O Preconceito da Linguagem.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 27/04/2013 | Literatura
Preconceito da linguagem.
O professor Marcos Bagno, defende com vigor a língua viva e verdadeiramente falada no Brasil, não corresponde com a linguagem oficial, ensinada nas instituições de educação.
Muito interessante o posicionamento formulado por Marcos Bagno, a defesa com veemência a língua que objetivamente é falada no Brasil.
O preconceito está de certo modo ligado a uma confusão de natureza epistemológica desenvolvida na história da nossa linguagem, entre o que é a linguagem e por outro lado, a gramática.
A explicação dada pelo professor Marcos Bagno é exuberante fundamenta o referido, a língua funciona como um rio que se renova constantemente, igual à dialética de Heráclito.
A respeito da gramática, tudo é muito diferente, sem renovação, é muito tradicional, até mesmo ideológica, essencialmente normativa como a água de poço que não se movimenta, que envelhece, deixa de ser útil a linguagem na sua complexidade das evoluções.
Mais o que é o preconceito linguístico, é antes de tudo uma ideologia de classe social, como se a elite rica não fosse burra, por falar outro idioma dentro da mesma língua.
É alimentado difundido por Instituições de educação e do mesmo modo pelos meios de comunicação. Essas instituições pretendem ensinar o que é de certo ideologicamente.
Sem esclarecer com clareza os instrumentos tradicionais da língua, nao mostrando o que é certo ou errado a esse respeito, resulta tão somente de uma ideologia de convencionalidades.
Não considerando que a gramática normativa, presa aos livros didáticos não tem nela mesma nenhuma substância científica.
Apenas como se fosse um apelido que foi transformado em uma ideologia. É como chamar um determinado homem de Pedro, poderia ser João, Antonio ou qualquer outro nome.
Para entender os preconceitos linguísticos, se é que seja de fato possível o autor propõe fazer um trabalho sério enumerando alguns mitos hoje consagrados pelo mundo da linguagem.
Um deles e talvez o principal, refere à língua portuguesa, como se a linguagem tivesse de fato certa unidade e fora dessa preferência oficial, tudo seria exatamente errado.
Portanto, o não reconhecimento, de outras linguagens associadas ao português e ao modo do povo simples falar. O português brasileiro é o resultado de diversidades de linguagens não oficiais.
A escola tenta impor normas linguísticas como se de fato, fizesse parte da globalidade da realidade nacional.
A questão das classes sociais no Brasil, o verdadeiro motivo das diferenças linguísticas, a linguagem dos faladores dos meios de padrão do verdadeiro português do Brasil são aqueles que são inferiorizados na escala social.
E quem são os falantes das variedades da linguagem oficial a não a ser a classe dominante, no caso específico a burguesia.
Por esse motivo as diferenças ideológicas de classes que representam as mudanças das variedades entre um estilo de português e outro na linguagem comum.
Na verdade reflete o autor, o povo brasileiro não entende o português, essa proposição reflete uma situação concreta do povo.
Denominado complexo de inferioridade de sermos até então dependente da chamada metrópole oficial.
Na verdade o povo brasileiro não sabe português reflete, em contraposição o mesmo autor, isso significa que a linguagem desenvolvida no Brasil é diferente da que é pronunciada em Portugal.
A linguagem que se usa no Brasil é diferente além das complexidades das linguagens, e tem também regras de funcionamento estruturais que não coadunam com a gramática oficial de Portugal.
Na fala cotidiana entre as diversas linguagens aqui do Brasil é tão grande que às vezes tornam impossíveis o entendimento comparativo de umas em relação a outras.
Talvez o único aspecto possível de entendimento entre as linguagens dos diversos português, sobretudo, em referencia a linguagem portuguesa, talvez seja a questão formal, isso porque a respeito desse aspecto a ortografia é a mesma.
O que se pode entender que nenhum dos idiomas é mais certo ou errado, feio ou bonito, são apenas diferentes, a linguagem deve ser entendida exatamente sobre esse aspecto.
As linguagens atendem necessidades práticas, e como as mesmas são diversas, as necessidades da linguagem são diferentes, exatamente nesse ponto que deve ser verificado se o português é certo ou errado.
A questão de o português ser fácil ou difícil, isso não significa quase nada, ideia que a alfabetização consiste em fixar regras, que não significa a realidade da linguagem em si, isso é pura ideologia.
Quando a fala procura representar tão somente o verdadeiro sentido para o real, os fatos que no campo empírico, a necessidade da fala atender o verdadeiro motivo da linguagem não comum, será pelo menos em parte superado essas ideologias.
Todos os que desenvolvem a linguagem de uma determinada língua, seja qual for o seu teor de Ciência do entendimento, significa de acordo com o verbo, o conhecimento fundamental da necessidade da comunidade.
A regência verbal, a situação mais exemplar do uso e ensino tradicional a linguagem, o que não considera o uso comum do português do Brasil.
Tudo isso por causa da cobrança indevida, por parte do ensino tradicional, de uma norma gramatical que não corresponde à realidade da língua falada no Brasil.
O que deve ser colocado, é a questão se as pessoas sem instrução fala o português todo errado, o que é bom ser refletido, que não se deve a um fato meramente linguístico, mas uma prática de política social, que refere especificamente ao desprestigio da classe marginalizada.
Não teve acesso por questões financeiras as formas da linguagem produzida pela ideologia dominante, os bens culturais da elite como classes sociais.
A linguagem que as pessoas populares falam são cheios de preconceitos, caem sobre elas mesmas, o conceito de feiura, pobreza, reflexo de pessoas carentes, quando na verdade é tão somente uma linguagem diferente da que é ensinada nas instituições que representam a elite.
O que deve ser colocado na verdade, que o problema de certo modo não está na fala, mas na classe social, isso sobre um dos aspectos fundamentais.
Em outros fundamentos, a priori a questão não está na linguagem em si, no que denominamos erros de português.
Naquilo que fala como é interpretado ou entendido, quando não representa o lado crítico do objeto em análise, o equívoco não está na linguagem, mas no entendimento, na ingenuidade da leitura das realidades.
A revolução epistemológica da linguagem no sentido burguês dessa revolução só será possível, quando acontecer uma revolução política social e econômica.
Uma relativa equalização das classes sociais, que não precisará naturalmente que essa mudança seja realizada na perspectiva da mudança do sistema capitalista.
O que significa que a produção seja liberal, mas que o resultado das riquezas provenientes desse modelo seja social, isso acontecendo necessariamente acontecerá à relativa equalização da linguagem. Então a questão é meramente política.
Edjar Dias de Vasconcelos.