O Programa de Enriquecimento Instrumental PEI como ferramenta no processo interventivo da Disgrafia.
Por Wilcéa Pereira Stacciarini | 16/03/2020 | EducaçãoWilcéa Pereira Stacciarini
Resumo
O objetivo geral desta pesquisa é destacar a importância do Programe de Enriquecimento Instrumental PEI como estratégia interventiva no atendimento à criança diagnosticada com transtorno funcional denominado Disgrafia. O Conceito de Neuropsicopedagogia, Transtorno Funcional/Disgrafia e apresentação do programa de enriquecimento instrumental PEI são os objetivos específicos. Constatou-se com a pesquisa a importância da aplicação do programa em criança com transtorno funcional, porque contribui para avanços significativos no que se refere ao seu desenvolvimento e aprendizagem, tornando o transtorno funcional denominada disgrafia como elemento motivador para novas aprendizagens.
PALAVRAS- chaves: Neurociências. Neuropsicopedagogia-Programa de Enriquecimento Instrumental – Disgrafia.
1.INTRODUÇÃO
Atualmente é possível deparar com abordagens diversificadas e metodologias infinitas que tentam dar conta do processo de desenvolvimento e aprendizagem, sobretudo daqueles indivíduos que apresentam transtornos funcionais variados, tais como disgrafia, dislexia, transtorno do déficit de atenção e outros.
Dentre as diversas abordagens, destaca-se, a contribuição da Neurociência à área educacional. Esta estabelece as questões voltadas ao funcionamento cerebral, possibilitando desse modo, uma melhor compreensão das diversas capacidades de aprendizagem, vinculadas às intervenções adequadas. Já na área educacional, são
vários os teóricos que permeiam a formação do Neuropsicopedagogo, dentre eles Luria, Piaget, Vygotsky e Wallon. Aliado a estes teóricos surge o programa de Enriquecimento Instrumental-PEI criado por Reuven Feurestein, com o objetivo de possibilitar a reabilitação cognitiva, tornando o tema de várias pesquisas e de estudos na área da Neurociência. O PEI foi elaborado para ajudar as crianças órfãs pós-guerra alocado nos vários campos de concentração na Alemanha pós guerra. Sua metodologia ultrapassa a abordagem Piagetiana por considerar ser possível separar o fator cognitivo da emoção e da afetividade, para ele, ambos influenciam substancialmente qualquer processo de aprendizagem. Este pressuposto é também defendido pela Neurociência quando afirma que a aprendizagem se dá em decorrência da experiência que se faz, pela intervenção de aspectos neurológicos, relacionais e ambientais ao longo da vida. Isto quer dizer que a aprendizagem é o resultado da interação entre as estruturas mentais, o meio ambiente.
Aliado a estas concepções Feurestein cria então a Experiência da Aprendizagem Mediada (EAM) redimensionando totalmente o papel do sujeito que ensina. Fundamentada nos conceitos da Psicologia cognitiva, a EAM visa à intervenção junto ao indivíduo pela mediação promovendo a modificabilidade cognitiva, por meio do desenvolvimento dos processos cognitivos tais como, atenção, memória, percepção, linguagem, praxias e funções executivas.
As falhas decorrentes destas áreas citadas são a principal causa da existência de transtornos funcionais. Considerando que as abordagens pedagógicas não são suficientes para amenizar o prejuízo acadêmico e social decorrente destes transtornos, a EAM tornou-se uma opção de intervenção no cotidiano de nosso trabalho.
O objetivo deste artigo é descrever algumas intervenções realizadas, no âmbito do consultório, com uma criança diagnosticada com transtorno funcional, por meio da aplicação do Programa de Enriquecimento Instrumental-PEI e propor a aplicação dessa alternativa, já que acreditamos na articulação da EAM com elementos fundamentais da Neurociência aplicadas em educação. [...]