O POSSIBILISMO

Por José Nunez | 03/10/2009 | Literatura

O capitalismo e o consumismo são os pais legítimos do Possibilismo:

Que são os olhos fixados no lucro, olhos cobiçosos dos homens de negocio,

Olhos gulosos que buscam os caminhos possíveis para a especulação e a exploração de lucros imediatos.

O que foi chamado de Modernismo, na verdade, e há muito tempo, é o Possibilismo,

Que nasceu no auge da ganância e nas explorações dos caminhos possíveis.

Tempos em que a vida não é orientada por vocações

Mas se vai por onde dá, e se faz o que tem para fazer.

A continuidade do Possibilismo é este contexto histórico em que vivemos,

Em que buscamos cada dia mais os meios possíveis de sobrevivência.

Tempo de células-tronco, biodivercidade, código genético, aquecimento global, colisão de mundos, detritos espaciais, engenharia genética, aborto, inseminação artificial, máfia verde, inclusão social, globalização, reciclagem, namoro virtual, sexo sem penetração, biocombustível, energia renovável, abdução, casamento gay. Aldeia global, multiculturalismo....

O Possibilismo tem inicio na música comercial, no livro comercial, historia comercial,

A dança comercial, no disco comercial, na bunda comercial, no rosto comercial,

No corpo comercial, na primeira merda do filho da celebridade, na moda comercial, no padre comercial, no programa comercial, a igreja comercial, no lixo comercial, quando o que é de bom gosto, elevado e espiritual, perdeu seu espaço para o lucro.

O Possibilismo é filho legitimo da máquina, e a extensão desastrosa do capitalismo.

O Cristianismo primitivo é o filho legitimo de Cristo, e a igreja a extensão desastrosa do imperador Constantino l.

O Possibilismo geográfico de Paul Vidal de La Blache,

Com a teoria da exploração do espaço geográfico,

Ou espaço vital utilizado por Hitler, se estendeu para a literária, a música, a arte,

O Lazer, a recreação, a moda etc, o Possibilismo é conseqüência natural do Capitalismo, é a exploração comercial de tudo...

Depois da ganância, dos anseios e da liberdade de expressão,

Novas vitrines, novos ricos, novos pobres,

Novas marcas e um novo público consumidor.

Agora somos a sociedade do prazer, tudo pela felicidade, nada de penitências

E sacrifícios, nada de conceitos que atrapalham sermos felizes,Tudo esta sujeito ao prazer.

Se os preceitos religiosos atrapalham, os Mudaremos,

Se Igreja incomoda, a transformaremos,

Se a bíblia incomoda, a reescreveremos,

Somos Possibilistas, e apenas precisamos de Deus quando nos sentimos sós,

Deus se tornou um amigo subordinado

Aos nossos caprichos e necessidade de prazer.

Mas uma coisa ainda nos incomodando, é que parece que existe um Deus furioso na força dos vulcões, um Deus irado que chacoalha a terra, um Deus castigador no sopro furioso nos furações, um Deustempestuoso nas águas do mar, um Deus independente da idéia que tenho a respeito dele, Será que os gregos estavam certos! Será que os índios estavam certos! Será que os negros estavam certos!

O que eu sei é que o modernismo não terá um fim, sem o medirmos com o avanço tecnológico.

Salomão Alcantra

 J. Nunez

Poesia para o novo contexto