O projeto político pedagógico se torna realidade: contribuições de Ilma Veiga na construção coletiva

Por Fernando Helder Cassimiro da Silva | 01/05/2012 | Educação

Em seus escritos, VEIGA (1998), traz reflexões acerca da construção do projeto político - pedagógico nas escolas. Destaca-se a construção de um projeto em busca da real qualidade de ensino, em acordo com as especificidades presentes em cada comunidade escolar.

Para isso, precisamos envolver todos os que contribuem com o ambiente da escola: pais, alunos, educadores, funcionários, direção e comunidade social, os quais, num processo de coletividade, encontrem os fundamentos e as necessidades que nortearão o P.P.P. Temos a escola como um ambiente de construção de conceitos, transmissão dos conhecimentos historicamente acumulados e de formação da cidadania de maneira crítica e atuante na sociedade.

Além desse aspecto, a escola é também uma instituição burocrática, a qual, possui profissionais de cunho administrativo, prestam contas de seus investimentos e manutenção do prédio escolar.

 

A construção coletiva do P.P.P. é algo evidente neste processo:

 

“(...) busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explicito, com um compromisso definido coletivamente. (...) o projeto político – pedagógico como um processo permanente de reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade, que não é descritiva ou constatativa, mas é constitutiva.” (VEIGA, 1998, p. 23).

 

Todo esse conjunto que forma a escola busca, através do projeto político -pedagógico, além de qualidade e organização do trabalho pedagógico, uma autonomia que a fortaleça enquanto o sistema de ensino pela comunidade que a cerca e pela assistência que lhe atende as instancias superiores.

Conscientizar-se de que a escola é um local de desenvolvimento crítico e real, onde se almeja acontecerem esses ideais fora do papel, abrangê-lo nas ações da escola como um todo, juntamente com suas finalidades de: cultura, política, sociedade humana, profissional e de formação. Todo esse conjunto que compõe este ambiente faz-se identificar e detalhar seus objetivos a um significado, atingindo de forma eficiente suas determinações enquanto instituição de ensino.

Permeiam assim todas as questões que circundam os ambientes escolares, presentes no P.P.P, desde sua estrutura, planejamento, interação e currículo, efetivando uma ação ideológica presente no contexto social existente, comprometendo-se com o desenvolvimento do indivíduo e sua autonomia, preocupando-se também, com um calendário escolar bem estruturado para organizar toda essa construção.

Necessita determinar, em questões temporais, reflexões entre grupo escolar, formação e oportunizar aos alunos outros espaços, para fazer a escola acontecer dentro de seus interesses pressupostos em seu trabalho de ensino.

Esses momentos reflexivos devem considerar uma autocrítica de todo esse envolvimento, sua construção enquanto projeto, confronto de interesses pela escola e o encontro de solucionar as necessidades presentes.

Ao se conhecer a realidade escolar, nos acionamos em destacar uma avaliação dentro de uma visão crítica, percebendo os resultados de toda a ordem do trabalho pedagógico, pois, ao se ter conhecimento dos problemas que existem em todo o ambiente escolar, compreender e coletivamente diagnosticar tais situações enquanto aluno, educador, sociedade, busca-se o desenvolvimento das capacidades dos alunos, ser consciente das mudanças necessárias a comunidade escolar e do ser cidadão.

O P.P.P implica de maneira significativa na organização do trabalho pedagógico e sua reflexão acerca do cotidiano da escola por ser um processo de construção coletiva, permitindo assim, que se amplie o encontro entre todos os envolvidos com a escola e as mudanças que urgentemente são necessárias em todo o meio que cerca a escola por contextualizar a ação envolvente.

O P.P.P não deve cumprir uma burocracia e nem ficar registrado num monte de papel escrito estacado numa gaveta, é um instrumento essencial na construção da sociedade.

Pensar a educação no terceiro milênio é uma tarefa de compromisso por aqueles que se dizem educadores. Ou assumimos um comportamento revolucionário no sentido de trabalharmos a pluralidade cultural no mundo contemporâneo, reconhecendo que o universo cultural não é somente o capital, mas sim, a formação de um cidadão que se integre a sociedade de forma solidária, crítica, no sentido de transformação, ou trabalhamos no sentido de mantermos a reprodução das injustiças e desigualdades sociais em nosso país. A opção é nossa!

Organizar a escola não somente como um estabelecimento de regras e limites, oportunizando a convivência com respeito, num espaço onde as pessoas tenham prazer em estar e em aprender, onde todos possam aprender juntos. Uma educação integral e integrada.

O projeto político – pedagógico precisa se encontrar nestes aspectos, neste território de construção, sua essência encontra-se presente neste campo de interação e coletividade, sua presença precisa ser constante e significativa para a escola, permitindo sua democratização e sua autonomia.

Palavra-chave: Construção; Projeto Político Pedagógico; Qualidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

VEIGA, Ilma Passos A. Perspectivas para reflexão em torno do projeto político-pedagógico. Campinas: Papirus, 1998.