O professor como mediador motivacional da leitura

Por Carolina Pessoa Varanda Leite | 02/09/2024 | Educação

           Atualmente motivar os alunos para qualquer tipo de atividade é um trabalho que demanda muito do professor. Quando falamos sobre aprendizagem e leitura isso se torna ainda mais complexo, uma vez que a motivação é um dos fatores para um bom desempenho. Para tanto, o professor, no contexto escolar, tem papel primordial como mediador para a formação do aluno leitor.

          Podemos começar pela definição da palavra motivação, que de forma geral é definido como o que move uma pessoa ou a coloca em ação ou a faz mudar de direção. Portanto, a motivação é compreendida como um impulso que parte do organismo e está presente em qualquer atividade humana. 

         Ao se relacionar com objetos e situações, uma pessoa pode preferir, evitar ou procurar, certas formas de contato e interação. Então segundo alguns autores, podemos entender que a motivação é: Nuttin (1993),  o caráter dinâmico da relação que une o indivíduo com o seu ambiente; Bzuneck (2001) ressalta que há várias formas de compreender a motivação, que pode representar um fator psicológico, um conjunto de fatores  psicológicos  ou  um processo; Neves e Boruchovitch (2004) que “a motivação  pode  influenciar  no  modo como o indivíduo utiliza suas capacidades, além de afetar sua percepção, atenção, memória, pensamento, comportamento social, emocional, aprendizagem e desempenho”.

 Portanto, independente da forma de compreensão, há um ponto em comum que a motivação é o que vai fazer a pessoa continuar ou desistir de um determinado objetivo, e também vai influenciar na persistência para atingir o êxito; pois quando o foco é escolhido, a pessoa irá investir recursos pessoais como tempo, energia, conhecimento e habilidades para que o fim seja positivo. Assim, motivação é o componente essencial para o ser humano atingir os objetivos pretendidos empregando diferentes recursos. A motivação está em todos os aspectos da vido do ser humano, mais aqui em especial, iremos focar no âmbito escolar com foco no ensino-aprendizagem.

          Se olharmos o ambiente escolar, a motivação representa o fator interno que impulsiona o aluno a estudar, a começar suas atividades e persistir até finalizá-las. O que determina a motivação de um aluno são as metas que ele pretende alcançar. Assim, antes de empreendê-las, o indivíduo avalia se essas metas têm atrativos, ou se causam repúdio; quais possibilidades ele tem para atingi-las ou evitá-las, qual vai ser o esforço ou se há outras metas em jogo.

          É preciso que os conteúdos sejam apresentados de uma forma a atrair o aluno, pois a maneira de organizar, a forma de interação, as mensagens passadas pelo professor, a avaliação, está inserida num contexto que pode motivar ou não o educando.

          Um aluno motivado, cada vez mais vai se envolver no processo de aprendizagem, compromete-se e persiste cada vez mais em tarefas desafiadoras. Utiliza-se de diferentes estratégias e busca desenvolver as habilidades de compreensão para dominar novos aprendizados. Sente-se entusiasmado na execução das atividades e tarefas e fica orgulhoso do seu desempenho.

          Por outro lado, a falta dessa motivação, de disposição ou de entusiasmo para o estudo, é uma das maiores preocupações no contexto escolar, esse é um dos fatores que explica desempenho ruim do estudante. Estudos feitos em escolas, mostram que a falta de motivação dos alunos preocupa os professores e apontam que a falta de interesse dos mesmos é a causa principal do mau rendimento e fracasso escolar.

           Se analisar às consequências de alunos pouco motivados em sala de aula, Guimarães (2003, p. 16) cita que, a ausência de motivação “torna o estudante passivo, exercendo pouco esforço e demonstrando baixa persistência na consecução de seus objetivos. Não demonstra prazer ou satisfação em realizar as tarefas escolares e as evita, sempre que possível”. Essa falta de motivação conduz o indivíduo ao aumento de tensão emocional, problemas disciplinares, aborrecimento, fadiga e aprendizagem pouco eficiente da classe.

Não podemos dizer que a falta de motivação vem só do contexto escolar em que o indivíduo está, mas devemos levar em consideração o seu potencial. Para Bzuneck (2001), a falta de motivação dos alunos tem implicações que podem ir além das questões escolares. Partindo da consideração de que o desenvolvimento do potencial de cada indivíduo depende, em certa medida, da aprendizagem escolar. O autor explica que o aluno desmotivado estuda pouco e, portanto, aprende pouco. Tal fato pode favorecer para que se configure uma situação educacional que impede a formação de indivíduos competentes para desempenharem a cidadania e para se realizassem como pessoas. O autor ainda esclarece que, para os problemas relacionados à motivação dos alunos, é necessário considerar os dois aspectos da motivação: o quantitativo e o qualitativo.

Quando falamos no aspecto quantitativo, podemos dizer que ele será maior ou menor. O Aluno por uma vez ou outra diminuí sua motivação em determinado momento, mas é preciso ficar atentos para que essa condição não persista por muito tempo, pois quando se há baixa motivação, os alunos não cumprem as tarefas ou não começam; facilmente se distraem e/ou interrompem a atividade; deixam de participar de trabalhos em grupos, se escondem, ficam desanimados e enfrentam a professora. Temos também o fator contrário, quando esse aluno e super motivado. A expectativa e ansiedade passam a tomar conta desse estudante, a ponte de ficarem fatigados ou ele passa a ter prejuízo quanto a memória e raciocínio, onde seu desempenho e aprendizagem passam a ficar comprometidos. Assim sendo, em termo quantitativo é interessante que se tenha um equilíbrio em nível médio.

No olhar pelo lado qualitativo, as motivações são menos adaptadoras e eficazes. Alunos, motivados, porém não se envolvem por alguma razão com a aprendizagem, assim tendo um desempenho ruim. Podemos citar como exemplo, alunos que terminam rapidamente para entregar, sem se preocupar com a qualidade desenvolvida. Alguns, fazem desse processo para serem reconhecidos como os melhores e não serem vistos como incompetentes. Também existe alunos que ficam extremamente preocupados com a reprovação em determinada disciplina ou série.

Portanto, essa qualidade na motivação, normalmente vem acompanhadas de emoções para o lado negativo, como o medo de fracassar, a frustração, irritação, ansiedade que favorece para um desempenho na escola.

O autor Bzuneck (2001) faz, duas considerações acerca de problemas na motivação dos alunos. A primeira é que não tem como generalizar que um aluno esteja totalmente desmotivado, pois a motivação varia de e depende de muitos fatores, onde um aluno possa apresentar nenhuma ou pouca motivação para determinada área.

          A segunda consideração, é que temos que analisar qual é o grau dos problemas, sendo assim existem casos severos ou simples. Os problemas podem evoluir por diversos motivos, o principal a falta de vontade dos alunos em aceitar a discutir os problemas e a encontrar soluções. Já os casos mais graves acontecem quando os alunos evadem da escola ou quando há recusa em em entrar na sala, fazer ou se esforçar para aprender.

Enfim, a partir de todo o que foi esclarecido, entendemos que uma aluno motivado tem desempenho escolar muito melhor, pois a motivação é um fator determinante para que se consiga o êxito pelos estudantes, em todos os tipos de tarefas diárias, trabalhos, provas, cursos e qualificação profissional. É por isso, que esse tema, “motivação” é colocado sempre em discussões nas escolas, pois quando há falta da mesma, isso implica em pouco investimento pessoal nas atividades e favorece, e muito, para o aumento de fracasso escolar dos índices.

          Podemos dizer que a motivação humana se constitui em um processo complexo. Alguns autores tratam por motivação, outros por motivos e ainda outros como metas, mas independente de como chamem, é um fator interno de cada ser humano, que é utilizado em diferentes momentos da sua vida, principalmente no contexto escolar.

Para o ambiente escolar, a motivação está ligada diretamente com as abordagens sociocognitivas, onde se relacionam com as metas pretendidas.  

Essa meta pode estar associada ao meio externo, onde a motivação está diretamente ligada as atividades desenvolvidas e o aluno relaciona com o eu; com a valorização social e com a recompensa externa, depois de sua finalização. Quando o aluno realiza tarefas com o objetivo de alcançar as metas relacionadas com o eu, ele quer atingir um nível de qualidade estabelecido socialmente, e em geral já procura seus pares. Em geral busca ser melhor que o outro e nunca quer experimentar se é o pior. Vira um meio de competição e ao mesmo tempo evita a humilhação quando há o fracasso.

Quando a meta está associada a valorização social, a relação ensino-aprendizagem fica estreita ou diretamente ligada com a conquista acadêmica.  O emocional fica ligado diretamente, pois existe uma importância grande com a resposta social para sua atuação. Ou seja, essa meta visa como resultado a aprovação de professores, pais ou outros adultos companheiros e para que não se tenha uma rejeição.

No caso de metas relacionadas com recompensas externas, não podemos relacionar com aprendizagem, uma vez que são usados incentivos para se alcançar o objetivo.

Se pensarmos por uma motivação do indivíduo, o mesmo busca realizar as tarefas pelo seu objetivo. Autores cintam que essa motivação está relaciona com a escolha de atividades pelo indivíduo, pois quando realizada proporciona alguma satisfação pelo fato de ser atraente ou interessante. Parte-se de um interesse pessoal, o comprometimento é live e a parte mais importante é a participação nas atividades. Nesse caso a meta não tem pressões externas, internas ou prêmios por sua execução.

“Um indivíduo intrinsecamente motivado procura novidade, entretenimento, satisfação da curiosidade, oportunidade para exercitar novas habilidades e obter domínios. Está implícita nessa condição uma orientação pessoal para dominar tarefas desafiadoras, associadas ao prazer derivado do próprio processo. (GUIMARÃES, 2001b, p. 37).

Já para Boruchovitch (2004), à busca de novidade e desafios do indivíduo intrinsecamente motivado, esclarece que a meta que o sujeito visa alcançar está relacionada diretamente com a experiência do sentimento de autodeterminação e competência, não dependendo de recompensas externas.  A motivação interna, tem uma relação direta e importante com a aprendizagem.

Guimarães, Bzuneck e Boruchovitch (2003, p. 17), citam que na motivação interna:

“é o estado educacionalmente mais desejável, tendo levado diversos autores a trabalhar na identificação dos fatores que a promovem e, por outro lado, que a possam comprometer”.

Quando nos referimos ao ambiente escolar, diversos autores afirmam que é necessário motivar os alunos, é importante levar em consideração que qualquer atividade ou evento que aumente a competência percebida, que instigue a motivação interna e para que esse tipo ocorra é necessária a experiência de autonomia. Esses autores ainda relacionam metas dessa motivação com as metas que buscam alcançar nas tarefas, que são:

- Quando há desejo de acrescentar a própria competência porque se aprendeu algo ou que se vai conseguir melhorar e consolidar uma habilidade. Geralmente, a resposta emocional é de caráter gratificante relacionada à percepção de competência.

          - Quando realiza uma tarefa porque se deseja fazer, porque esta foi escolhida e não porque outro assim o quer. Há resposta emocional gratificante, e porque não se está fazendo algo obrigado.

- Quando é superada a sensação de aborrecimento e ansiedade, porque a tarefa se apresenta como uma novidade que exige concentração por sua natureza. Esta é uma meta altamente gratificante.

Esse tipo de motivação é o mais desejado pelos educadores, pois a satisfação pessoal se dá por parte do aluno. Educandos que apresentam altos níveis de concentração, chegando a perder noção do tempo, se comprometem cada vez mais e não deixam que os problemas do dia a dia interfiram nesse aprendizado; não são ansiosos, uma vez que não há pressões externas ou emoções negativas; mesmo tendo orgulho e satisfação quanto ao seu desempenho, não se preocupam com a repercussão de seus resultados frente às outras pessoas, estão sempre em busca de novos desafios, e mesmo que haja falha, permanecem tentando.

Essa condição até parece pouco provável de acontecer no ambiente escolar. Mas não podemos deixar de falar que para alcançar o sucesso nesse ambiente, o aluno precisa alcançar metas e que representam requisitos importantes na a aprendizagem escolar, pois são elas que determinam o empenho do aluno nas atividades escolares. Pouco ou muito esforço, são necessários diretamente para quem se quer alcançar essa progressão no processo de aprendizagem do educando. 

Quando se quer explicar a falta de motivação, é comum ouvirmos explicações a partir de fatores emocionais, familiares, econômicos, personalidade ou outro fator fora do contexto educacional como o principal responsável disso, onde acaba recaindo que o principal responsável por essa situação é o aluno. Por isso a motivação dos alunos é determinada por uma combinação de fatores que vem de uma interação dinâmica entre características pessoais e o contexto em que as tarefas escolares se desenvolvem. Assim, podemos dizer que o contexto escolar precisa de estímulos, pois se constitui como um dos principais fatores determinantes da motivação alunos.

Até agora falamos sobre motivação na escola, demos o conceito e o foco nos tipos de orientações motivacionais; destacamos os fatores relacionados com no âmbito da sala de aula; A partir desse momento passaremos a focar no professor, na sua figura como mediador para a realização das atividades, principalmente a relaciona a leitura.

A leitura não está sozinha, vem sempre junto com a escrita, que tem função importante quando queremos entender o mundo. Além disso, tem papel fundamental para que o exercício social e de cidadania dos indivíduos. Ao realizar a leitura, a escola oportuniza o direito de participação em sociedade e o exercício da cidadania.

Atualmente, mudanças ocorridas na sociedade colocaram a escola em um papel importante na formação de crianças e jovens. Com pais fora de casa, devido ao trabalho, a escola passou a ser o centro da educação para os educandos. Por isso, apresentar um ambiente rico em leitura, principalmente em práticas, onde os alunos possam sentir o valor e importância do ler, passou a ser papel fundamental da escola.

No entanto, reconhecer que a função de incentivar a leitura seja da escola, também percebemos que existem muitas condições nas escolas públicas que impedem que essa prática seja efetiva. É nítida que as condições de infraestrutura não possibilitam que a leitura seja de fato praticada, a falta de um espaço, sendo biblioteca ou sala apropriada, a conservação e/ou falta de livros e materiais impressos é o que dificulta a realização do objetivo proposto. Apesar de todas essas dificuldades que estão nesse contexto educacional, temos o primordial, que o professor, como figura central para o incentivo da leitura no ambiente escolar. 

Na escola, é ele quem “cumpre a maravilhosa tarefa de ensinar a ler, ou seja, habilitar as crianças e os jovens para servir-se do patrimônio da experiência comum e milenar que a tradição escrita pode oferecer” (SILVA, 2003a, p. 91).

O professor tem um papel importante, quando se trata de leitura na escola, sua responsabilidade está diretamente ligada no processo de ensino-aprendizagem, cabe a ele a motivação para que os alunos entrem nesse mundo e queiram sempre cada vez mais.

Concordamos com Silva, quando afirma que:

“o professor é um elemento chave na formação e no crescimento dos leitores ao longo da escolaridade”. (SILVA, 2003c, p. 21)

Se analisarmos um bom professor, ele sempre irá motivar seus alunos para participar, ativamente de qualquer atividade escolar e não podemos deixar de incluir a leitura. Estimular o gosto pela leitura é um papel do professor, pois o gosto leitor não é desenvolvido, na maioria das vezes, de forma espontânea, é preciso fornecer instrumentos para os alunos de modo que tendam a desenvolver essa atividade.   Sabemos também, que o desenvolvimento e o gosto leitor, é algo que não deve ser especificamente só do ambiente escolar, esse por sua vez deve ser incentivado através do professor para que seja também desenvolvimento em diversos ambientes de modo a acrescentar um aprendizado em relação a leitura.

Para Silva (2003b), as concepções de leitura e a liberdade que o professor tem de interpretar orientam sua prática. O sistema que o professor encontra está inserido dentro de um processo de dependência, sendo normalmente comum que seja estabelecido rotinas, as quais favorecem para que tenha uma diminuição de encaminhamentos no momento da dinamização da leitura.

Fica claro que a leitura na escola ainda é uma atividade sem muita dinâmica e limitada devido as condições disponibilizadas para os professores. Fica evidente a preocupação por parte dos mesmos, com a falta de vocabulário, dificuldade em escrita ou cópia de textos, não havendo, portanto, uma produção de sentido para os textos lidos. Assim, caracteriza que o processo de leitura, acaba sendo uma atividade sem sentido, realidade essa que precisa ser mudada, começando sobre a forma que é ensinado esse tão valioso processo de leitura nas escolas.  

Para fazer um trabalho eficaz e eficiente no campo da leitura deve-se reconhecer quais as motivações, interesses e necessidade que estimulam as novas gerações e compreender o valor da mesma na sociedade. Além disso, qualquer proposta para incentivar a leitura deve ser feita mediante uma leitura crítica das condições de vida dos educandos, de forma a unir ensino e vida, escola e cidadania.

          O ensino de qualidade só é realizado se tiver uma análise objetiva e profunda da realidade em que está inserida, uma vez que a bagagem carregada e os conhecimentos escolarizados por parte do educando o conduzem a compreenderem os problemas sociais.

          Não podemos desconsideram que um aspecto primordial é a reflexão por parte do professor sobre quem se destina o ensino-aprendizagem da leitura, de forma a evitar possivelmente uma improvisação o que comprometeria o processo geral de aprendizado. Silva(2003c) faz a seguinte consideração sobre os os´´iveis problemas quanto ao ensino da leitura:

“As lacunas no ensino sistemático de leitura geram uma série de consequências altamente negativas para a formação dos leitores, que vão desde a frustração pelo trabalho com quaisquer tipos de textos até a falta de competência para o enfrentamento de determinadas leituras exigidas pela sociedade” (SILVA, 2003c, p. 29).

          O professor deve analisar sua ação e ter uma orientação com o objetivo de superar o improviso, que é o que marca o ensino e a promoção da leitura em nossas escolas. Essa ação deve ter como base a função de ensinar a leitura onde sempre há necessidade de se fazer uma reflexão do trabalho realizado. O professor deve apresentar uma sequencia de atividades com textos e leituras que levem a criança a um crescente amadurecimento para enfim ter a autonomia em diversos tipos de leitura.

          Para um trabalho direcionado e eficaz, o professor deve nortear as decisões pedagógicas e didáticas, onde se fazer algumas perguntas básicas é necessário para o direcionamento do seu trabalho: Por que estes textos e não outros? Que tipo de exigências de leitura fazer aos estudantes? De que maneira evitar que as leituras caiam na esfera mecânica e fragmentada? E como avaliar as atividades de leitura?

          Analisando as perguntas observamos que: os textos são de fundamental importância para a leitura. Os textos escolhidos representam um dos pré-requisitos quando se pretende favorecer o surgimento e o crescimento de leitores na escola. No ambiente escolar observamos que é comum a circulação de textos dispersos e fragmentados, dificultando a reflexão acerca de determinados problemas, são repetitivos e não acrescentam nada sobre a vida social e concreta dos leitores. Porém deve-se incluir uma diversidade de textos e o professor precisa escolher gêneros que se relacionem com as experiências, desejos, aspirações e contexto desses alunos, para que assim eles sirvam de instrumentos para dinamizar e favorecer a leitura no ambiente escolar. Além disso, podem facilitar e ampliar a compreensão dos alunos assim fazendo que as competências leitoras sejam elevadas levando-os a autonomia e maturidade acerca da leitura.

          Também se faz necessário que alguns aspectos sejam implementados no dia-a-dia no seu contexto: o início da aula, a organização da atividade, a interação do professor com os alunos e a avaliação da aprendizagem.

           Um dos recursos importantes é a leitura em voz alta, essa por sua vez desenvolve o gosto e o prazer pela leitura. A leitura em voz alta é reconhecida pela eficácia dessa atividade, desde que seja realizada com a diversidade de materiais e de forma sistematizada. A prática cotidiana da leitura em voz alta deve fazer parte do trabalho do professo, assim a sua paixão de ler, conduzirá a criança ao prazer da leitura. O professor deve também, atuar como leitor na sala de aula para que a comunicação com seus alunos, tragam aspectos fundamentais do comportamento leitor.

É preciso que o professor penetre profundamente na sala de aula o comportamento leitor, que leve a oportunidade as crianças em participar de atos de leituras diversos que ele mesmo está realizando, que exista uma relação com eles de leitor para leitor, isso é essencial para que as crianças obtenham esse hábito leitor.

A leitura do professor tem extrema importância no início da escolaridade da criança, quando os alunos ainda não possuem as habilidades necessárias para realizarem por si só. Esse período de leitura diária na sala de aula, vai motivando o aluno a querer adquirir as habilidades para realizar tal exercício sozinho. A medida que o aluno avança nos estudos, a leitura passa a ter novo significado para ele, deixa de ser um espaço de prazer de ler, para transformar no ensino-aprendizagem necessário.

          Apesar da leitura ter uma seriedade e obrigação no ambiente escolar, conforme a escolaridade vai aumentando, observa-se que a leitura em voz alta continua sendo o principal estímulo para os alunos das diversas faixas etárias, favorecendo assim e ampliando o gosto pela leitura.

          A leitura em voz alta já foi definida como uma das maiores fontes de motivação, para as diversas fases dos alunos, mas principalmente para os alunos do ensino médio, que sempre ao final dos estudos mostram-se interessados, atentos e comportados. Alguns estudos mostram que os estudantes gostam de que leiam para eles mesmo quando são adultos.

Professores acreditam na necessidade de se investir e direcionar práticas de leituras no ambiente escolar. Assim, diversas atividades de leituras compartilhadas são necessárias, pois as mesmas proporcionam para o educando a oportunidade de entretenimento, reflexão, surpresa e/ou emoção.

          Experiências mostram que um caminho a seguir na busca da implementação e melhoria da leitura no âmbito escolar, é a leitura em voz alta feita pelo professor como um forte estímulo para os alunos de qualquer faixa etária, pois com esse estímulo diário eles podem desenvolver seu amor pelo ato de ler. Apesar dessa prática ser mais comum nas séries iniciais do Ensino Fundamental, a leitura em voz alta precisa ser resgatada e inserida na prática pedagógica dos professores.

          O professor é o pilar principal para implementar hábitos de leitura no educando de diversas faixas etárias, podem favorecer o desenvolvimento de leitores com estímulos de amor pela leitura e esse é o principal meios para que os alunos descubram esse mundo de alegria e prazer, pois podemos considerar que o ato de ler é uma arte, pois envolve a criação, imaginação e permite a conviver com a beleza, portanto não podemos privar os educando de desfrutar da leitura.

As diversas formas de dinamizar e favorecer a aprendizagem na escola, especificamente na sala de aula pelo professor, liga a proposta em ter alunos motivados para as diversas atividade, em especial a leitura. Esse tipo de motivação é o mais desejado no ambiente escolar, pois envolve interesse pessoal, estando presente o prazer.

Enfim, para que o contexto escolar seja um lugar de aprendizagem objetiva, o professor tem o papel primordial e em destaque na sala de aula. O compreender como são os alunos, como trabalhar e como eles poderão ser motivados está diretamente ligada a ele, pois o ensino-aprendizagem passa diariamente por esse contato no ambiente escolar.

 

 

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