O Príncipe Chegou...
Por Ailton Ferreira | 19/08/2008 | PoesiasAmo-te, mas não falo de mim.
Tenho medo das entrelinhas...
Viver é perigoso, sim.
E não posso ser tua, sem antes ser minha.
Ajuda-me meu amor, se puder.
Pois sou louca, estranha, contradita, mulher.
Maldito o anjo que me criou assim, desde menina.
Para descobrir-me, preciso de ti, amor. É minha sina.
Levanta-te! Toma teu posto, meu Príncipe.
Arreia o corcel, monta e parte. Te espero.
Rápido! Salte montes, atravesse rios em louca cavalgada,
E chegando, empunha tua espada de aço em ouro banhada.
Mata o dragão que aprisiona meu medo de amar a ti, inteira
E salva-me. Quero ser tua: mulher, amiga, companheira.
Peço ainda, e por fim, meu valente senhor,
Que interceda junto à gentil leitora, ou gentil leitor.
Para que perdoem o poeta que por mim se apaixonou.
E louco em seu sonho de impossível amor,
Imaginou estes meus ditos e seus feitos tentando entender,
O que guardo no coração: Quem sou eu e qual meu querer.
Pobre coitado. Nada entende de equitação ou esgrima,
Não passa de plebeu, e tem por arma somente a pena.
Sei que me ama, é bem verdade. Mas, que me aguarde calado.
De preferência nu e amarrado. Pois que ainda o seu cavalo,
Não passa de um pedaço de vassoura descabelado!