O PORQUÊ DE TRABALHAR COM O LÚDICO NA EDUCAÇÃO

Por CARLA ARCE | 11/05/2017 | Educação

INTRODUÇÃO

O objetivo desta pesquisa é que possamos mostrar as crianças o conhecimento de que brincar não é só manusear objetos, e sim participar na construção de um brinquedo, por exemplo, ou desenvolver atividades dinâmicas, a influência dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento das crianças na educação e levantamentos de possíveis melhorias na prática pedagógica dos docentes. O brincar proporciona muitos momentos de extrema aprendizagem e trocas de experiências. O brincar é um direito da criança, assim ela desenvolve suas habilidades em diferentes pontos de vista, desperta sua curiosidade, fica mais esperta, critica e confiante na capacidade de imaginar e dizer o que pensam.

O papel do educador é garantir que a aprendizagem seja continua. Colaborando para o desenvolvimento do individuo em aspectos emocionais, sociais, físicos, estéticos, éticos e morais, pautando seu trabalho com atuação lúdica, onde a brincadeira possa dar espaço para a ação de quem brinca. É na escola que aprendemos a conviver em grupos, a nos socializar e compreendermos como seres humanos, por isso ocorreu a escolha desse tema.

No estágio observatório foi feito uma análise numa instituição particular no município de Sorriso onde foi observado que as brincadeiras são trabalhadas de várias formas. As professoras trabalham muito a brincadeira em sala, através de histórias contadas com fantoche, onde as crianças participam da história, e criam um mundo imaginário e de certa forma dão vida a sua imaginação. O dia mais interessante e esperado pelas crianças é a sexta-feira, pois, é neste dia que elas podem trazer brinquedos de casa, e assim aprender a dividir ou emprestar seus brinquedos, e o que é melhor neste dia é que as crianças ficam livres para escolher do que querem brincar.

Através de um questionário aplicado aos professores do ensino fundamental de 1º ao 4º ano pude perceber que perceber que a brincadeira tem uma alta contribuição para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, leva o aluno a solucionar conflitos cognitivos ou afetivos, ampliando suas possibilidades linguísticas, psicomotoras, afetivas, sociais e cognitivas.

Foi elaborada uma pesquisa e um bate papo sobre gestão em algumas escolas do município, através dos resultados pode-se perceber que o gestor deve estar sempre acompanhando o andamento e visando o sucesso da instituição, o papel do gestor é estar sempre presente para suprir as necessidades e o bom desempenho de sua instituição e o aprimoramento continuo.

O momento da brincadeira possui grande importância, pois contribui para o desenvolvimento do potencial integral da criança. Sendo também o espaço que proporciona liberdade criadora, oportunidades de socialização, afetividade e um encontro com o seu próprio mundo, descobrindo-se de maneira prazerosa.

Partindo do pressuposto através do estágio de supervisão e regência ficou-se mais confiante em seguir nossa carreira de educadora, pois tivemos a oportunidade de por em prática o nosso projeto e obtivemos excelentes resultados, com isso foram adquiridas muitas experiências para nossa formação, conheceu-se a realidade das ESCOLAS, com certeza foi muito produtivo. 

2  O BRINCAR NA EDUCAÇÃO 

"... A criança deve ter todas as possibilidades de entregar-se aos jogos e às atividades recreativas, que devem ser orientadas para os fins visados pela educação; a sociedade e os poderes públicos devem esforçar-se por favorecer o gozo deste direito". (Declaração universal dos direitos da criança, 1959)

 

Associação internacional pelo direito da criança brincar - IPA 1979 (Malta), 1982 (Viena), 1989 (Barcelona)

Os princípios norteadores da Associação Internacional pelo Direito da Criança Brincar - IPA são: 

Saúde: Brincar é essencial para saúde física e mental das crianças.  

Educação: Brincar faz parte do processo da formação educativa do ser humano. 

Bem estar - ação social: O brincar é fundamental para a vida familiar e comunitária. 

Lazer no tempo livre: A criança precisa de tempo para brincar em seu tempo de lazer.

Segundo a psicóloga HELOISA STOPPA a brincadeira passou a ser vista como expressão da criança e a infância na era do Romantismo a ser compreendida como um período de desenvolvimento específico e com características próprias.

As atividades com contos, brincadeiras podem ser muito úteis para ensinar noções de valores e criticar o ócio.

Se registrarmos a história da literatura infantil verá que ela não tem um percurso extenso, pois se dá inicio no século XVII, quando a criança passa ser considerado um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial que a preparasse para a vida adulta.

Segundo FREIRE,

Crianças, quando vão às escolas pela primeira vez, geralmente se traumatizam e acabam chorando por dias seguidos, devido à separação das coisas e pessoas. Acham que por estarem na escola, em um ambiente fechado, perdem toda liberdade que tinham em sua casa. Com o passar dos dias, acabam por se acostumar com o ambiente, arrumam amigos e se dedicam no que melhor sabem fazer: brincar, quando lhes é permitido. (FREIRE, 2002. Pag. 45)

Quando a criança brinca, ela esquece muitas vezes o seu cotidiano, ela acha seus amigos imaginários e com isso ele se desenvolve.

[“...] não significando com isso uma hipertrofia da consciência do eu, mas simplesmente uma incapacidade momentânea da criança de descentrar-se; isto é, de colocar-se em outro ponto de vista que não o próprio” (Piaget apud FREIRE, 2002, p.19).

            Percebe-se que a criança no brincar ela constrói sua realidade adquirindo os espaços, assim ele através das brincadeiras diferencia os objetos ao seu redor.  .

É aceitável que essa centração nela mesma permaneça durante algum tempo, o que não se deseja é que essa autocentração estenda-se por longo tempo, ao decorrer do tempo a autocentração vai sendo modificada pouco a pouco, se o ambiente da escola e da casa lhe permitir que aja em liberdade, sem comprometê-la física e intelectualmente, ela chegará ao 2º ciclo do Ensino Fundamental (FREIRE, 2002 pag. 08).

            As brincadeiras são muito importantes na vida de uma criança, assim ela se sente mais segura e estruturada para estar presente na escola e em sua sala de aula, percebe-se que a criança que brinca ela é mais contente e alegre, assim ela vem mais disposta para as aulas.

As brincadeiras do mundo de rua que se aprende quando crianças também podem ser utilizadas pelos professores. Aprender na rua significa aprender com a vida, ou melhor, com vidas elas enriquecem ainda mais as aulas, esta é uma forma confiável do professor interagir com o cotidiano do aluno (SOLER, pag. 24, 2003).

            Nota-se que o jogo é o ato de faz-de-conta, aquilo que na realidade não foi possível, mas está na mente da criança, uma expressão afetiva que seria o gesto corporal, o momento em que seu pensamento e sua imaginação fluem, tendo um papel semelhante ao de jogo de exercício.

            Segundo FREIRE, 2002, p.118, na escola, "não é possível separar adaptação de jogo, pois enquanto brinca a criança pensa incessante" Mas, com a evolução do brincar, suas descrições verbais passam aos objetos utilizados, procurando reproduzir com materiais o que caracteriza o jogo de construção.  

A improvisação de material é estimular a criatividade da criança para que ela também possa fazer o mesmo, criar um brinquedo do seu próprio gosto. Isto irá despertar o interesse da criança em aprender e a criar algo diferente. Materiais diversificados trazem o lúdico como uma forma de aprendizado e desenvolvimento: "O jogo contém um elemento de motivação que poucas atividades teriam para a primeira infância: o prazer da atividade lúdica" (FREIRE, 2002, p.75).

            Nota-se que os brinquedos são objetos manipuláveis, recursos voltados ao ensino que desenvolvem e educam de forma prazerosa; permitindo a ação intencional, a manipulação de objetos, o desempenho da ação sensória motora e troca na interação, em um contexto diferenciado.

Os brinquedos educativos materializados destinados a ensinar estimulam o raciocínio, atenção, concentração, compreensão, coordenação motora, percepção visual, dentre outras. São brincadeiras com cores, formas, tamanhos, brincadeiras de encaixe, que trabalham noções de sequência; quebra-cabeças que exigem a concentração, memória e raciocínio para juntar uma peça na outra; tabuleiros que exigem a compreensão do número e das operações matemáticas (FREIRE, pag. 36, 2002).

 

            O professor constrói com seus educandos os seus próprios brinquedos assim os educandos aprendem em matemática, a interdisciplinaridade em todas as matérias.

Segundo PIAGET, até os seis ou sete anos, aproximadamente, a criança se encontra na etapa pré-operacional, caracterizada pelo uso da linguagem e pela função simbólica.

Quando as crianças estão brincando de corrida de carro, consertando uma panela, fingindo ser professor (a), médico (a) ou enfermeira (o), entre outros, elas estão nada mais nada menos que reproduzindo papéis  e atitudes que observou nas pessoas mais velhas.

Segundo ESTELA MORA o primeiro brinquedo da criança é seu próprio corpo. Um dos primeiros elementos dentro dela que ela realmente pode usar como tal são as mãos.

As brincadeiras de atividades manuais contribuem para elas adquirirem conhecimento dos objetos e paralelamente as habilidades necessárias para a aprendizagem escolares, como os traços de escrita.

Não é preciso um espaço bem estruturado para que ocorra uma brincadeira, espaços simples se transformam em grandes aliados do educador. 

Consta nos RCNEIs que as crianças precisam de um ambiente que estimule o seu potencial criativo, com ações que priorizem o brincar ou as aprendizagens especificas e ainda que a brincadeira seja uma ação que desenvolve a linguagem simbólica, evidenciando a diferença entre fantasia e realidade. (RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica, Curitiba, 2007, p.99). 

Correr, pular, se arrastar é exemplos de exercícios baseados no desenvolvimento da coordenação motora geral.

A brincadeira consegue mesmo ou com adultos, com bonecos e outro elementos que podem dar suporte ás atividades de imitação, brinquedos que elas possam utilizar para se arrastar, deslocar-se neles de um lugar para o outro, estimula a expressão e atividades motoras.

      Quando a criança estiver doente, é necessária uma atenção especial ao tipo de brinquedo que ela poderá utilizar. Nessa situação, todas as crianças mudam um pouco, ficam mais carentes de afeto e atenção. o brinquedo passa a ser um elemento de grande importância, um simples meio de distração.

Para a criança, o brinquedo é objeto de representação, de ilusão, de ficar bem mais próximo da realidade, é objeto de edificação e um meio de aproximar do seu futuro e de suas necessidades inexequíveis. É o que segue nas próximas linhas; o modo como essas funções está presente na relação da criança com o seu objeto, o brinquedo. e também, como esta relação é importante para a cultura geral e a cultura lúdica das crianças.

Não é difícil encontrar brinquedos que estimula sua imaginação trazendo-lhe distração e novidades, aqui estão alguns exemplos:

  • Instrumentos musicais
  • Contos ilustrados
  • Lápis de cor
  • Bonecos e animais
  • Massa de modelas entre outros

O brincar é aceito como atividade infantil, mas a sua importância não é reconhecida como parte fundamental do desenvolvimento cognitivo, social e outros. 

  • GESTÃO ESCOLAR

Refletir sobre como as escolas estão organizadas é fundamental, mantém relação direta com a transformação da escola e do trabalho docente. O gestor deve visar o sucesso de sua instituição, exercer sua liderança administrativa e pedagógica, visando á valorização e desenvolvimento de todos na escola.

 “O conceito de Gestão Escolar, relativamente recente, é de extrema importância para que se tenha uma escola que atenda as atuais exigências da vida social: formar cidadãos e oferecer, ainda, a possibilidade de competências e habilidades necessárias e facilitadoras da inserção social. Para fim de melhor entendimento, costuma-se classificar a gestão escolar em três áreas, que funcionam interligadas, de modo integrado ou sistêmico: Gestão Pedagógica, Gestão de Recursos Humanos e Gestão Administrativa” (SANTOS, 2006, p.130).

 

Administrar é o ato de planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos de uma organização, de modo que os objetivos propostos sejam alcançados de forma eficiente e eficaz. Sua principal tarefa é interpretar os objetivos e transformá-los em ação empresarial, utilizando-se de recursos e esforços para se atingir os objetivos em todos os níveis da organização (CHIAVENATO, 2000).

O Plano Nacional de Educação – PNE, sonho inserido na Constituição de 1934 pelos Pioneiros da Educação Nova e retomado na Constituição de 1988, foi instituído pela Lei n. 10.172 de 9 de janeiro de 2001, como resultado de intensa participação dos educadores em sua defesa e elaboração. O PNE, seguindo o princípio constitucional e a diretriz da LDB, define entre seus objetivos e prioridades:

“(...) a democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes” (BRASIL, ART. 14, 1988, p.19)

 

A Gestão Democrática é uma forma de gerir uma instituição de maneira que possibilite a participação, transferência e democracia.

A gestão democrática com seus princípios vagos, apenas aponta o lógico, não estabelece diretrizes bem definidas para delinear este tipo de gestão.

Uma vez que o objetivo final da gestão é a aprendizagem efetiva e significativa dos alunos, de modo que, no cotidiano que vivenciam na escola, desenvolvam as competências que a sociedade demanda, dentre as quais evidenciam: pensar criativamente; analisar informações e proposições diversas, de forma contextualizada; expressar ideias com clareza, tanto oralmente, como por escrito; empregar aritmética e a estatística para resolver problemas; ser capaz de tomar decisões fundamentadas e resolver conflitos, dentre muitas outras competências necessárias para pratica de cidadania responsável.

            A prática educativa não se reúne nos educadores, mas num processo social envolvendo todos os agentes na busca de uma educação de qualidade. Na escola, os agentes são todos da comunidade escolar (pais, alunos, professores, funcionários, gestores...); esta instituição além de se comprometer com o conhecimento teorizado busca a formação integral, incluindo-se valores e atitudes, sentimentos e emoções.

Segundo a LDB e o PNE destacam a autonomia dos sistemas de ensino e de suas escolas. Como estratégias privilegiadas de gestão democrática são instituídas os conselhos de educação nos sistemas de ensino e, na gestão das escolas, os conselhos escolares, sempre com a participação da comunidade. (BORDIGNON; GENUÍNO, 1995, p.04-05),

[...], das relações nas quais o indivíduo é considerado em seu papel de cidadão, para a esfera das relações sociais, das relações das quais o indivíduo é considerado na variedade de seu ‘status’ e de seus papéis específicos, por exemplo, de pai e de filho, de cônjuge, de empresário e de trabalhador, de professor e de estudante e até mesmo de pai de estudante, de médico e de doente, de oficial e de soldado, de administrador e de administrado, de produtor e de consumidor, de gestor de serviços públicos e de usuário, etc. (BOBBIO, 2000, p. 67). 

Para democratizar a gestão educacional é necessário que a sociedade exerça seu direito á informação e á participação, sendo que estes deveriam fazer parte dos objetivos do governo e comprometer-se, com a solidificação da democracia.

A democracia requer verdadeira participação na formulação e avaliação da política educacional e sob total fiscalização, e trabalhar junto á comunidade uma gestão de qualidade requer conhecimento sobre legislação.

Segundo LIBÂNIO (2004) muitos princípios da organização do trabalho pedagógico e da gestão escolar engajados numa perspectiva democrática são sustentados a partir: da autonomia das escolas e da comunidade educativa, envolvimento da comunidade escolar no processo escolar, formação continuada para o desenvolvimento pessoal e profissional dos integrantes da comunidade escolar, avaliação compartilhada e relações assentadas na busca de objetivos comuns.

A gestão democrática também comparece na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394/96, no art. 3. Todavia os determinantes econômicos, sociais, políticos e culturais mais amplos é que agem em favor dessa tendência, reforçando o que já fora posto na Constituição. Referindo-se ao pacto federativo nos termos da autonomia dos entes federados, o art. 14 diz que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

[...]

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