler, eu me senti levado - e até gostosamente - a "reler" momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão critica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo..." Paulo Freire ( Trabalho apresentado na abertura do Congresso Brasileiro de Leitura, realizado em Campinas, em novembro de 1981.)


A necessidade do homem em se comunicar graficamente com seus semelhantes por parte dos seus tempos mais remotos. Os exemplos mais antigos remetem-nos para o período pré-histórico, no qual as mensagens eram escritas nas paredes das cavernas através de processos rudimentares de pintura.

Desse período até o final do século XX, os processos de leitura e escrita evoluíram muito. Para responder as exigências de uma comunicação mais precisa, inventaram-se as consoantes e as vogais e, a linguagem ocidental, tornou-se alfabética, cada som passou a ser representado por uma determinada grafia (letra);
"Frank Smith, psicolingüista norte-americano, estudando a leitura, mostra que gradativamente os pesquisadores da linguagem passam a considerá-la como um processo, no qual o leitor participa com uma aptidão que não depende basicamente de sua capacidade de decifrar sinais, mas sim de sua capacidade de dar sentido a eles, compreendê-los. Mesmo em se tratando da escrita, o procedimento está mais ligado à experiência pessoal, à vivência de cada um, do que ao conhecimento sistemático da língua".Martins (1994. p. 32)

A especialização e o aprofundamento das ciências em torno do universo humano deram lugar de destaque às atividades gráficas, já que, se tornou impossível transmitir todos os conhecimentos através da fala. Aprender a ler e a escrever passa a ser um direito de todos tornando uma obrigação dos governantes fiscalizarem para a educação aconteça em todas as camadas da sociedade, descontextualizando o mito passado de que estudar seria apenas direito dos privilegiados ou apenas dos mais abastados para se tornar um direito de todos pois é a educação o termômetro do crescimento econômico, social e principalmente intelectual de um país.

"Venho tentando deixar claro, neste trabalho em torno da importância do ato de ler ? e não é demasiado repetir agora -, que meu esforço fundamental vem sendo o de explicitar como, em mim, aquela importância vem sendo destacada."Paulo Freire (A importância do ato de ler p 12)


Ao discorrer sob os processos de leitura, precisamos considerar que estes são processos interativos em relação aos diferentes conhecimentos do leitor, pois seu conhecimento da língua, da organização do texto através da interpretação é individual, cada leitor faz sua interpretação ao ler um texto.
Partindo da concepção de que a leitura se faz necessário em todas as etapas de nossa vida e de que é uma real necessidade para a sociedade de hoje, constatam-se em especial nos jovens, dificuldades de se expressarem em decorrência de uma leitura muitas vezes tardia e ocorrida num ambiente desprovido da situação de leitura.
Apesar de séculos de civilização, as coisas hoje não são muito diferentes. Muitos educadores não conseguiram superar a prática formalista e mecânica, enquanto para a maioria dos educando aprender a ler se resume à decoreba de signos lingüísticos, por mais que se doure a pílula com métodos sofisticados e supostamente desalienantes. Prevalece a pedagogia do sacrifício, do aprender por aprender, sem se colocar o porquê, como e para quê, impossibilitando compreender verda¬deiramente a função da leitura, o seu papel na vida do indivíduo e da sociedade. Martins (1994. P 23)


Nota-se que por vários motivos, muitos alunos não têm contato com a leitura de qualidade e com adultos leitores em parte por falta de intercâmbio professor x aluno x comunidade. A formação de alunos leitores tem sido um grande desafio enfrentado pelas escolas, pois em nossa sociedade, raramente encontramos pessoas que atribuem o prazer pela leitura às experiências vividas na escola. Entretanto, é a partir dos alunos que poderemos formar cidadãos leitores, engajados com conhecimento e preparados para enfrentar as adversidades e as cobranças de uma sociedade cada vez mais exigente para com os conhecimentos e a ciência.
Francisco Ferrer Guardiã (1859 - 1909) afirma:
"...Que tinha como objetivo abolir da escola todo o instrumento de repreensão e violência, sua tarefa seria preparar ... a ação pedagógica que ele teoriza a existência da disciplina artificial que é regada pelo autoritarismo cego, e uma disciplina natural que propõe encontrar um consenso."

Naturalmente, é preciso propor que a leitura seja trabalhada nas escolas, desde as séries iniciais, orientando os educadores e estimulando-os à necessidade de ler e escrever.
E assim, identificar porque a maiorias dos alunos, não gostam de ler.
Analisar por que não conseguem interpretar o que lêem.

"... às vezes passamos anos vendo objetos comuns, um vaso, um cinzeiro, sem jamais tê-los de fato enxergado; limitamo-los à sua função decorativa ou utilitária. Um dia, por motivos os mais diversos, nos encontramos diante de um deles como se fosse algo totalmente novo. O formato, a cor, a figura que representa, seu conteúdo passam a ter sentido, melhor, a fazer sentido para nós..."

Dentro do contexto social em que nos encontramos, é de fundamental importância que o aluno mantenha uma troca permanente de informação, que sejam incentivados a realmente ler o que esta explícito a sua volta acredito que, somente podem ser conseguidos as mudanças necessárias através de bons textos e bons autores, porém que se tenha relação com a realidade dos discentes. No entanto, se continuarmos a ter uma grande parcela de nossos alunos com uma deficiência tão marcante, será complicado o desenvolvimento da compreensão e assimilação de tantos conteúdos relevantes para a mudança do nosso quadro social.

"A questão é mais ampla e complexa: vem da precariedade de condições socioeconômicas e se espraia na ineficiência da instituição escolar, determinando e limitando opções. Sem dúvida, a concepção que liga o gosto de ler apenas aos livros deve muito à influência, persistente no nosso sistema educacional, de uma formação eminentemente livresca e defasada em relação à realidade"Martins (1994. p.27)

Sendo assim, pretendo com esta pesquisa, propor ao educando o gosto natural da leitura e o exercício da escrita, para então, obter posicionamento crítico dentro da sociedade.
"A leitura vai, portanto, além do texto (seja ele qual for) e começa antes do contato com ele. O leitor assume um papel atuante, deixa de ser mero decodificador ou receptor passivo.Martins 1994. P. 32."

É claro que dentro de nossa realidade pedagógica, encontramos diversos aspectos que podem dificultar o bom aproveitamento do aluno, que na minha avaliação, como parte do processo ensino-aprendizagem, a leitura e escrita é um fator fundamental.
Observei uma parcela relevante de alunos que não têm, ou por algum motivo, não desenvolveram o gosto pela leitura. Entendo que este fator é parte integrante de outro agravante que vem junto com a prática da leitura, a prática da escrita. Esta deficiência nos educando, tem exercido forte influência no processo ensino x aprendizagem, e acredito que esta ferramenta poderosa, sirva apenas aos interesses e pensamento de uma classe dominante.
"A leitura se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido ? seja escrito, sonoro, seja um gesto, uma imagem, um acontecimento. Esse diálogo é refe¬renciado por um tempo e um espaço, uma situação; desenvolvido de acordo com os desafios e as respostas que o objeto apresenta, em função de expectativas e necessidades, do prazer das descobertas"Martins (1994 p.33).
Ao desenvolver o hábito da leitura, provoca-se uma reviravolta social e transformadora, descoberta nos livros, permitindo então que novos pensamentos sejam expressos, surgindo assim, novas produções, juntamente com idéias novas que podem revolucionar o nosso tempo. Isto amplia ainda mais minha inquietação, e me faz indagar: Quais as dificuldades encontradas no ensino da leitura?
Veja as afirmações dos seguintes artigos Art. 1º e o Art.2º:


"A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
O Art.2º afirma: " A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho."

Analisando outro aspecto do problema, encontrei principalmente nas camadas mais desassistida e que, por assim ser, se transformam na preocupação maior de minha pesquisa, as camadas mais pobres da sociedade e também os mais ignorados. Isso aponta que são aspectos sociais e econômicos são as principais causas das desigualdades sociais entre jovens, adultos e crianças, isso é não há deficiência cognitiva nos discente advinda das camadas menos privilegiadas, o que há é a falta de interação professor x escola imposta às classes populares e a ausência de bibliotecas nas escolas. Neste último aspecto, a falta de biblioteca nas escolas, em parte, pode explicar a carência existente no que foi pesquisado. No entanto, observa-se que, esta mesma carência também é latente em alunos que vêm das classes médias e médias alta. Isto também me esclarece a LDB que afirma que:
Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo.
Isto me faz pensar que, o interesse dos jovens pela leitura e pela escrita deve ser uma constante, porém, devemos buscar incentivá-los nos diferentes níveis de entendimento mais simples e formadores de pensamentos mais complexos e aproximados às realidades do grupo e interagindo com a escola.


Para a viabilização deste processo, realizei um estudo teórico e uma pesquisa de campo, sendo esta dentro, de uma abordagem qualitativa. Operacionalizada através de questionários com questões abertas e fechadas, para 05 (cinco) professores e 05 (cinco) alunos. O lócus da pesquisa foram alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Dom Pedro I, situado na Rua da República, s/n°, Bairro centro na cidade, de Porto de Móz/PA de famílias da cidade (zona urbana), o instrumento de pesquisa utilizado foram questionários com questões abertas e fechadas para todos os sujeitos inclusos na comunidade escolar.
Deste modo, este trabalho está assim estruturado; o primeiro capítulo trata da fundamentação teórica, momento em que se faz uma confluência com o pensamento dos autores, Maria Helena Martins, Cagliari, Ferreiro, Silvia Bueno Terze, Mariuze S. Petrone, Adriane Beluce Belório de Castro e outros autores citados no desenvolvimento do trabalho, referente à temática; o segundo capítulo trata da pesquisa e de como foi feita a análise dos dados coletados no campo; o terceiro capítulo consta de uma proposta de intervenção para a escola pesquisada e finalmente as considerações finais.


Justificativa

Na história da humanidade, mesmo antes da descoberta e do desenvolvimento das várias formas conhecidas de escrita, o homem sempre sentiu necessidade de se comunicar, seja para preservar sua cultura, histórias habitadas e costumes através do tempo e do espaço.
A respeito disso destaco: "Quando uma sociedade necessita recordar sua herança, tanto de idéias quanto de conhecimentos, cria uma linguagem escrita" (FERREIRO 2000).
A princípio, então, todos os conhecimentos eram transmitidos verbalmente, o que contribui para que muitas histórias, lendas e as técnicas primitivas, se perdessem ao longo do tempo.
Este acúmulo de conhecimentos precisa ser registrado e mantido vivos para que pudessem ser transmitidos às gerações futuras.
Pesquisando ainda mais, detectei que a arte da leitura e da escrita, sempre figurou como um instrumento de dominação dos povos. Inicialmente apenas os sábios, mestres, governantes e por fim, os escribas detinham a arte da escrita e da leitura de textos e livros que guardam história e ensinamentos. Mesmo porque todos os textos e livros eram escritos à mão e, desta forma também transcritos por monges reclusos em monastérios espalhados pelo mundo todo. Marins diz que:
"Daí o hábito de ler livros ser especialmente mistificado; considerarem-se os letrados os únicos capazes, seja de criar e compreender a linguagem"Martins, ( 1994. p. 23)

No entanto, com o desenvolvimento das ciências e dos vários conhecimentos humano, aprender a ler e escrever deixa de ser um privilégio de quem detinha o poder e a riqueza, tornando-se uma preocupação de todos os governos que buscavam o desenvolvimento de todas as classes sociais e uma necessidade da humanidade em preservar tradições, costumes e conhecimentos de todos os povos.
Esta dominação através dos símbolos gráficos perdurou por longos séculos, quando então, Gutemberg inventou a tipografia, permitindo assim que os livros chegassem ao grande público, timidamente, para ganhar, por fim, o lugar que merece.
No entanto a maioria dos povos, principalmente em países considerados de terceiro mundo ou países emergentes, como o nosso Brasil, mantêm-se em pleno século XXI afastado deste instrumento maravilhoso de propagação de saberes e idéias, os livros.
"Também é sabido que nenhuma metodologia de alfabetização, avançada ou não, leva por si só à existência de leitores efetivos. Uma vez alfabe¬tizada, a maioria das pessoas se limita à leitura com fins eminentemente pragmáticos, mesmo suspeitando que ler significa inteirar-se do mundo, sendo também uma forma de conquistar autono¬mia, de deixar de "ler pelos olhos de outrem". Martins (1994. P. 23)

Nesse momento nota-se claramente a necessidade que todo ser humano tem de conhecer e interpretar os sinais gráficos e, de produzir seus próprios textos, conhecer os segredos, pelos menos a linguagem em que ele próprio se comunica verbalmente.
Ler e escrever são direitos de todo ser humano. Ler e escrever em pleno século XXI não pode mais ser um privilégio apenas dos abastados, dos poderosos, precisa chegarem às classes menos favorecidas, pois é um direito de todos.
O projeto tende a desvelar as características iniciais dos alunos referentes à qualidade da leitura, tal como, capacidade de discernimento e interpretação e a capacidade de empregar os recursos lingüísticos adequadamente. Portanto o trabalho tende a estimular as habilidades dos alunos em utilizar os textos e criar dentro do ambiente escolar a prática da leitura de maneira consistente e permanente, construindo o saber.
"O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se "aproximar" dos objetos cognoscíveis. E esta rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso "bancário" meramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo. É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no "tratamento" do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga àprodução das condições em que aprender criticamente é possível" Paulo Freire (2002. P. 13)

Para isso, o psicopedagogo receberá informações dos professores visto que os mesmos estão em contato direto com os alunos e buscará junto com os mesmos as devidas soluções, para as repetíveis situações analisando o livro didático direcionado os conteúdos para a realidade e gosto dos alunos.
O projeto enfoca o auxilio do psicopedagogo contribuindo com incentivo ao ato de ler e tê-lo como ponto de partida, para o aprimoramento do pensamento criativo e com isso viabiliza a argumentação e a capacidade do aluno de construir suas relações diante do mundo que o cerca. Todavia, é importante enfatizar a parceria do psicopedagogo com o educador como facilitadores na produção dos textos por parte dos alunos. Esses textos possibilitam desenvolver habilidades cognitivas, sociais e emocionais que buscam a recriação intelectual, crítica e reflexiva dos problemas sociais. Além disso, outra faceta do projeto é a estruturação da auto-estima, às vezes perdida ou fragilizada nas pessoas oriundas de segmentos sociais economicamente menos favorecidas.
Não se lê criticamente como se fazê-lo fosse à mesma coisa que comprar mercadoria por atacado.
Ler vinte livros, trinta livros. A leitura verdadeira me compromete de imediato com o texto que a mim se dá e a que me dou e de cuja compreensão fundamental me vou tornando também sujeito.
Ao ler não me acho no puro encalço da inteligência do texto como se fosse ela produção apenas de seu autor ou de sua autora. Esta forma viciada de ler não tem nada que ver, por isso mesmo, com o pensar certo e com o ensinar certo. Paulo Freire. (2002. P. 14)

É importante termos um novo paradigma, do universo mágico e encantador dos livros em sala de aula e, conseqüentemente, entendendo-se aí toda a prática cotidiana do aluno.
Esse projeto visa à análise e o questionamento do ler como algo de vital importância no processo da produção textual, possibilitando e viabilizando a esse aluno, o acesso às leituras condizentes com o seu meio e com todas as suas diferenças.
Nesse processo visa o resgate de raízes dos nossos educando, que muitas vezes, se rebela e resiste a receber conteúdos aplicados em sala de aula sem conseguir ver sentido em suas vivências práticas do cotidiano.
"Surgem as primeiras escolhas: o livro com ilustrações coloridas agrada mais; se não contém imagens, atrai menos. E só o fato de folheá-lo, abrindo-o e fechando-o, provoca uma sensação de possibilidades de conhecê-lo; seja para dominá-lo, rasgando-o num gesto onipotente, seja para admirá-lo, conservando-o a fim de voltar repetidamente. Esses primeiros contatos propiciam à criança a descoberta do livro como um objeto especial, diferente dos outros brinquedos, mas também fonte de prazer. Motivam-na para a concretização maior do ato de ler o texto escrito, a partir do processo de alfabetização, gerando a promessa de autonomia para saciar a curiosidade pelo desco¬nhecido e para renovar emoções vividas " Marins (1994 p 43).

Assim, o livro e a prática da leitura devem ser mostrados e abertos com a dimensão do prazer e da alegria, e não como via pura e simplesmente obrigatória de conteúdos frios e distantes do contexto em que está inserido esse educando - educador. Atividades de escrita também devem ser realizadas periodicamente para que o aluno reflita e escreva sobre o que foi lido e discutido em grupo. Sendo assim, os alunos desenvolvem a linguagem oral e seu vocabulário bem como habilidades de reflexão, argumentação, compreensão de texto além da escrita. O projeto tem de fato a intenção de despertar e estimular os adolescentes a lerem mais. Percebe-se que, os alunos dão um salto em leitura e evoluem na escrita e análise de textos.
A professora democrática, coerente, competente, que testemunha seu gosto de vida, sua esperança no mundo melhor, que atesta sua capacidade de luta, seu respeito às diferenças, sabe cada vez mais o valor que tem para a modificação da realidade, a maneira consistente com que vive sua presença no mundo, de que sua experiência na escola é apenas um momento, mas um momento importante que precisa de ser autenticamente vivido.

Porém, o professor sozinho em muitos casos não consegue identificar os inúmeros fatores que dificultam essa falta de estímulos, daí a necessidade da contribuição do psicopedagogo que entrará em sena para contribuir e ajudar o professor com estratégias para solucionar ou amenizar os devidos problemas, visto que as turmas são lotadas e o educador necessita da contribuição do psicopedagogo.
Objetivos
GERAL: Identificar as principais dificuldades apontadas pelos alunos e professores e Contribuir para construção efetiva dos conhecimentos lingüísticos de leitura e interpretação de textos variados, em parceria com o trabalho desenvolvido pelo psicopedagogo.

ESPECÍFICOS:
a) Identificar se os alunos possuem o hábito da leitura?
b) Identificar o nível de leitura e interpretação da turma?
c) Apontar as principais dificuldades apontadas pelos alunos e professores no processo de leitura e interpretação de textos?
d) Descrever o que a escola está fazendo para sanar as dificuldades dos alunos

Situação Problema
A Escola D. Pedro I está localizada em um bairro no centro de Porto de Moz, suas dependências pedagógicas (biblioteca e sala de aula) não oferecem as condições necessárias para um trabalho amplo e em conjunto envolvendo leitura e pesquisa. A falta de leitura faz do aluno uma pessoa pobre de informação e opinião, gera também o comodismo e a falta de interesse por novos conhecimentos e com a escola lotada o educador precisa do acompanhamento e observações do psicopedagogo que contribuirá para o aprimoramento dos conhecimentos dos discentes. LDB afirma que:
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Dentro do sistema de ensino vigente, sabemos que ainda se pratica o ensino tradicional, voltado exclusivamente para uma abordagem quantitativa, repetitiva, sem nenhuma conceituação científica ou filosófica em que possa se pautar o desenvolvimento cognitivo dos educando.
Neste caminho, me deparei com situações complexas, como dificuldades de interpretar o que lêem, trazendo como conseqüência a falta de compreensão das atividades, ausência de pensamento crítico e constantes ausências de letras, que dificilmente contornar ou minimizar os problemas, mas que me instigam a avançar na pesquisa.
Esta análise da situação se faz necessária. Primeiro, para mostrar que a formação desses professores implica diretamente na solução, ou pelo menos, na minimização do objeto da minha pesquisa. Segundo, para confrontar duas situações, ou melhor, duas maneiras de apresentar aos educando o mundo das letras, dos livros e da escrita.
Se um professor que hoje trabalha com os mesmos métodos em que foi apresentado ao mundo da leitura e da escrita, é claro que ele deve utilizar os mesmos métodos com seus alunos.
"O que está escrito, impresso e, principalmente, publicado em forma de livro é inquestionável; significa sabedoria, ciência, arte a que o comum dos mortais só atinge como receptor passivo. Não era de graça que Catulo da Paixão Cearense, quando mostrava a alguém seus manuscritos, advertia para o fato de que, depois de impressos, ficariam melhores e, ao saírem em livro,, estariam excelentes"Martins(1994p.46).

O que notei durante a realização deste trabalho e as várias entrevista que fiz, é que tais professores não gostam de ler, e se o fazem, é apenas para desempenhar suas funções. Detectei também que esses mesmos docentes, não conseguem ler um único livro por ano, e quando o fazem, não conseguem interpretar a idéia central do autor. Não conseguem teorizar a respeito. Não conseguem dialogar com o autor.
Segundo a Revista Pedagógica Pátio (2004, p.25), em 2001, o Brasil ocupava o vexatório 32º (trigésimo segundo) lugar em compreensão de leitura entre estudantes na faixa de 15 anos.
Em 2003, caímos para um vergonhoso 37º (trigésimo sétimo) lugar. Isto significa que estamos com uma nova categoria de leitores, aqueles que lêem e não conseguem interpretar o que leram. No mesmo artigo, encontrei estatística que aponta um contingente de 70% (setenta por cento) de brasileiros que não lêem jornais nem revista, o restante 30% (trinta por cento) varia muito na compreensão do que leu.
De meados do século XVI até 1966, quando foi suspenso, inúme¬ras edições do Index foram publicadas e, conse¬qüentemente, milhares de punições executadas, em função da desobediência às proibições. Há quem tenha rezado muitas Ave-Marias de penitência por ter lido algum dos livros malditos, quando não apenas por possuí-los ou manuseá-los. E há quem literalmente perdeu a cabeça porte-los escrito. Mas não são apenas religiosos os pretextos de proibição. Os governos autoritários têm sido os maiores censores. E disso nós sabemos muito bem. Martins. (1994 P 46.47)


Na Alemanha, o índice anual da leitura entre seus habitantes chega a 25 (vinte e cinco) livros por ano, isso significa mais de dois livros por mês. Enquanto que no Brasil essa medida é de apenas 02 (dois) livros por habitante incluindo aí, os livros didáticos caíram então para um vergonhoso índice de 0,2 (zero vírgula dois) livros por ano.
Se esses mestres apresentam toda esta dificuldade em ler livros, para não dizer deficiência em lidar com os livros, significa dizer também que eles não conseguem escrever. Como pode então se propor aos nossos educando os grandes autores, a grande fonte de conhecimento, os livros? Como pode iniciar nossos educados ao hábito salutar de se comunicar através da escrita e de viajar através dos livros?
Para responder a estas questões básicas é necessário que se mergulhe ainda mais profundo em busca de respostas que possam equacionar a falta do hábito de ler e escrever dos discentes que atualmente elaboram em nossas escolas.

Questões Norteadoras
a) Por que os alunos não possuem o hábito da leitura?
b) Qual o nível de leitura e interpretação da turma?
c) Quais as principais dificuldades apontadas pelos alunos e professores no processo de leitura e interpretação de textos?
d) O que a escola está fazendo para sanar as dificuldades dos alunos?
Metodologia
As atividades do projeto serão desenvolvidas de acordo com a aceitação e progressos alcançados na unidade escolar onde for implantada. Para tal, propõe-se inicialmente uma reunião com a direção, coordenação e professores do estabelecimento de ensino para divulgar e discutir meios para a execução dos trabalhos.
Assim, o critério que será usado é uma pesquisa bibliográfica e critico- dialético. Buscando embasamento teórico em autores que darão respaldo aos questionamentos aqui apresentados, sendo o principal enfoque a autora Maria Helena Martins, Paulo Freire, Martiinez, Petroni, Sá, Silva e outros que contribuirão para o embasamento desta pesquisa.
Freire, (1921)

"Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora significa reconhecer-nos outros - não importa se alfabetizados ou participantes de cursos universitários; se alunos de escolas do primeiro grau ou se membros de uma assembléia popular - o direito de dizer a sua palavra. Direito deles de falar a que corresponde o nosso dever de escutá-los. De escutá-los corretamente, com a convicção de quem cumpre um dever e não com a malícia de quem faz um favor para receber muito mais em troca. Mas, como escutar implica falar também, ao dever de escutá-los corresponde o direito que igualmente temos de falar a eles".





Promover o hábito da leitura e proporcionar competências para a escrita aos alunos da escola D. Pedro I, este é o ponto central do projeto O psicopedagogo: contribuindo para o aprimoramento do conhecimento da leitura e da escrita na escola D. Pedro I (1º ano Ens. Médio).

O projeto O psicopedagogo: Contribuições para o processo de leitura e interpretação na Escola D. Pedro I, no 1º ano Ens. Médio. Propõe aos alunos do Ensino Médio uma roda de leitura, literalmente. Grupos de 10 a 15 jovens ganham um livro, geralmente um clássico literário ou livros para que se possam conhecer os diversos estilos de cada aluno têm, para participar de uma roda. Com o livro em mãos, eles se alternam lendo em voz alta e parando periodicamente para discutir sobre o significado dos trechos lidos. Mais do que ter referências teóricas e históricas da obra, o projeto visa incentivar a prática da leitura e da contação de histórias. Além disso, propõe que os alunos reflitam sobre os temas dos livros, relacione-os com suas próprias vidas e promovam debates sobre as obras no cotidiano da sala de aula.
"Melhor do que qualquer tentativa de explicar isso é buscar novamente o relato de Sartre: "Eu não sabia ainda ler, mas já era bastante esnobe para exigir os meus livros . . . Peguei os dois volume-zinhos, cherei-os, apalpei-os, abri-os negligentemente?.Martins (1994. P. 43)

As publicações incluídas no projeto, além de observarem atentamente os princípios construtivistas, foram concebidas para funcionar, também, como um instrumento de interação entre o aluno e o meio físico e social no qual ele está inserido, na medida em que estimula a manifestação da sua expressividade a partir da utilização dos objetos simbólicos que compõem o seu cotidiano. Sempre que possível, sem perder a ludicidade e interatividade que são suas características essenciais, essas publicações procuram privilegiar os temas tidos como transversais, apresentando-os não como um conjunto de questões previamente resolvidas, mas, sim, como assuntos passíveis de pesquisa, reflexão e análise.
Com esse tipo de abordagem, o projeto pretende estimular o desenvolvimento do pensamento crítico e, conseqüentemente, a emissão do juízo de valor, indispensáveis para a emancipação intelectual e sedimentação do "sentimento" de cidadania.
O trabalho do aluno, sua interferência direta em qualquer uma das publicações, acontece quando ele começa a "conversar" com o texto impresso, lendo e respondendo as questões que vão sendo apresentadas uma após outra.
O clima de informalidade que envolve esse "bate-papo" se olhar diferenciado que ele passará a observar os demais, o que demonstrará que ele acabou de ingressar no prestigioso clube dos leitores competentes.
Martins (1994, p. 08) afirma que:
"às vezes passamos anos vendo objetos comuns, um vaso, um cinzeiro, sem jamais tê-los de fato enxergado; limitamo-los à sua função decorativa ou utilitária. Um dia, por motivos os mais diversos, nos encontramos diante de um deles como se fosse algo totalmente novo. O formato, a cor, a figura que representa, seu conteúdo passam a ter sentido, melhor, a fazer sentido para nós".

Formar leitores competentes, por sinal, é um dos principais objetivos inseridos nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Português. Assim trabalhando em parceria com o professor que têm o contato direto com os alunos a participação do psicopedagogo contribuirá de forma significativa para um excelente desenvolvimento critico, social e cultural dos discentes.







CAPÍTULO I: A Constituição da Leitura e Escrita
1.1. ? O Processo da Leitura e da Escrita
Ler deriva de legere que significa, no sentido próprio, colher, recolher, do ser que colhe e recolhe, do ser que colhe pistas e informações que estão no mundo exterior e as recolhe para si. Entende-se, então que colher e recolher significa busca, e rebuscar pressupõe riscos e desafios.

"A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a importância do ato de ler, eu me senti levado - e até gostosamente - a "reler" momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão critica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo Paulo Freire ( p.09)."


A leitura e adquirida a partir do incentivo no meio social em que se vive se em casa existem leitores freqüentes, antes de adentrarem a escola as crianças já vão demonstrar interesse pela leitura e escrita, porém caso não exista incentivo em casa nem no meio de amigos em que vivem será logo percebido falta de conhecimento pela leitura e escrita. MARTINS( p19) afirma que:
"A psicanálise enfatiza que tudo quanto... Impressionou a nossa mente jamais é esquecido, mesmo que permaneça muito tempo na obscuridade do inconsciente. Essa constatação evidencia a importância da memória tanto para a vida quanto para a leitura. Principalmente a da palavra., já que se trata de um signo arbitrário, não disponível na natureza, criado como instrumento de comu¬nicação, registro das relações humanas, das ações e aspirações dos homens; .transformado com freqüência... Instrumento de poder pelos domi¬nadores. Mas que pode também. Vir a ser a liberação dos dominados..."


Portanto, ler é poder desvendar os significados das palavras o que se forma ao juntar as letras quais as mensagens que estão sendo transmitidas, significa conhecer seus direitos e usá-los de forma adequada.
Aprender a ler se da de forma diversificada visto que todos os indivíduos são diferentes uns dos outros se devem levar em consideração as diversidades culturas, sociais e econômicas de cada pessoa.
Pode-se afirmar que o meio em que o indivíduo esta inserido contribui de forma direta e indireta para o seu aprendizado, visto que se o ambiente propicia acervos de livros e pessoas leitoras, obviamente a probabilidade de que a criança chegue à escola demonstrando interesse pela leitura e muito maior que a pessoa que vive na roça em um ambiente sem nenhum tipo de livros ou algo que instigue o habito para leitura. Paulo Freire (P.12) afirma que:
"...palavra-depósito", da "palavra-som", seu objetivo máximo é realmente fazer uma espécie de "transfusão" na qual a palavra do educador é o "sangue salvador" do "analfabeto enfermo". E ainda quando as palavras das cartilhas, os textos com elas elaborados ? e isto raras vezes ocorre ? coincidem com a realidade existencial dos alfabetizandos, de qualquer maneira, são palavras e textos presenteados, como clic hês, e não criados por aqueles que deve-riam fazê-lo. Em geral, porém, tanto as palavras quanto os textos das cartilhas nada têm que ver com a experiência existencial dos alfabetizandos. E .quando o têm, se esgota esta relação ao ser expressada de maneira paternalista, do que resulta serem tratados os adultos de uma forma que não ousamos sequer chamar de infanti...".

Desta forma é preciso que o papel do professor seja o de incentivador buscando através das metodologias novos modo de ensinar e junto com os alunos aprender que só si ensina quando realmente já aprendeu a ensinar que é o problema da educação na atualidade não se busca estratégias para soluções e sim se acomoda. Por isso é fundamental que o professor proporcione metodologias cada vez mais eficientes para que este aprender não se torne uma tarefa árdua e complexa e sim simples e prazerosa.

1.2 ? A História do psicopedagogo e suas contribuições para leitura e escrita
Historicamente a Psicopedagogia surgiu na fronteira entre a Pedagogia e Psicologia, a partir das necessidades de atendimentos de crianças com ?distúrbios de aprendizagem, considerada inaptas dentro do sistema educacional convencional. É preciso, também, que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e o que é aprender; como interferem os sistemas e métodos educativos, e quais os problemas estruturais que intervêm no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no processo escolar. Essa perspectiva de trabalho envolve o que Paulo Freire, chamou de paciência histórica.
"Somente um ser que é capaz de sair de seu contexto, de ?distanciar-se? dele para ficar com ele; capaz de admirá-lo para, objetivando-o, transformá-lo e, transformando-o, saber-se transformado pela sua própria criação; um ser que é e está sendo no tempo que é o seu, um ser histórico; somente este é capaz, por tudo isto, de comprometer-se."

Com as famílias pode ser oportuno um trabalho sobre a importância das funções materna e paterna, resgatando-se o papel educacional da família, hoje tão esquecido.
Na escola, o psicopedagogo pode analisar a identidade da instituição, os papéis e as funções na dinâmica relacional, os conceitos de aprendizagem, ensino, inclusão; o diálogo com as famílias, etc.


Esse tipo de resposta, a de não querer ler, vem ao encontro dos interesses das minorias dominan¬tes. Por certo, não estimulada abertamente; ao contrário, os "sabedores das coisas", na aparência, estão sempre prontos a ensinar a ler. Só que a seu modo. Esse desafio os indivíduos e as socie¬dades carentes como a nossa precisam aprender a enfrentar, começando a ler por conta própria, ainda que a duras penas; exercitando sua memória, não se deixando iludir pela aparente gratuidade das pequenas coisas da vida, porque elas, em última ins¬tância, fazem a nossa história e fazem nossa a História.

No entanto, os avanços tecnológicos e o reconhecimento dos diretos humanos, a educação, a leitura, a escrita possibilitou que o com o desenvolvimento das ciências e dos vários conhecimentos humano, aprender a ler e escrever deixa de ser um privilégio de quem detinha o poder e a riqueza, tornando-se uma preocupação de todos os governos que buscavam o desenvolvimento de todas as classes sociais e uma necessidade da humanidade em preservar tradições, costumes e conhecimentos de todos os povos.
"Há também o caso do filme em branco e preto, em cópia velha, que resulta inesperadamente bom. Uma revista visual¬mente agradável que, de repente, deixa de ter qualquer interesse para nós. Ou um livreco de sebo, meio rasgado e sujo, com péssimo planeja¬mento gráfico, que acaba nos agarrando".Martins (1994. p. 48).


Esta dominação através dos símbolos gráficos perdurou por longos séculos, quando então, Gutemberg inventou a tipografia, permitindo assim que os livros chegassem ao grande público, timidamente, para ganhar, por fim, o lugar que merece.
No entanto a maioria dos povos, principalmente em países considerados de terceiro mundo ou países emergentes, como o nosso Brasil, mantêm-se em pleno século XXI afastado deste instrumento maravilhoso de propagação de saberes e idéias, os livros.
Nesse momento nota-se claramente a necessidade que todo ser humano tem de conhecer e interpretar os sinais gráficos e, de produzir seus próprios textos, conhecer os segredos, pelos menos a linguagem em que ele próprio se comunica verbalmente.
Temos, então, mais um motivo para ampliar a noção de leitura. Vista num sentido amplo, inde¬pendente do contexto escolar, e para além do texto escrito, permite compreender e valorizar melhor cada passo do aprendizado das coisas, cada experiência. Incorpora-se, assim, ao cotidiano de muitos o que geralmente fica limitado a uma par¬cela mínima da sociedade: ao âmbito dos gabinetes ou salas de aula e bibliotecas, a momentos de lazer ou de busca de informação especializada. Enfim, essa perspectiva para o ato de ler permite a descoberta de características comuns e diferenças entre os indivíduos, grupos sociais, as várias cultu¬ras; incentiva tanto a fantasia como a consciência da realidade objetiva, proporcionando elementos para uma postura crítica, apontando alternativas .Martins (1994. . 29)

Ler e escrever são direitos de todo ser humano. Ler e escrever em pleno século XXI não pode mais ser um privilégio apenas dos abastados, dos poderosos, precisa chegarem às classes menos favorecidas, pois é um direito de todos.
Ainda segundo (CONDENARIUM PETRONI, 1980, p.67) "basta salientar que, dois terços da população humana não lê nem escreve, enquanto toda a população mundial fala". Neste sentido, fica claro que, a leitura e a escrita não são características genéticas da espécie humana e, portanto, sua aquisição requer esforço e a existência de um ambiente estimulante.

No entanto, a leitura e a escrita não podem ser isoladas do processo de desenvolvimento da linguagem, que se iniciam logo nos primeiros dias da vida da criança.

1.3 ? Analisando a Realidade Social
É neste sentido que viaja minha pesquisa, verificar ao longo da trajetória de uma vida, como se dá a aquisição do processo da leitura e da escrita nos dias de hoje, principalmente, naquela parcela mais desassistida da sociedade que busca na escola pública a instrução de que precisa.
Dentro do sistema de ensino vigente, sabemos que ainda se pratica o ensino tradicional, voltado exclusivamente para uma abordagem quantitativa, repetitiva, sem nenhuma conceituação científica ou filosófica em que possa se pautar o desenvolvimento cognitivo dos educando.
"No terreno das emoções as coisas ficam ininteligíveis, escapam ao controle do leitor, que se vê envolvido por verdadeiras armadilhas trançadas no seu inconsciente". Martins (1994. P.48)

Neste caminho, me deparei com situações complexas, como dificuldades de interpretar o que lêem, trazendo como conseqüência a falta de compreensão das atividades, ausência de pensamento crítico e constantes ausências de letras, que dificilmente contornar ou minimizar os problemas, mas que me instigam a avançar na pesquisa.
Esta análise da situação se faz necessária. Primeiro, para mostrar que a formação desses professores implica diretamente na solução, ou pelo menos, na minimização do objeto da minha pesquisa. Segundo, para confrontar duas situações, ou melhor, duas maneiras de apresentar aos educando o mundo das letras, dos livros e da escrita.

1.4 ? O Educador no Processo da Leitura auxiliado pelo psicopedagogo

Percebe-se que continua havendo jovens e adultos com dificuldades exorbitantes em ler e escrever, proveniente dos ritmos de aprendizagem muito diferentes de uma para outra. Ou seja, existem crianças que demoram muito a aprender a ler e escrever, outras aprendem mais rapidamente. Partindo deste pressuposto, é necessário incentivar os jovens e adultos para diminuir essas dificuldades apresentadas na leitura e na escrita.
É inevitável que o professor além de compreender todo este processo de construção da leitura e escrita deve trabalhar a partir do pensamento dos docentes, valorizando seu conhecimento prévio e desmistificando a idéia de que o aluno é como uma tábua rasa, uma folha em branco incapaz de levantar hipóteses e formular idéias frente a essa falta de esclarecimento.
Daí a necessidade dos professores de modo geral, ter consciência de que os conhecimentos, para serem ensinados, passam necessariamente por uma transformação em relação aos seus contextos de origem, porém é muito importante evitar que essa transformação perca seu significado.

Ferreiro (2001, p.84) diz que:




"Todos nós que estudamos os processos de aquisição de conhecimento das crianças em diferentes domínios aprendemos que a incoerência Ihes perturba; o que elas buscam são sistemas coerentes. A busca de incoerência caracteriza a criança muito mais do que o adulto."

No entanto a diversidade entre os alunos é enorme e pode-se traduzir em desigualdade de oportunidades frente à escolarização. Pode inclusive, tornarem-se diferenças definitivas se não agirmos positivamente para igualar as oportunidades de todos os alunos quanto ao acesso à cultura escrita. Proporcionando-Ihes uma aprendizagem significativa, a qual, se incorpora a um pensamento.
Neste modelo de aprendizagem, o professor assume algumas tarefas essenciais:
 Oferece um modelo especializado aos alunos, que vêem como ele atua para solucionar determinados problemas.
 Ajuda manter os objetivos da tarefa, centrando a discussão no texto e garantindo o uso e a aplicação das estratégias que tenta ensinar.
 Supervisiona e corrige os alunos que, em um processo cujo objetivo é fazer com que estes assumam a responsabilidade total e o controle correspondente. Portanto, essas tarefas: explicação, demonstração de modelos, participação ativa e guiada, correção, transferência progressiva da competência tornam a aparecer aqui como "chaves Perspectiva Construtivista. (2001, p.102)".

1.5 - Crises na Leitura
A leitura certamente é uma das grandes preocupações do Sistema Educacional e da sociedade de modo geral.
O desinteresse pelos livros e o interesse pela facilidade de acesso às informações oferecidas pelos meios tecnológicos, reforça que os alunos, as pessoas, se preocupem menos com a leitura em livros, dessa forma se torna maior a preocupação dos professores e do sistema educacional na formação de verdadeiros leitores.
"Pelo contrário, enquanto ato de conhecimento e ato criador, o processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito. O fato de ele necessitar da ajuda do educador, como ocorre em qualquer relação pedagógica, não significa dever a ajuda do educador anular a sua criatividade e a sua responsabilidade na construção de sua linguagem escrita e na leitura desta linguagem. Na verdade, tanto o alfabetizador quanto o alfabetizando, ao pegarem, por exemplo, um objeto, como laço agora com o que tenho entre os dedos, sentem o objeto, percebem o objeto sentido e são capazes de expressar verbalmente o objeto sentido e percebido" Paulo Freire 1981p 13.

Por esta razão, muito precisa ser feito para mudar está situação no ambiente escolar e também na sociedade.
A falta de conscientização da importância da leitura faz com que cada vez mais crianças, adolescentes e jovens tenham problema de organização do pensamento na escrita.
A ausência do senso crítico diante da realidade e a falta de opinião do aluno para fazer escolhas podem estar relacionadas à ausência dos livros, uma vez que a formação de leitores implica oferecer livros, cujos assuntos estejam próximos da realidade do leitor com questões significativas na sua vida.
"Eram momentos em que os textos se ofereciam à nossa inquieta procura, incluindo a do então jovem professor José Pessoa. Algum tempo depois, como professor também de português, nos meus vinte anos, vivi intensamente a importância elo de ler e de escrever, no fundo indicotomizáveis, com os alunos das primeiras séries do então chamado curso ginasial". Paulo Freire. (1981. P. 11)

Entretanto, pode-se reconhecer que nem todo professor tem exercícios correspondentes a cada um, ficando para o livro didático essa tarefa, nem sempre satisfaz os anseios dos alunos.
É necessário que os textos lidos pelos alunos sejam adequados às experiências lingüísticas que eles já adquiriram.
E, principalmente, que sejam textos autênticos, isto é, escritos com uma intenção real e não fabricados apenas para expor o aluno a determinadas palavras, mas, que tenham sido bem escritos, para que o leitor não tenha dificuldades geradas pela má construção do texto.
É talvez por esta razão que o livro didático, para alguns professores, tenha tanto valor e para os alunos é sem importância, por trazerem textos inadequados a seus interesses, no entanto, para o professor, facilita seu trabalho de procurar textos para trabalhar em sala de aula.
"A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreendidos, e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita. Visão que urge ser superada. A mesma, ainda que encarnada desde outro ângulo, que se encontra, por exemplo, em quem escreve, quando identifica a possível qualidade de seu trabalho, ou não, com a quantidade de páginas escritas. No entanto, um dos documentos filosóficos mais importantes de que dispomos, As teses sobre Feuerbach, de Marx, tem apenas duas páginas e meia..."Paulo Freire. (1981. p. 12)

É correto afirmar que os livros didáticos desempenham muitos papéis na vida do indivíduo, entre os quais, podem aumentar sua capacidade crítica e promover a pesquisa do assunto por conta própria, dessa maneira ele estará se auto- educando e praticando o hábito da leitura individualmente.
Apesar da evolução da tecnologia, em que a TV e o computador ocupam os espaços destinados aos livros, a leitura não perdeu seu valor e sua necessidade.
Mesmo tendo a tecnologia como referencial, como parâmetro até, do que nunca valorizamos o livro.
E agora, como país de terceiro mundo, o Brasil patrocina programas de acesso ao livro, como podemos perceber com as bibliotecas da série.
"Leitura em minha casa Promovida pelo Ministério da Educação e Cultura, no ano de 2001.
Mesmo assim, as barreiras do acesso à leitura se concretizam, não só por mecanismos de sonegação de material escrito às camadas populares, mas também por mecanismos de distribuição seletiva desse material.
"Mesmo cercado de tal fama, o objeto livro nem sempre convence por si só. Sua aparência também impressiona, bem ou mal. Quem de nós não rechaçou um deles por ser impresso em tipos muito miúdos, por ser muito grosso, ou devido à mancha gráfica compactamente distribuída na página, ao papel áspero e à brochura ou encadernação não se acomodarem às nossas mãos?" Martins. (1994. P. 47)

A crise na leitura não atinge somente aos alunos na fase escolar, mas todo indivíduo na sociedade, que vê o ato de ler como instrumento para a obtenção de melhores condições de vida, e não como uma necessidade prazerosa para o ser humano.

1.6 - O Papel da Escola no Fortalecimento da Leitura
"Como educador preciso de ir "lendo" cada vez melhor a leitura do mundo que os grupos populares com quem trabalho fazem de seu contexto imediato e do maior de que o seu é parte. O que quero dizer é o seguinte: não posso de maneira alguma, nas minhas relações político-pedagógicas com os grupos populares, desconsiderar seu saber de experiência feito. Sua explicação do mundo de que faz parte a compreensão de sua própria presença no mundo. E isso tudo vem explicitado ou sugerido ou escondido no que chamo "leitura do mundo" que precede sempre a "leitura da palavra".Paulo Freire.(1994 p 32.)"

Preparar o aluno ou guiá-lo na tarefa de ler, desenvolvendo um espírito crítico, sobretudo capaz de contestar e opinar sobre o que lê, uma vez que tudo que está escrito não corresponde necessariamente à verdade.
Com esse pensamento é fundamental que a escola ofereça uma grande variedade de texto de qualidade, para que o aluno esteja em contato e possivelmente, não terá fora do espaço escolar.
Uma vez que a escola deve ajudar à criança a tornar-se leitora dos textos que circulam no social, e não limitá-la a leitura de textos pedagógicos, destinados apenas a ensiná-las a ler.
Observa-se na escola que professores, evidentemente, não demonstram tanta preocupação com a formação de leitores eficientes, não é de admirar a preferência dos alunos por leituras bem diferentes daquelas impostas na sala de aula, sem cobrança inevitável dos famosos fichamentos e resumos.

O que é considerado matéria de leitura, na escola, está longe de propiciar aprendizado tão vivo e duradouro? Não é de admirar, pois, a preferência pela leitura de coisa bem diferentes daquelas impostas na sala de aula. Sem a cobrança inevitável. Em geral por meio das execráveis fichas de leitura; cita Martins (1982).

Outra questão, que merece destaque, embora a escola não atente para isso, é que o desempenho inicial da leitura na criança não marca a verdadeira concepção do que deseja ler.
Porém a escola avalia esse desempenho de leitor oferecendo textos fáceis que não terão muito significado para o aluno, esse tipo de atitude da escola pode desenvolver precariamente bons leitores.
Daí então a necessidade da escola, na pessoa do professor rever sua atuação como mediador e incentivador da leitura.
Pois bem, se em que haver gosto e praticidade, é preciso também que exista um mediador entre a leitura e o leitor.
E quem será este mediador? É necessário indagar que leitor é você professor?

1.7 - Família e o Professor em Trabalho em Conjunto
"Não seria possível pôr a rede escolar à altura dos desafios que a demo cracia brasileira em aprendizagem nos coloca estimulando a tradição autoritária de nossa sociedade. Era preciso, pelo contrário, democratizar o poder, reconhecer o direito de voz aos alunos, às professoras, diminuir o poder pessoal das diretoras, criar instâncias novas de poder com os Conselhos de Escola, deliberativos e não apenas consultivos e através dos quais, num primeiro momento, pais e mães ganhassem ingerência nos destinos da escola de seus filhos; num segundo, esperamos, é a própria comunidade local que, tendo a escola como algo seu, se faz igualmente presente na condução da política educacional da escola?.Paulo Freire. (1992. p. 38)

Sabe-se que a criança não se transforma em um leitor de um dia para o outro.
Ela percorre um longo caminho, cujas bases estão nas concepções iniciais sobre o que lê.
Esse caminho se inicia a partir do momento em que as condições do meio lhe são favoráveis.
Por isso, certo número de crianças chega à escola em um estágio avançado do que se refere à aprendizagem da leitura.
Essas crianças tiveram oportunidade de viver num meio letrado, onde as atividades de ler e escrever estavam inseridos no cotidiano escolar.
Para outras crianças, o meio social não proporciona esse suporte de base, e conseqüentemente, iniciam sua escolaridade com uma convivência de diferentes graus de dificuldades em relação àquela criança que viveu no meio letrado.
E esse fato, contudo, a escola não tem levado em conta, que o uso familiar da leitura determina o valor social que a criança dará à escrita e a leitura.
Portanto, a leitura não compete só a uma instituição: escola, mas também à família.
Dessa forma, a família e escola são instituições de peso na influência sobre a leitura.
No seio familiar se constrói diversos conceitos a respeito de diferentes assuntos.
A família talvez seja a primeira mediadora das atitudes e personalidades dos alunos e se falando em leitura é papel, também, da família contribuir neste processo coletivo, pois, se o jovem vê os pais envolvidos e comprometidos com o hábito da leitura, certamente terá um grande interesse em continuar esse hábito na vida escolar.
"O gosto pela leitura se desenvolve muito mais nos docentes que tem quem leia pra ela e que participa de atos de leitura do que naquela que é obrigada a ler, apesar do esforço que faz Teberosky (1995:8. p).
A família deve despertar na criança o interesse pela leitura, oferecendo livros, comentando sobre determinado livro que leu e acharam interessantes ou que viu numa livraria; freqüentar junto com os jovens ambiente em que a leitura esteja inserida.
É importante para a família dar valor para as experiências que os adolescentes trazem da escola ao freqüentá-la, é fundamental para os mesmos que sua família compartilhe dos mesmos interesses.
Considerando as dificuldades de formar leitores, é preciso que o professor trabalhe os problemas específicos de cada aluno, àqueles que nem sempre são resolvidos no ambiente familiar.
É o professor, que observando seus alunos, refletindo sobre sua prática e aprofundando seus conhecimentos sobre a leitura e aprendizagem, pode compreender e atender as necessidades, as suas dificuldades e ao interesse de cada aluno num dado momento.
É necessário que os alunos, progressivamente, enfrentem os desafios da leitura individual, mas para esse desafio, não se deve oferecer textos curtos e fáceis para os alunos que se aventurem na leitura individual, pois, tendo acesso aos textos ricos e bem construídos, poderão descobrir na leitura sua face mais pessoal e prazerosa.
A leitura não deve ser considerada, ainda, uma atividade ocasional, realizada apenas quando sobra tempo, não se deve trabalhar a leitura apenas quando a classe está muito agitada ou faltam muitos livros.
A leitura precisa ocupar horário nobre da aula, para que os alunos percebam que ela faz parte da rotina do trabalho, portanto, sua regularidade precisa ser garantida.
A aula de leitura rotinizada para ser valorizada deve apresentar objetivos claros, garantindo a participação do professor, oferecendo propostas que favoreçam a compreensão da leitura a ser desenvolvida pelos alunos.
Por outro lado, é fundamental a participação do professor, não apenas como receptor de informações fornecidas pelo material a ser estudado, mas também fornecer informações, esclarecer as dúvidas, enfim trocar experiências e conhecimentos adquiridos através da leitura, com os alunos.
A prática da leitura sem objetivos claros torna-se atividade difícil e resistente de ser superada.
A leitura é feita de modo incoerente pelo professor e aluno em sala de aula quando, não há preocupação do professor em tornar a aula de leitura um espaço de integração de formação, num significado único e abrangente.
Convém lembrar que um professor não muda seus métodos de ensino num processo evolutivo da leitura, se não conhece nenhuma outra proposta que favoreça a compreensão da leitura que deve ser desenvolvida no aluno.
Não é possível, também, a existência de uma metodologia de ensino perfeita, adequada a todas as crianças, pois isto será contrário a tudo que se sabe sobre as diferenças individuais no processo de aprendizagem na leitura.














CAPÍTULO II: Análise da Realidade da Escola
2.1. ? Contextualização do Lócus da Pesquisa
Este trabalho tem um significado muito grande para a comunidade escolar porque além de mostrar os problemas relacionados à leitura e a escrita existente no âmbito em questão, pretende trabalhar em prol da melhoria da educação local, faz valer a função da universidade na minha formação enquanto de Psicopedagoga, porque busca observar e analisar a realidade educacional e transformá-la, principalmente, em casos de dificuldades, procurando mudar para melhor, dando à comunidade escolar toda segurança em confiar seus filhos ao trabalho de profissionais que diariamente se empenham em formar pessoas melhores, capacitadas não apenas para o mercado de trabalho, mas para a sociedade que necessita de cidadãos competentes, éticos e responsáveis por suas atitudes.
A Escola Estadual Dom Pedro I, Fundada em 1979, na qual estou fazendo parte do corpo discente como professora da minha área de formação, trabalhando com turmas do Ensino Médio, é uma escola de pequeno porte, está situada à Rua da República, Bairro centro da cidade de Porto de Móz/PA. A escola funciona com turmas de Ensino Fundamental e Ensino Médio. O prédio foi construído pelo governo Estadual, com a finalidade de atender alunos do Ensino Médio, mas em conseqüência a falta de escolas para atender alunos de Ensino Fundamental, adaptou-se dois horários no período que compreende das 07h00min às 10h45min (matutino) e 11h00min às 14h45min (intermediário) e funcionando a partir das 15h00min horas com as turmas de Ensino Médio. O prédio é constituído por nove salas de aula.
Na comunidade onde está situada a escola, uma parcela considerável da população é constituída por analfabetos e semi-analfabetos. Muitos jovens desta pesquisa não tiveram oportunidade de conviver com a escrita e dela se apropriarem. Muitos alunos que freqüentam a escola não tiveram um trabalho de base (pré-escolar), as que passaram pela creche e pela escola infantil também se encontraram com dificuldade em desenvolver suas habilidades lingüísticas. Chegaram ao 1ª ano do Ensino Médio, sem praticamente conhecer os usos e funções da escrita e, conseqüentemente, sem valorizá-la, passam ou passaram por muitas dificuldades em reproduzir os trabalhos propostos e em produzir um conhecimento significativo.
É muito complexo reconhecer uma única variável como a principal responsável pela atuação dos alunos, contudo, é salutar mencionar que muitas vezes a escola não identifica as falhas do seu trabalho, por isso, cabe dar à escola a responsabilidade de oferecer a esses jovens as condições de letramento que até então lhes foram negadas.
Entretanto, esta visão de letramento da escola que está sendo pregada não corresponde ao letramento de que os jovens o adultos usam para identificar as letras na leitura para produzir uma escrita simbólica, sem sentido. É um letramento que o aluno necessita e que lhe interessa, baseada na experiência escolar, na história dos jovens e, não é muito pensar que desenvolvendo a capacidade reflexiva dos discentes a escola estará contribuindo para uma projeção ligada a um futuro prospero e significativo, onde as pessoas entendem o seu mundo, percebem que são sujeitos e que são agentes de seu contexto. Dentre todos os benefícios da leitura e da escrita surge à valorização do sujeito, a valorização da cultura local e a transformação social, papel fundamental da escola.
O trabalho do professor é algo que sempre está sendo colocado em xeque, por conta, das "falhas" existentes no processo ensino-aprendizagem. É sempre mais viável pôr a culpa do fracasso escolar no professor que averiguar o conjunto de fatores ? projeto pedagógico, organização interna do estabelecimento de ensino, objetivos, metas, missão, etc. Poucos professores, pais, administradores escolares percebem que para desenvolver um bom trabalho é preciso que haja consenso em melhorar a educação, é preciso que haja interesses afins. Os profissionais em educação, infelizmente, ainda vêem a educação como um processo individual, autônomo, relacionado apenas ao professor e aos alunos, em sua maioria eles ainda não compreenderam que contribuem diretamente para os resultados da educação nas escolas e, por mais que queiram encontrar um culpado, acabam entrando neste rol.
Isto representa uma grave deficiência que precisa ser reparada cá está a necessidade de se ter um psicopedagogo auxiliando a escola. Os profissionais em educação não devem se eximir da responsabilidade de sua função, visto que, o professor busca um referencial em que possa respaldar seu trabalho, tal como uma organização interna da escola, e encontra uma grande lacuna, que, como conseqüência, prejudica seu desenvolvimento como profissional, tal lacuna necessita de ajuda de um profissional na área ai é que entramos com nossa contribuição de psicopedagogo, quebrando este paradigma de que seus alunos são meros receptores de conteúdos, acríticos, sem senso de julgamento, sem opinião e o mais importante sem personalidade. Não é possível que o trabalho do professor continue isolado da missão de formar pessoas que saibam ler as linguagens do mundo, que consiga identificar os códigos que os rodeiam, que lhe aponte uma tendência adequada para que possa utilizar em seu ambiente e aplicável a nossa realidade.

Apesar dos argumentos em contrário, estou plenamente convencido de que a leitura é um importante instrumento para a libertação do povo brasileiro e para o processo de reconstrução de nossa sociedade. Tal convicção resulta de minhas percepções acerca da evolução histórica da sociedade brasileira, que desemboca, neste agora, em momentos de profundos impasses, claras denúncias e grandes lutas por uma nova ordem social.
Qualquer retrospectiva histórica voltada à análise da presença da leitura em nossa sociedade vai sempre redundar em aspectos de privilégio de classe e, portanto, em injustiça social [?]. (SILVA, 1986, p.11, grifo nosso).

Baseado nestas palavras de Silva ver-se-á que nunca é demasiado pensar em um processo de ensino-aprendizagem sistematizado, voltado para a construção efetiva da leitura e da escrita, valorizando a função da escola em parceria com seus membros e principalmente das observações e contribuições do psicopedagogo, visando a promover a transformação da sociedade com igualdade de condições e de oportunidade para todas as pessoas.
As turmas de 1º ano do Ensino Médio são fontes muito ricas em diversidade cultural, social e econômica. Toda atividade de observação e análise feita nas turmas fornece uma leitura ampla visão da necessidade dos alunos em adquirir um nível de compreensão da leitura e da coerência na escrita.
Níveis de leitura dos alunos do 1º ano do Ensino Médio no primeiro 1 Bimestre até o terceiro Bimestre

1º 2º 3º 4º 5º 6º
Não é possível haver desenvolvimento cognitivo se os alunos ainda permanecerem em um nível bastante baixo de leitura de mundo e da própria vida cotidiana local. É muito difícil para o professor lidar com problemas que já deveriam ter sido sanados em séries anteriores, porém, auxiliado pelos psicopedagogos ao contrário do que se pensa, podem-se ter melhores perspectivas visto que há uma carência muito grande de profissionais preparados para esta tarefa, outra característica significativa nesta realidade é o excesso de alunos nas turmas de 5ª a 8ª série (onde os problemas relacionados à leitura e escrita se arrastam) e, por fim, ainda tem a falta de socialização desses problemas com a comunidade escolar, evitando uma solução coletiva, contribuindo para que se tenha mais alunos com dificuldades de leitura e escrita no 1º ano.
Estas características servem para concluir que a escola trabalha mecanicamente, buscando resultados numéricos (quantidade de alunos aprovados, reprovados, desistentes, transferidos, etc), distante da qualidade que precisa. Isto mostra que a escola não adaptou à situação de Ietramento dos alunos e, assim, passa reforçar a não-valoração da leitura e da escrita.
Compreende-se que para haver o desenvolvimento almejado é necessário que o uso da leitura e da escrita não seja apenas uma rotina e sim uma atitude consciente de cada criança para enfrentar o desafio que o texto apresenta como nova linguagem de declarar os sentidos do livro. E quando há prazer, há desenvolvimento.
Quando o ato de ler e escrever se configura, preferencialmente, como atendimento aos interesses do leitor, desencadeia o processo de identificação do sujeito com os elementos da realidade representada, motivando o prazer da leitura e pela escrita. Por outro lado, quando a ruptura é incisiva, instaura-se o diálogo e conseqüente questionamento das propostas inovadoras da obra lida e interpretada através de suas anotações, alargando-se o horizonte cultural do leitor (escritor em potencial). O dividendo final é novamente o prazer da leitura, agora como apropriação de um mundo inesperado e da escrita como ferramenta de externar o conhecimento adquirido.
O ato de ler e escrever são, portanto, duplamente gratificante. No contato com o conhecimento, fornece a facilidade, a acomodação e a possibilidade do sujeito encontrar-se no texto. Na experiência com o desconhecido, surge a descoberta de modos alternativos de ser e de viver. A tensão entre esses dois pólos patrocina a forma mais agradável e efetiva de leitura.
A criança que viu desde cedo sua casa cheia de livros, jornais, revistas que ouviu histórias, que viu as pessoas gastando muito tempo lendo, que desde cedo brincou com lápis, quando entra na escola encontra uma continuação de seu modo de vida e acha muito natural e lógico o que nela faz.
Quem nunca viu um livro em sua casa, nunca viu seus pais lendo jornal ou revista, que muito raramente viu alguém escrevendo, que jamais teve lápis e papel para brincar, ao entrar para a escola sabe que vai encontrar essas coisas lá, mas sua atitude em relação a isso é bem diferente da criança citada no parágrafo anterior. É a maneira como a escola trata de sua adaptação que pode lhe trazer apreensões profundas, até mesmo desilusões.
Este é o norteador deste trabalho, reconhecer que existem jovens "mais preparadas" que outros no desenvolvimento da leitura e da escrita, mas, que a escola pode trabalhar com essas diferenças sem afetar de maneira preconceituosa os jovens e adultos que encontram muitas dificuldades em apreender o conhecimento relacionado à leitura e a escrita.
Muitas vezes os problemas de aprendizado da leitura e da escrita estão associados a problemas familiares, afetivo, psicológico, disléxicos, motor e até de maturação das estruturas cognitivas. Por tudo isso, torna-se, muito difícil para um professor diagnosticar a verdadeira origem do problema, contudo, a culpa é totalmente direcionada para seu trabalho, é aqui a explicação clara para se ter um psicopedagogo contribuindo neste trabalho, com suas metodologias, em suma, para sua atuação em sala de aula, que muitas vezes deve justificar os índices de aproveitamento da escola contribuindo para que se tenha um diagnostico preciso e que se necessário for se faça um trabalho junto com o professor para sanar o referido acontecimento.
É mais cômodo para o professor conviver com o problema da leitura e da escrita, saber que ele existe, mas que sua atuação é insuficiente para saná-lo e que por mais que tente ousar ou ser um profissional diferenciado, acaba por se tornar um excluído por sua própria classe. Este fato é claramente evidente quando se analisa o contexto escolar, e verifica-se nas palavras dos próprios professores justificando-se essa falta de vontade por melhorias. Alguns professores argumentam que a quantidade excessiva de carga horária que devem possuir para ganhar uma renda que seja compatível à sua necessidade; outros aparentam ser coniventes com este tipo de problema e alegam que a falta de interesse dos alunos pelas matérias escolares é a principal causa do fracasso na leitura e na escrita; ainda existem os professores que preferem dizer que os pré-adolescentes, adolescentes e jovens em geral não possuem noção da verdadeira responsabilidade dos estudos e que esta responsabilidade está somente na cobrança dos pais, que cobram resultados da escola.
Isolados ou não, o certo é que estes problemas se apresentam na escola de várias maneiras, como, na recusa aos trabalhos escolares, pela falta de responsabilidade na entrega dos trabalhos escolares, nos conflitos com outros colegas e com os professores.
Um fato muito marcante durante a pesquisa é que os alunos se mostram sempre muito firmes de sua decisão e capazes de defender seus ideais a qualquer custo. Este tipo de comportamento poderia ser considerado anormal por muitos professores, mas, chamou a atenção por representar o espírito de mudanças que estes alunos trazem inconscientemente. Quando essa energia for direcionada para onde realmente deve ser, o sucesso e a plenitude dos objetivos escolares serão alcançados.

2.2. ? Tabulação dos Dados
Este trabalho foi pautado na organização dos dados baseados nas observações da prática cotidiana do contexto escolar, na análise do cotidiano em sala de aula e em entrevistas realizadas com os professores e alunos que freqüentam a Escola Estadual de Ensino Médio Dom Pedro I no município de Porto de Móz/PA.
Esta análise procurou, desde o inicio do trabalho de pesquisa e coleta de dados, observarem as características que identificam o estabelecimento de ensino, bem como a origem de sua clientela, passando pela qualidade do ensino da leitura e escrita, ponto principal deste trabalho.
Observou-se, durante quase todo processo de elaboração do trabalho que as relações sociais são fundamentais no trabalho docente e que qualquer anormalidade no relacionamento ou na prática educativa, restringe também, as condições de aprendizado significativo. Há um vínculo muito forte entre a escola e a sobrevivência material e cultural. Quando estas características são precárias reflete claramente em sala de aula, juntamente com suas expectativas.
Todo inicio de trabalho é difícil e nas turmas de 1º ano os alunos tendem a ter sua aptidão para ler igualmente constrangidas. Não que sejam, incapazes (salvo pessoas com distúrbio patológico), a questão aí está mais ligada às condições de vida, a nível pessoal e social.

Logo de início percebe-se que quando se fala em leitura e escrita não se está falando apenas em decodificar uma informação, um dado ou transcrever uma idéia ou um fato. Este pensamento deve estar sempre além da sala de aula, pois, até mesmo para entender o verdadeiro sentido das palavras nos jornais, revistas, dos programas de televisão tem que saber ler e interpretar a mensagem. Deve haver um senso crítico sob o fato apresentado. O trabalho docente deve estar voltado para evitar o comportamento acrítico dos alunos, e a tradicional expressão "eu não entendo nada", pois, essa declaração; aparentemente sem sentido, deixa transparecer a falta de conhecimento, revelando um tipo de compreensão intuitiva acerca da leitura. E isso, em ultima instância, demonstra que se trata de alguém que não pratica o ato de ler no seu cotidiano e não tem condições de dar sentido às coisas.



Grau de dificuldades apresentados pelos alunos do1º ano do Ensino Médio



Os resultados da pesquisa sobre "O psicopedagogo: contribuições para o processo de leitura e interpretação na escola D. Pedro I, no 1º ano Ens. Médio" deu a oportunidade de analisar o trabalho dos professores de Língua Portuguesa e das demais disciplinas a partir de um novo prisma, o da prática. Este trabalho foi fundamental para o enriquecimento dos conhecimentos teóricos trabalhados durante todo o Curso de Psicopedagogia e serviu para tirar as conclusões que fortalecerão o meu trabalho enquanto docente e pesquisadora, observando também os fatores que direta e/ou indiretamente interferem na formação do leitor/escritor.

2.2.1 ? A Escola, a Sociedade e o Trabalho Docente na Leitura do Mundo
A Escola Dom Pedro I é um lugar de formação porque o produto do seu trabalho é a formação de jovens e adultos inseridos nas turmas de 1º Ano do Ensino Médio. Embora tenha havido uma burocratização do trabalho escolar, deixando principalmente no professor a sensação de ser mero cumpridor de tarefas (conforme observações realizadas), sua função é, fundamentalmente, um trabalho intelectual de formação das gerações mais jovens da sociedade, ajudando-os a ler as linguagens do mundo.
Atualmente, a escola é uma instituição privilegiada de formação juntamente com a família, a mídia e as novas tecnologias, que concorrem com estas, com grande vantagem na formação daqueles que já são alfabetizados ou leitores de seus signos. No entanto, a escola é a única instituição que atende praticamente toda a população (da zona urbana e rural) em idade escolar, por quatro horas diárias no mínimo, durante duzentos dias por ano, além de atender aqueles que não foram escolarizados na idade própria. O tempo de convívio da criança e do jovem na escola demonstra sua importância e responsabilidade.
Por estas características da vida moderna a escola não pode discutir apenas o conteúdo formal de seus componentes curriculares básicos (Português, Matemática, Ciências, História, e Geografia), mas interagir entre estas disciplinas, promovendo um significado mais amplo e significativo obtido através da leitura do mundo.
A produção intelectual dar-se-á a partir da interação do homem com o meio, com isso, suas experiências vão ganhando significado, desenvolvendo sua estrutura cognitiva, fortalecendo a busca por esclarecimentos (obtidos nas informações dos livros e outros meios de comunicação).
A clientela da escola é diversificada, há uma variedade de alunos pertencentes a várias classes sociais, mas que está todo momento tendo contato, com raras exceções. Através das relações sociais da escola e na escola observou-se que não somente a discussão sobre estes conteúdos mudou, mas, eles se tornaram mais provisórios, como surgem outros componentes com uma formatação mais moderna para o ensino de língua portuguesa, deixando para trás os métodos tradicionais, onde o professor tenta incansavelmente explicar as normas da língua materna para o aluno e o aluno por sua vez, além de não entender nada, ainda acha que a escola não está servindo para sua formação pessoal. Outra característica importante é que tem havido, progressivamente, uma valorização de áreas que envolvem Psicopedagogia, artes e esportes, e em Porto de Moz é fundamental este trabalho de revitalização do trabalho cultural pregando e promovendo o desenvolvimento local, valorizando a arte e o povo local ? função social da escola. Há também uma necessidade entre os professores, de inter-relacionar os conteúdos dos componentes curriculares, fazendo com que o aluno compreenda o conhecimento como próprio de toda ação reflexiva na sua vida, não apenas um dado de informação que a escola tem para fornecer.
Nestas características, a escola passa a discutir as relações sociais que ocorrem em seu âmbito e fora dela com a preocupação que extrapola seu caráter didático e moralizante, promove uma discussão sobre os valores que estão subjacentes às ações nas relações entre as pessoas. Isso porque é exigida do jovem, hoje, uma atitude mais atuante, de decisão sobre a vida cotidiana e de transformação da vida da população de modo geral. Estes cada vez mais cedo são chamados a atuar sobre decisões em suas casas, bairros e cidades. Esse é o sentido da leitura e da escrita para a vida das pessoas, o sentido de transformação e libertação dos mitos que permeiam a sociedade.

2.2.2 ? A Realidade da Prática Docente
A prática docente do Estabelecimento é um intenso labutar que exige do professor mais que manejo de classe, exige uma super atenção aos mais variados tipos de situações que comprometem o trabalho docente, dificultando o processo de ensino e aprendizagem, principalmente do ensino da leitura e escrita, que exige uma atenção especial, análise do contexto e interpretação do código da linguagem.
Historicamente a Psicopedagogia surgiu na fronteira entre a Pedagogia e Psicologia, a partir das necessidades de atendimentos de crianças com ?distúrbios de aprendizagem?, consideradas inaptas dentro do sistema educacional convencional

Um dos problemas mais significativos ao insucesso da prática docente está associado ao comportamento dos alunos que o professor, tenta descobrir as caudas, porém sem a ajuda de um psicopedagogo para acompanhar se tornaria difícil, ou seja, era muito mais difícil. Os estudos realizados mostraram que há muitas evidências de que problemas com o comportamento dos alunos das turmas de 1º ano do Ensino Médio são normais e fundamentais para reprimir a tensão e o nervosismo que os permeia e aflige os adolescentes, pré-adolescentes e adultos. Neste sentido, foram comparados nesta pesquisa os problemas de aprendizagem de alunos de 1º ano com transtorno por déficit de atenção/hiperatividade. Muitos alunos, durante a aula, tendem a incomodar o trabalho docente na tentativa de o professor não os questionar sobre o conteúdo trabalhado, também por isso, é natural que este aluno sempre procure a ajuda dos colegas para esclarecer suas dúvidas ou pedir-lhes que façam seu trabalho.
Outra característica marcante que pode ser apresentada como determinante para a compreensão da dificuldade do aprendizado da leitura e escrita é a distorção série/idade, criando uma barreira muito forte entre o trabalho docente e os resultados obtidos com este tipo de aluno. Para a avaliação do desempenho escolar foram utilizadas observações informais com professores e alunos e as respostas formais obtidas nos questionários de entrevista. Constatou-se que os alunos com faixa etária diferente tendem a ter vergonha de questionar às dúvidas, são mais calados e preferem continuar errando, evitando assim, a participação efetiva do professor em sua formação.
Constatou-se que a habilidade de uso das rotas lexical e sublexical de leitura e escrita, analisada através de testes de leitura e escrita de palavras reais e Inventadas, é muito aquém do que é preciso para o aluno estar plenamente preparado para acompanhar o desenvolvimento do mundo que o rodeia. Ainda é preciso mais empenho das partes envolvidas no processo de ensino-arendizagem.
Os textos mostrados e trabalhados em sala de aula demonstraram um baixo nível de leitura por parte dos alunos, o que não me causou tanta surpresa, contudo, se esperava que a escola possuísse um trabalho articulado ou que oferecesse algum tipo de apoio aos alunos com menor rendimento no processo de construção da leitura e escrita, para que a qualquer custo desenvolvesse com mais labor a tarefa de despertar o aluno para a vida, para as páginas dos livros, para o mundo da leitura e da escrita.
Nas produções escritas que foram propostas muitas falhas foram detectadas, contudo, não se pode jamais deixar de reconhecer o empenho do trabalho dos docentes que se empenham para mudar a realidade dos alunos que ingressam no 1º ano com muitas dificuldades de leitura e interpretação dos temas, nesse sentido, é como se o aluno retornasse a alfabetização para rever sua postura de leitor. Daí a necessidade do reforço escolar em conjunto com os objetivos dos professores.
Os "erros" fazem parte do aprendizado, inclusive, é um ícone de que está havendo mudança de comportamento em relação ao novo, ao aprendizado e ao conhecimento. As trocas de letras visualmente semelhantes, omissões de letras, acréscimos de letras, trocas na seqüência das letras nas palavras, omissões de acentos e repetições de palavras e frases são visíveis em todas as séries pesquisadas, contudo, com freqüência no 1º ano, ao passo de que falta muito para desenvolver com eficácia o trabalho com a lectoescrita.
Há uma diferença muito grande entre falar e escrever. Geralmente as pessoas não apresentam problemas ao falar, a não ser na expressão formal. Os problemas começam a surgir quando tem que produzir textos. Sempre fomos ensinados que escrever bem é escrever certo, é obedecer a regras e normas da escrita, e jamais cometer erros ortográficos. Isso tudo, poda as idéias e a criatividade, por isso, todo momento, escuta-se as pessoas falando que não sabem escrever, que não conseguem pôr suas idéias no papel.
Não basta dominar as regras gramaticais, escrever ortograficamente certo e não ter argumentos e pensamento crítico. É necessário escrever certo, mas também, deve-se saber expressar idéias, sentimentos e conhecimento nos textos que se escreve. No entanto, a escola não estimula o desenvolvimento da linguagem, apenas a impõe desde criança um exagero de normas gramaticais, normalmente associadas a exercícios mecânicos e fragmentados. Sem falar da desvalorização das hipóteses lingüísticas que a criança elabora até a idade escolar.
O desenvolvimento da linguagem e os diferentes dialetos são atualmente uma diferenciação do que é erro ortográfico ou gramatical de erro lingüístico ou dialetal.

A linguagem existe porque se uniu um pensamento a uma forma de expressão, um significado a um significante... Essa unidade de dupla face é o signo lingüístico. Ele está presente na fala, na escrita e na leitura como princípio da própria linguagem, mas se atualiza em cada um desses casos de maneira diferente... (CAGLIARI, p. 30, 1997)

Hoje já se sabe que qualquer criança normal aos sete anos consegue dominar a língua com precisão, apresentando dificuldades na aquisição da linguagem, somente as crianças com problemas biológicos muito serio, causados por patologias neurofisiológicas graves, e mesmo assim, muitas vezes conseguem aprender a linguagem ou reaprendê-la.
Cada comunidade lingüística tem seu próprio dialeto e que cada dialeto tem suas regras específicas. Nesse caso, a escola deverá reestruturar a fala da criança, levar o aluno a perceber a diferença entre o padrão culto e o popular, para depois cobrar a ortografia. O desempenho lingüístico depende da convivência e o aprimoramento da linguagem. Mas a escola não vem fazendo isso, ela discrimina o contexto sócio cultural da criança e conseqüentemente seu dialeto. É visível que a escola não está preparada para trabalhar linguisticamente com cada criança. Os alunos com problemas dialetais são avaliados da mesma forma, que os alunos que tem uma boa estrutura lingüística.
Com certeza, uma criança que desde cedo tem sua casa cheia de livros, onde seus pais lêem constantemente, e que vive neste contexto aprimora muito mais seu dialeto, ao contrário da criança que não tem familiaridade com livros, cadernos, lápis, jornais, revistas e computadores. E a escola não leva em conta esses fatores.
É importante que o professor conheça muito a respeito de linguagem e estar ciente de como se dá o processo de aquisição lingüístico necessário para que as crianças deixem de ser unicamente "falante" de uma língua para tornarem-se leitores e escritores. Pois a aprendizagem da leitura e da escrita faz desenvolver formas particulares de interagir, de se expressar e assumir crítica e criativamente função de sujeito de sua linguagem seja, falando ou escrevendo, lendo ou interpretando.
Deve-se fazer uma "análise e reflexão sobre a língua" para podermos melhorar a capacidade de compreensão e expressão dos alunos, em situações de comunicação, tanto escrita como oral. Compreender que a oralidade, a leitura e a escrita são práticas que se complementam que permitem o aluno a construir conhecimentos, é com o domínio da linguagem que o homem se comunica, acumula informações e produz seu conhecimento, no entanto, é função da escola "? garantir a todos seus alunos acesso aos saberes lingüísticos necessários para exercício da cidadania..." Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa, p. 23, 2001.
Para que cada indivíduo se torne capaz de ler, interpretar, redigir textos ou assumir as palavras em diferentes situações de sua vida, com prazer e motivação.













CAPÍTULO III: Proposta à Escola
3.1 ? Proposta de Intervenção da Leitura
Trabalhar uma única proposta para o ensino da leitura e da escrita na escola é uma tarefa um tanto difícil que requer estudo, compreensão de caso e empenho na tarefa docente, contudo neste trabalho, após as análises realizadas uma alternativa bastante salutar mostrou-se ser eficaz para sanar o problema que afeta a escola em questão.
Analisei vários quesitos, considerados relevantes, dentre estes está o envolvimento dos pais na vida escolar de seus filhos, que pode ser produtiva em parceria com a escola. Os pais podem participar das atividades associadas à vida escolar do filho acompanhados do pscopedagogo, tais como: acompanhar tarefas e trabalhos escolares, ver caderno com as lições da escola, verificar se o filho fez as tarefas, estabelecer horário de estudo, informar-se sobre matérias e provas, entre outras.
Outro aspecto refere-se aos benefícios para os próprios pais da comunidade escolar, que, participando de atividades de leitura conjunta com o filho, podem melhorar a sua leitura. Assim, acredita-se ser possível que pais possam ser mediados em suas atividades de leitura, tornando-se mais proficientes na mesma e utilizando depois os recursos aprendidos, na mediação das aprendizagens dos filhos em casa. Espera-se que um estudo baseado em propostas como essas possam oferecer suporte para um trabalho mais integrado entre família e escola.
Uma das grandes preocupações atuais dos professores é a de tornar a criança, o adolescente e o adulto um leitor maduro. Por outro lado, sabem das dificuldades em levar os mesmos a se interessarem pela leitura. Este trabalho tem, como uma de suas metas, melhorarem a leitura e escrita do aluno, estimulando o relacionamento desse aluno com a leitura do texto.
Partiu-se do pressuposto de que, para que haja prazer em se ler um texto, é necessário que os discentes entendam o que está escrito, e não somente decodifique o texto; que o aluno sinta que o texto traz informações novas, as quais irão compartilhar com seu ouvinte. É necessário que os jovens e adultos percebam que o texto sempre tem algo diferente a ensinar ou, simples social, que são de levar às pessoas informações, conhecimentos e diversão.
Ao instituir um ouvinte para a leitura, está se oportunizando uma facilitação dos aspectos acima referidos. Neste método de trabalho, os professores agem como mediadores, reformulando ou monitorando o processo de compreensão dos alunos. Desta forma os jovens não lerão o texto de qualquer maneira, pois terão entendido para que seu ouvinte também entenda. Nesse processo, ela ativará os recursos de entonação e pontuação, o que, por sua vez, auxiliam na compreensão do texto. Como os alunos fazem previamente a escolha do texto a ser lido e, nessa escolha, eles consideram as preferências dos seus professores, espera-se que os discentes escolham aquilo que para eles faz sentido, ou seja, aquilo que lhes dão compreensão. Assim, a tarefa de leitura, que era solitária e nem sempre pressupunha compreensão passa, dessa forma, a ter cara de uma "contação de história", o que faz dela uma partilha.
O fato de se dar um objetivo para a leitura, parece reforçar o estilo para a leitura e a compreensão dos textos lidos. Aliado a isso, a escolha dos textos por parte dos alunos, a receptividade e a participação dos professores podem se constituir em fortes elementos para quebrar com a sistêmica escolar de leitura obrigatória, aparentemente sem sentido e, muitas vezes, só de decodificação, para se chegar a uma leitura compartilhada, significativa e prazerosa.
Aliado às características relacionadas ao trabalho em conjunto dos outros professores e de um ambiente recíproco está à importância do trabalho docente, onde se encontra a origem pedagógica da leitura e da escrita.
Já foi muito mencionado a relevância do trabalho docente na formação do aluno, mas nesta proposta de trabalho pretende-se dar ao professor a função de reestruturar sua ação frente ao contexto social da comunidade escolar.
Dentre as características importantes nesta proposta de trabalho destaca-se em primeiro lugar, a leitura objetiva, na qual se aborda o que está explícito no texto, fazendo-se levantamento léxico contextualizado (usando as mais variadas fontes de leitura, incluindo imagens); em segundo lugar, a leitura inferencial, na qual o aluno é levado a detectar as inferências, isto é, o que estão implícitos no texto; o terceiro lugar deve ser realizado oficinas periódicas de leitura avaliativa, na qual o aluno extrapola o texto, manifestando sua postura de expectador e passa a ser ator da interpretação e análise do texto, baseando-se nas suas ideologias, seus julgamentos pessoais e suas reações diante das idéias expressas pelo autor. A leitura avaliativa, neste caso, é considerada a ponte para produção do texto. Assim, se o professor conseguir passar da leitura objetiva para a avaliativa estará dando "voz" ao aluno e permitindo que ele seja sujeito do seu discurso.





CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa Bibliográfica e acadêmica nos estabelecimentos de ensino vem comprovar a importância da Universidade na sociedade, mostrando a extrema necessidade da pesquisa para o enriquecimento e o desenvolvimento de profissionais qualificados para atuar na área da educação e principalmente como psicopedagogo, mostrando que a aprendizagem passa por conhecimentos desenvolvidos ao longo da história, passa pelo acúmulo de informações, pela grande cultura nacional e global dos conteúdos escolares e, que estes não ocorrem aleatoriamente e também não estão ao alcance de todos pela grande hierarquia social, contudo, pode-se alterar muitas rotas incessantes que prevalecem no modelo de educação nacional. O ensino não é algo mecânico, mas, uma ferramenta de transformação nas mãos das pessoas que o detém, por isso, a tarefa da escola e de seus representantes deve estar sempre voltada para a produção intelectual de uma massa populacional consciente de seus atos, sendo revolucionário consciente e ativo motivado pela busca do bem comum, para tanto, as palavras da língua culta devem tornar-se os caminhos para a produção do conhecimento, trabalhando também com o interesse das classes menos privilegiadas.
É preciso considerar que os conteúdos escolares não são aprendidos por memorização, o aprendizado precisa ter sentido na vida do aluno. Mesmo o que requer construção conceitual, pode ser de simples assimilação, sem a necessidade de tornar os alunos meros robôs que repetem as páginas dos livros e seus conceitos abstratos.
Desde muitos cedo as crianças aprendem memorizando: nomes em geral (das letras, por exemplo), informações e instruções simples (como "em português, escrevemos da esquerda para a direita"), respostas, a adivinhações, números de telefone, endereços, etc. Mas o grande equívoco, no qual a concepção tradicional de ensino e aprendizagem esteve apoiada nas últimas décadas, é considerar que os conteúdos escolares, de um modo geral, são aprendidos por memorização.
Para aprender a interpretar textos, redigir textos, refletir sobre eles, refletir sobre a escrita convencional, não basta memorizar definições e seqüências de passos a serem desenvolvidos. É preciso exercitar essas atividades com freqüência para poder realizá-las com habilidade, com desenvoltura. Procedimentos ? quaisquer procedimentos ? aprendem-se pelo uso.
A crença do professor sobre como os alunos aprendem ? sua concepção de ensino e aprendizagem ? determina suas formas de ensinar. Além disso, também o seu conhecimento profissional tem grande influência nos resultados do trabalho pedagógico que desenvolve.
Acreditar na própria capacidade é decisivo não só para a aprendizagem escolar, mas também para o desenvolvimento pessoal como um todo. Especialmente quando a proposta pedagógica do professor tem como eixo metodológico a resolução de problemas, considerarem-se capaz de assumir os riscos de experimentar situações desafiadoras (possíveis, porém difíceis) é pré-requisito para a aventura do conhecimento.
O sentimento de incapacidade em geral traz consigo outros tantos sentimentos que comprometem as possibilidades de aprender: falta de respeito por si mesmo, baixa estima e nenhuma autoconfiança. Isso faz com que as pessoas fujam dos desafios e que, quando são obrigadas a enfrentá-los, tenham certeza de que não vão conseguir fazer o que é preciso. Todo professor que já trabalhou com alunos assim sabe que o primeiro passo, nesse caso, é criar condições para elevar a sua auto-estima e para que reconheçam e valorizem os saberes que possuem, localizando exatamente o que lhes falta, pois geralmente acreditam que nada sabem.
A aprendizagem não é resultado apenas de ações pedagógicas especialmente planejadas: a partir do momento em que nasce o ser humano começa a aprender, tanto o que lhe é ensinado de forma intencional como o que pode aprender pelo simples fato de estar vivo, convivendo com outras pessoas em ambientes sociais diversificados. Muitas coisas que sabemos não nos foram formalmente ensinadas.
Quando temos consciência desse fenômeno, nos empenhamos em cuidar do contexto escolar em que as situações de ensino e aprendizagem acontecem. Não podemos formar leitores, por exemplo, se não houver livros e atos significativos de leitura e escrita na sala de aula. Não podemos formar escritores, se convidarmos os alunos a escreverem seus próprios textos apenas ocasionalmente, e somente depois que estiverem alfabetizados. Não podemos seduzir nossos alunos a escrever da forma que sabem se corrigirmos o tempo todo tudo o que escrevem. Não ensinaremos nossos alunos a trabalharem em grupo se essa não for uma meta expressa em atos cotidianos na sala de aula. Não faremos nossos alunos respeitarem os colegas que têm mais dificuldade se não expressarmos, como professores e psicopedagogos, o nosso próprio respeito por eles.






REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. São Paulo, 2. ed. ? Cortez, 1994.

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. 10ª ed., São Paulo, Scipione, 1997.

CALVI, Gian; MARTINEZ, Lucila. Escola, Sala de Leitura e Biblioteca Criativas: Espaço da Comunidade. 4ª ed. rev. e ampl. ? São Paulo, Global, 2004. (Coleção Crianças Criativas).

FERREIRO, Emília. Alfabetização em Processo. São Paulo, Cortez ? 2000.

FERREIRO, Emilia, TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. 4ª Ed. Porto Alegre, Artes Médicas, 1991.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura?. São Paulo, Brasiliense, 2003. (Coleção Primeiros Passos;34).

MORAES, José, KOLYNSKY, Régine. Revista Pedagógica Pátio: A Ciência Cognitiva da Leitura e a Alfabetização. Fevereiro / Abril 2004.

PETRONI. Marilze S. Como Conquistar um Leitor. São Paulo, IBRASA: 2001.

SÁ, Silvia Braga de Castro (org). Os Degraus da Leitura. Bauru-SP: EDUSC, 2000.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura na Escola e na Biblioteca. 2ª ed. Campinas-SP. Papirus, 1986.

TEBEROSKY, Ana. Aprendendo a Escrever: Perspectivas Psicológicas e Implicações Educacionais. São Paulo, Ática, 1995.

TERZY, Sylvia Bueno. A Construção da Leitura. Campinas-SP, Pontes: 3ª ed. 2002.




















ANEXOS
SERVIÇO PÚBLICO PARTICULAR
UNIVERSIDADE MONTE NEGRO - PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ABAITETUBA
COLEGIADO DO CURSO DE PSICOPEDAGOGIA

PESQUISADORA:
Rubemara Baró da Conceição Abreu.

Prezado professor (a), técnico-pedagógico, eu, aluna do curso de Psicopedagogia da Universidade Monte Negro do Pará, estou no processo de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso Monografia, cuja temática:
O PSICOPEDAGOGO: Contribuições para o processo de leitura e interpretação na Escola D. Pedro I, no 1º ano Ens. Médio. Neste sentido e atendendo o que prescreve a Resolução CNS 196/96 que determina que todo e qualquer trabalho realizado com seres humanos necessita de autorização. Solicitamos A v.sª. Que responda o questionário abaixo, caso esteja de acordo em colaborar comigo, neste processo.
Lembro que todos os dados coletados serão trabalhados dentro da ética, resguardando as informações e identificação pessoal.

IDADE: ____________
SEXO: __________
FORMAÇÃO: ________________
FUNÇÃO: ______________
TEMPO DE ATUAÇÃO: ______

1- Para você o aluno que chega à escola, já vem capaz de interpretar e compreender os textos dos livros didáticos?

SIM ( ) NÃO ( )


2- Para você é possível ensinar o aluno a ler sem ensiná-lo a escrever?

SIM ( ) NÃO ( )


3- De que maneira o aluno pode adequar a sua maneira de interpretação às diferentes situações de comunicações?
R=_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4- O Currículo trabalhado nas instituições de ensino básico valoriza a bagagem cultural do aluno que chega à escola?

SIM ( ) NÃO ( )

5- O ensino - aprendizagem da leitura e da escrita trabalhado na sua escola está adequada aos Parâmetros Curriculares Nacionais que prevêem o ensino das variedades das diversidades culturais na escola?

SIM ( ) NÃO ( )

SERVIÇO PÚBLICO PARTICULAR
UNIVERSIDADE MONTE NEGRO - PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ABAITETUBA
COLEGIADO DO CURSO DE PSICOPEDAGOGIA

PESQUISADORA:
Rubemara Baró da Conceição Abreu.


Prezado aluno (a), eu, aluna do curso de Psicopedagogia da Universidade Monte Negro do Pará, estou no processo de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso Monografia, cuja temática:
O PSICOPEDAGOGO: Contribuições para o processo de leitura e interpretação na Escola D. Pedro I, no 1º ano Ens. Médio. Neste sentido e atendendo o que prescreve a Resolução CNS 196/96 que determina que todo e qualquer trabalho realizado com seres humanos necessita de autorização. Solicitamos A v.sª. Que responda o questionário abaixo, caso esteja de acordo em colaborar comigo, neste processo.
Lembro que todos os dados coletados serão trabalhados dentro da ética, resguardando as informações e identificação pessoal.


QUESTIONÁRIO DE ENTREVISTA AOS ALUNOS

01 ? Qual seu grau de dificuldade em relação ao conhecimento da leitura e escrita?
( ) Nenhum
( ) Baixo
( ) Médio
( ) Alto
( ) Outro(s): _______________ Qual: _________________________

02 ? Você participa de curso e/ou oficinas de leitura e escrita, sempre que há em sua escola?
( ) Sim. Por que: _____________________________________________
( ) Não. Por que: ____________________________________________
( ) Às Vezes: Por que: _________________________________________
( ) Nunca: Por que: ___________________________________________

03 ? Em sua opinião, qual o seu nível de leitura?
( ) 3ª série
( ) 4ª série
( ) 5ª série
( ) 6ª série
( ) 7ª série
( ) 8ª série
( ) Inferior, em qual nível_________________________
( ) Superior, em qual nível_________________________

04 ? Você recebe ajuda de seus pais para melhorar sua qualidade de aprendizado na escola? Por quê?




05 ? Você realiza algum tipo de leitura complementar em sua casa, na escola ou em outro ambiente? Por quê?