O PLANEJAMENTO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO: Um olhar além da ação burocrática

Por Ramiro Wesley Fontes Santos | 30/07/2018 | Educação

RESUMO

O presente artigo foi construído por meio de revisão bibliográfica com ênfase no planejamento para as aulas de Educação Física em ambiente formal. A organização está atrelada ao planejamento escolar e a sua importância neste contexto para o alcance dos objetivos das aulas.

Palavras-chave: Educação Física; Planejamento; Educação Física escolar.

ABSTRACT

The present article was constructed through bibliographical revision with emphasis in the planning for the classes of Physical Education in formal environment. The organization is linked to school planning and its importance in this context to reach the objectives of the classes.

Key-words: Physical Education; Planning; Physical school education.

  1. INTRODUÇÃO

A Educação Física é componente curricular na Educação Básica, etapa essa que é composta por Educação Infantil (Creche e Pré-escola com crianças de 0 a 5 anos), Ensino Fundamental que vai da 1º ao 9º ano e Ensino médio composto por 1ª, 2ª e 3ª sério, conforme presente na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) lei de Nº 9.394/96 de 20 de dezembro de 1996.

A disciplina de Educação Física é mediadora de transformações e mudanças com grande relevância e possibilita a transmissão de conteúdos que irão contribuir no processo de ensino e aprendizagem. O ato de planejar tem total influência nestas ações, pois, o planejamento é uma ferramenta facilitadora para se alcançar os objetivos propostos nas aulas de Educação Física.

Sendo assim, esse trabalho visa expor a relevância e importância no ato de planejar para as aulas de Educação Física na Educação Básica. Diante disso, o objetivo desse estudo é verificar a importância do planejamento para essas aulas.

  1. DESENVOLVIMENTO

O planejamento e sua visão burocrática

No ambiente escolar existem vários desafios e barreiras que aparecem no dia-a-dia, com alunos e professores (recursos materiais precários ou ausência deles, espaço físico inadequado, bem como ação pedagógica fragilizada). Esses desafios esses são relevantes e comprometem o ambiente escolar e a integridade física dos alunos e professores, mas há quem defenda que esse tipo de situação não é empecilho para que as aulas aconteçam, de acordo com Rufino e Darido (2012) a falta de recursos materiais e a falta de instrumentos pedagógicos não são justificativas para que as aulas venham a acontecer de maneira significativa.

. Os desafios podem ser de maiores complexidades, e assim desfavorecer a educação. Como exemplo temos o planejamento que é construído para fim meramente burocrático e em algumas realidades nem chega a ser construído, ou seja, sua construção na maioria das vezes ocorre de maneira homogênea, sendo que o planejamento deveria ser pensado e construído de acordo com a realidade escolar (LIBÂNEO, 2013).

A educação como um todo é um meio em que depositamos uma grande esperança de que possa mudar a realidade do nosso país, pois é na educação que molda o ser humano desde os primeiros dias de vida, e é ela que dá o alicerce à criança, para que seja um bom cidadão. Estreitando esse caminho para a Educação Física, uma vez que esta é uma ponte facilitadora para a formação do cidadão, pois no campo específico de discussão da disciplina, pontos como a formação integral do são levados em consideração, pois a mesma tem como instrumento de estudo o movimento por meio das unidades temáticas (jogos e brincadeiras, lutas, ginástica, esportes e atividades rítmicas e expressivas, (BRASIL, 2015).

Seguindo este viés e apoiando-se nas unidades temáticas, percebe-se que a Educação Física está além do movimento, ou seja, a mesma aborda aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, o que possibilita a disciplina dar subsídio para formação integral do sujeito e ir de encontro para educação do futuro. (MORIN, 2001). Dessa forma, percebe-se a importância no ato de planejar, pois cada público tem sua especificidade e o objetivo deve ser pautado neste aspecto (VASCONCELOS, 2012).

 

PLANEJAMENTO: Da obrigatoriedade às possibilidades

Tendo em vista a obrigatoriedade da Educação Física enquanto componente curricular na etapa da Educação Básica, vale ressaltar que esta obrigatoriedade é defendida e assegurada pela Lei de Diretrizes e Base (LDB) 9.394/96, na qual em seu 1º art. traz que a educação abrange processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e manifestações culturais. (BRASIL, 1996).

Diante da complexidade da educação no aspecto social, identifica-se a importância e relevância no ato de planejar. O planejamento no campo da Educação Física traz uma série de fatores que devem ser considerados, dentre eles temos as abordagens pedagógicas que para Darido (2015), são pensamentos e reflexões, cujo objetivo é dar sentido as aulas de Educação Física, potencializando e contribuindo no processo de ensino e aprendizagem, bem como os métodos de ensinos que, para Tenroller (2006) são meios para o fim, ou seja, contribui para o alcance dos objetivos, e até mesmo unidades temáticas (Dança, Jogos e Brincadeiras, Lutas, Esportes e Ginástica) que são propostos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), devem ser pensados de acordo com a realidade e diversidade cultural do meio em que se pretende aplicar (NEIRA, 2009).

Outro elemento que deve ser bastante considerado na estrutura do planejamento é a avaliação, uma vez que a mesma não tem por finalidade a punição ou repressão dos alunos, mas sim, fazer o levantamento e com este levantamento seja possível mensurar o que se foi proposto, poder apontar se possível ou não ensinar e se aquele ensinamento teve significado. No viés da avaliação, tem-se o destaque da somativa, é o tipo de avaliação que define-se nota através do que foi produzido e construído ao longe de determinado tempo, exemplo bimestre ou semestre, no qual a nota será determinada pela soma dessas produções, a avaliação diagnóstica que tem por finalidade identifica, conhecer, verificar, caracterizar e replanejar e pôr fim a formativa que está além de notas, ou seja, tem por finalidade formar o aluno, ou seja o ato de ensinar (LUCKESI, 2011 citado por NEVES, 2017).

Além dos elementos estruturais, o planejamento deve ser atrativo, a fim de promover a educação significativa, quebrando a visão de que a escola é um ambiente meramenteobrigatório e com fim de apenas se atingir notas e metas que estão associadas apenas aos atos de aprovação e reprovação, e que seus ensinamentos não servirão para as ações sociais no cotidiano. No campo da atratividade, cabe ao professor ser competente didaticamente e metodologicamente, para assim, tornar suas aulas prazerosas e colocar os alunos como centro do processo (SCARPATO, 2012). Bem como tornar seus discentes competentes, para que os conhecimentos adquiridos transcendam os muros escolares, a fim de facilitar e melhorar a vida em sociedade.

Dessa forma, subentende-se que o planejamento é uma ferramenta amiga e auxiliadora do professor, e sua construção deve ser feita por um viés que se apoie neste aspecto e não apenas para fim burocrático, pois, assim irá encontrar êxito na ação pedagógica, além de facilitar o caminho para escola alcançar seus objetivos, os objetivos dos professores e dos alunos. Com esse subsídio, além de gerar aspectos positivos, extingue-se a visão burocrática frente ao planejamento, sendo que esta visão é constante na realidade escolar.

  1. METODOLOGIA

O presente trabalho foi construído por meio de Revisão Bibliográfica ou Revisão de Leitura, para Santos e Candeloro (2006), a Revisão Bibliográfica tem por finalidade expor informações embasadas nas contribuições científicas de autores sobre determinado tema ou conteúdo específico.

  1. COSIDERAÇÕES FINAIS

Entretanto, tanto nas escolas, ou em qualquer outro ambiente a ação de planejar é essencial, considerando os benefícios dessa ação. Em âmbito escolar é não diferente, para que o professor venha a obter êxito na tua ação pedagógica, essa ação deve ser sistematizada, a qual deve ser pautada em conteúdos e objetivos e metas traçados, assim contribuindo para formação do aluno enquanto cidadão crítico e questionador. Fica clara a necessidade em se planejar, sempre buscando atualizações, pois, a formação continuada é essencial haja vistas a frequência de atualizações a todo momento em diversos aspectos e na educação não é diferente, e é por meio do planejamento que se facilita esse árduo processo de ensinar.

É através do planejamento que a escola pode assegurar seus objetivos, bem como os objetivos do professor para o aluno, porém como já ressaltado anteriormente, em alguns casos o planejamento é visto apenas como algo burocrático, e assim muita das vezes o mesmo deixa de ser construído, gerando vazio pedagógico e afastando-se do objetivo maior que é ensinar.

Na disciplina Educação Física não pode ser diferente professores tradicionalistas, sem compromisso com a profissão, consigo mesmo e com os alunos, tornam-se os professores “entrega bola” para que os alunos gastem seu tempo, sendo que o necessário seria educadores que conduzissem a profissão com o que sua bagagem perpassa através do planejamento.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2016.

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996.

DARIDO, Suraya Cristina. Educação Física: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo 2. ed., Cortez, 2013

MORIN, Edgar. Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro. São Paulo: Cortez, UNESCO: 2001.

NEIRA, M. G.; UVINHA, R. R. Cultura corporal: diálogos entre Educação Física e Lazer. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.

NEVES, J. Et al. Avaliação na educação Infantil: acampamento e instrumentos de registros. Revista Exitus,  Santarém/ PA,  Vol. 7,  Nº 1,  p. 374- 400,  set/Dez 2017.

RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; DARIDO, Suraya Cristina. Pedagogia do esporte e das lutas: em busca de aproximações. Revista Brasileira De Educação Física/SP. v.26, n.2, p. 283-300, abr./jun. 2012.

SANTOS, V. D.; CANDELORO, R. J. Trabalhos Acadêmicos: Uma orientação para a pesquisa e normas técnicas. Porto Alegre/RS: AGE Ltda, 2006. 149 p.

SCARPATO, Marta. Didática e Desenvolvimento Integral. 1ª ed. São Paulo, Avercamp. 2012.

TENROLLER, Carlos Alberto. Métodos e planos para o ensino dos esportes. Canoas: Ulbra, 2006.

VASCONCELOS, Celso. PLANEJAMENTO: Projeto Político de Ensino-aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. São Paulo: Libertad, 2012.

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