O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA

Por Zeli Mozer da Silva | 17/07/2020 | Educação

RESUMO  

Essa é uma pesquisa voltada a compreender melhor o papel do psicopedagogo na instituição e suas especificidades quanto ao trabalho pedagógico desenvolvido, seja na prevenção das dificuldades de aprendizagem ou ainda no tratamento dessas questões relacionadas ao ensino e a aprendizagem de educandos nos anos iniciais do ensino fundamental. É um profissional que deve atuar com cumplicidade junto aos professores e equipe pedagógica na prevenção das diversas dificuldades de aprendizagem que possam surgir na sala de aula. 

Palavras-Chave: Psicopedagogia institucional. Dificuldades de aprendizagem. Ensino. Aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

O Problema da avaliação escolar envolve todo sistema educacional e, em última analise, os objetivos finais do processo pedagógico. Que tipo de ser humano pretende-se formar? Que tipo de sociedade considera-se desejável? Os métodos utilizados no momento da avaliação condizem com os utilizados para explanar os conteúdos anteriormente? Ao avaliar é possível levar em conta, de forma consciente ou inconsciente, certas metas e padrões? São questionamentos assim que nortearão a pesquisa. Todo sistema educacional faz parte de uma organização social determinada. As concepções de avaliação predominantes na escola frequentemente espelham o contexto histórico e suas opções políticas. A avaliação pode ser utilizada como instrumento de poder e controle, a serviço da passividade, do autoritarismo, da competição, do individualismo, do consumismo, ou a serviço da construção de uma sociedade solidária que liberte cada ser humano para a realização de seus potenciais e, ao mesmo tempo, leve em conta os vínculos entre as pessoas e a integração da comunidade humana. A avaliação não deve ser um fim nem tão pouco um instrumento de coerção ou controle do aluno, mas um instrumento de averiguação de objetivos cumpridos e de revisão do que precisa ser melhorado. Com base nos dados estatísticos do IBGE (2000) ainda há um total de 14,6 milhões de pessoas analfabetas. Por isso a luta constante para resgatar pessoas para sala de aula. São muitos os motivos que levam os jovens e adultos a retornar a escola e o que predomina é a vontade de ter autonomia, ser independentes, ter emprego melhor, etc. retomando seus estudos depois de algum tempo. Este retorno precisa ser avaliado pelo professor de forma cautelosa para conhecer o que o aluno já traz consigo de conhecimento de mundo. Sua bagagem histórica e cultural, pois são fundamentais para o processo de ensino e aprendizagem. Esta sondagem avaliativa precisa ser realizada de forma natural, sem que o aluno se sinta constrangido; já que de inicio eles tendem a se fechar e aos poucos o professor pode ir conquistando. O professor é quem vai ser o motivador, incentivando seus alunos durante o processo de alfabetização e por meio das atividades diária ele já vai fazendo sua sondagem para ter como planejar as futuras ações pedagógicas referentes a cada educando. Nas primeiras pagina o artigo traz um breve histórico acerca da EJA no Brasil. Assim a educação de jovens e adultos vem sendo reconhecida como um direito desde os anos 30, ganhando relevância com as campanhas de alfabetização das décadas de 40 e 50, com os movimentos de cultura popular dos anos 60, com o MOBRAL e o ensino supletivo dos governos militares e a fundação educar da nova republica. Mas somente após Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é que o ensino ganha forças para superar os problemas. 2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Não seria possível descrever sobre a avaliação na modalidade de Jovens e adultos sem que seja realizado um resgate breve acerca do histórico da educação de jovens e adultos no Brasil, elencando um amplo e breve panorama acerca das manifestações ocorridas e suas contribuições o ensino da EJA no Brasil. De acordo com históricos descritos por Correa (2009 p. 15) desde o Brasil colônia já se segregava a clientela que tinha acesso ao ensino, era um ensino elitizado que atendia uma pequena parcela da população, verbalista e enciclopédico, isso fez com que crescesse entre a população brasileira um grande número de analfabetos. Uma das primeiras concepções de EJA é a possibilidade de oferecer a alfabetização de adultos para aumentar as bases eleitorais, pois na época, só votava quem sabia ler. A preocupação com a educação de adultos na reforma de educação Couto Ferraz em 1854 previa a instrução primária de adultos, ainda que nos domingos e dias Santos, e dependia da possibilidade de um professor de 2º grau, de párocos ou professores particulares. De acordo com Correa (2009) a primeira iniciativa que se tem registro no Brasil de escola de adultos foi em 1840, uma escola oferecida pelo arsenal de guerra do Recife destinados aos aprendizes menores e ao operário militar. Em 1869 há outra menção de Educação de adultos com a proposta de criação de escolas noturnas, que poderiam acontecer aos domingos, nas fabricas, de verão. Em 1878 com a reforma Leôncio de Carvalho criam-se cursos noturnos, no Rio de Janeiro, para adultos analfabetos, a frequência era obrigatória, para adultos masculinos, maiores de 14 anos livres e libertos (CORREA, 2009, p.18). Esses cursos tentavam equiparar-se ao ensino diurno sem levar em consideração a especificidade da clientela. Concebiam o ensino como Ascenção social. Já no Paraná a escola noturna surge no ano de 1879 com a sociedade propagadora da instrução atendia as classes operárias. Outras escolas noturnas foram criadas nos municípios e principalmente nas colônias de imigrantes para os adultos aprenderem o português. Com a proclamação da Republica ocorre um efetivo esforço de reduzir os índices de analfabetismo que impedia o país de se tornar uma nação. Em 1915 surge a liga brasileira contra o analfabetismo. Em 1916 Olavo Bilac fundou a liga de defesa que um dos objetivos era combater o analfabetismo. A partir da década de 1940 inicia-se um processo de sociabilização do conhecimento, tenta-se eliminar o caráter elitizante da educação e muitas campanhas em prol da educação de adultos se multiplicavam. Na década de 1950 instituiu-se a campanha de educação rural e a campanha nacional de erradicação do analfabetismo. Conforme obra de SCOCUGLIA (2003) a década de 1960 foi muito promissora, pois contou com o trabalho de Paulo Freire. Houve mobilização entre os artistas, músicos e estudantes que levantaram os movimentos de cultura populares, e o movimento de educação de base (liderado pela igreja católica). Ainda em 1964 foi instituído o programa nacional de alfabetização de adultos pelo governo incorporando as contribuições de Paulo Freire. Na década de 1970 todo aquele avanço foi abafado pela ditadura militar que desconsideravam a manifestação popular. Cria-se o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) que tinha o objetivo imediato de irradiar o analfabetismo. O problema do MOBRAL foi a sua metodologia que previa uma aprendizagem mecânica e superficial, lançando à sociedade um novo problema o analfabeto funcional. Conforme analise de (FRIEDRICH, et al, 2010, p.01) o histórico da EJA no período de 1973 a 2007, houve varias rupturas, mas somente com a nova LDB é que o ensino ganhou mais vivacidade e prevê suprir a educação dos jovens e adultos com caráter emergencial, supletivo e compensatório. Em 1985 o MOBRAL foi extinto sendo substituído pela Fundação Educar. A década de 1990 foi declarada como a “década da educação para todos”. Houve mobilização internacional em torno da EJA e uma maior vinculação com a UNESCO. No Brasil foi extinta a fundação educar dando lugar ao programa nacional de alfabetização e cidadania (PNAC). E no ano de 1997 foi criado um dos maiores e significativos programas atuais de EJA que é o PROGRAMA DE ALFABETIZAÇÃO SOLIDARIA. A nova LDB vem completar este movimento de transformar a educação de pessoas jovens e adultas em uma educação de segunda classe, vejamos agora, quais os artigos da LDB que incidem sobre essa temática. A educação de jovens e adultos é tratada inicialmente no artigo 4º, em dois momentos: Art. 4º O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: l- ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que ele não tiveram acesso na idade própria Vll - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola (LDB 9394/96) Assim, a educação de jovens e adultos pode ser considerada como paradigmática do que poderá vir ocorrer com outros direitos sociais conquistados ao longo deste século. Constituída como direito universal no campo da educação nos últimos cinquentas anos, reconhecida na constituição de 1988, a educação de pessoas jovens e adultas vem esvaziando como política de estado no contexto da atual reforma educativa e perdendo importância como política universal. 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