O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO.

O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO.

 Se alguém me perguntasse quais foram os sentimentos que tive durante a manifestação, bem como quando entrei e me assentei à mesa junto a seis bravos jovens, e os vereadores, eu diria:

Cara... Eles são híbridos....

Alegria por estar presenciando pela primeira vez na vida o povo brasileiro se levantando organizadamente para reivindicar nas ruas, através de gritos, marchas, tudo aquilo que entendem por direito.

Muitos sequer sabiam o que acontecia ali, nitidamente, não sabiam quais poderiam ser as consequências, fossem elas positivas ou negativas.

Outros gritavam a esmo, bradando em alto tom palavras que em nada tinha a ver com a altivez da manifestação, assim como também em nada afetava suas próprias vidas ou da sociedade onde vivem.

Porém alguns choravam, gritavam, agitavam suas bandeiras e cartazes extremamente interessados em discutir seus direitos e ideais políticos e sociais.

Por causa destes, meus olhos ficaram rasos d’água, porque através deles, tudo aquilo que sonhei, estava sendo materializado.

Um sonho que consistia em quebrar aquele velho estigma de que o povo brasileiro é manso e pacífico, que em momento algum vai à luta por seus ideais.

Em Bauru, vi manifestantes vaiarem seus governantes, mas na mesma Bauru, vi manifestantes vaiarem aqueles que desejavam agir com violência e vandalismo.

Vi o povo aplaudindo a postura sensata da Polícia Militar, e esta aplaudir a postura de seu povo.

Não consigo dormir, não consigo parar de pensar.

Pude presenciar e participar da mais legitima manifestação da democracia e cidadania brasileira.

Entretanto, conforme contei logo no início, meus sentimentos são híbridos.

Vou lhes contar o motivo.

Ao mesmo tempo que presenciei toda aquela multidão unida, gritando, marchando, chorando por seus ideais, percebi em boa parte de nossos governantes, mostraram-se muitíssimo pouco interessados ou entusiasmados com tudo aquilo que estava acontecendo nas ruas.

Deixaram transparecer que o que mais lhes interessava naquele momento de tensão era ir para suas casas, tomar um belo banho...

Meus dentes ficaram serrados de raiva, e rangiam a cada momento que ouvia aqueles que o povo confiou seu futuro dizer: “pouco ou nada temos a fazer” para representar e apoiar essa multidão que grita incessantemente nas ruas.

Isso me doeu na alma...

Entretanto, minha alegria ultrapassou a raiva, pois pela primeira vez pude comprovar que aquela frase tão batida, realmente é verdadeira.

O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO.

Bauru, 17 de junho de 2013 

 #BAURUACORDOU