O Peso da Inconsciência
Por Miguel Pedro Lousa | 31/01/2013 | CrescimentoHoje no meu quarto, na cadeira e na postura do costume, estava eu a ver o último episódio da 3ª série de Californication. Para quem não vê a série, pensa que é um monte de foda e javardice até dar com pau, e pensa bem, embora no meio de tantas gajas nuas, foda, bebedeira e porrada, a série tem uma mensagem que me deixou a pensar muito na minha vida, e como sabem quando penso é que é o caralho. Esta mensagem funciona tal e qual como uma balança, onde vamos pesar o que temos e o que não temos. Vou fazer duas pesagens, uma há uns 2 anos e outra agora. Vamos começar pelo que já passou... Quem era eu há 2/3 anos atrás?! Bem, o rótulo pouco mudou, por isso saltamos já para o conteúdo. De conteúdo, era um miúdo engraçado, mas aquele engraçado com um pequeno toque de arrogância, normal da idade, isto porque já pensava que sabia tudo e nada mais tinha a aprender, aliás pensava que toda a gente era minha amiga. Prato positivo da balança está, resumido, mas está. No prato negativo, só tenho mesmo aquele desejo adolescente estúpido de crescer. Á medida que o tempo foi passando, muita coisa foi passada do positivo para o negativo, não quero com isto dizer "Ah, sou um coitadinho! Tenham pena de mim!", porque não é nada disso que quero dizer. Portanto, nos dias de hoje, e começando pelo prato "mais cheio e pesado", ou seja, o negativo, temos a data de gente que percebi não ser minha amiga, bem pelo contrário, ao fim ao cabo, também não era amigo deles, amizade fachada. Calma, ainda há a acrescentar que me apercebi que estava muito longe de saber tudo na vida, e, quando muita da nossa felicidade se transforma em infelicidade, não conseguimos rir tanto como costumávamos ao ponto de as pessoas pensarem que somos demasiado sérias. A verdade é que tanta coisa aparentemente positiva, ia dar uma coisa realmente positiva, que é a felicidade, apesar de tanta coisa que vivíamos e pensávamos na altura ser aparente, a felicidade criada pela fachada nunca é aparente. Para "contra peso" da balança "antiga", posso dizer que tenho coisa pouca no prato positivo, como saber muito mais da vida, aliás estes 2/3 anos foram como 5 ou 6 anos de vida, porque vi para além de rótulos, aparências e todas essas merdas que, tal como comer um pão e beber água, deixa-nos de barriga cheia, mas mal alimentados. Podem perguntar porque raio me apercebi disto tudo. O que me faz sentir pior é não ter dado importância a quem a merecia, porque tal e qual como vi na série, atitudes e consequências não existem na mesma dosagem, porque vos garanto que uma pequena atitude, mesmo que inconsciente, vai ter consequências bem maiores que a importância da nossa atitude, ou mesmo instinto. Óbvio que não podemos pensar a nossa vida ao pormenor da mais pequena atitude, no entanto temos de ter sempre em conta as pessoas que nos rodeiam, mais concretamente as que gostam de nós. O que aconteceu é que fui tendo uma data de atitudes que nunca pensei que fossem chegar ao ponto de perceber que devia ter preservado melhor as minhas verdadeiras amizades, embora eles continuem ao meu lado, lá está verdadeiros amigos, descurei-me um bocado na minha parte. Neste momento, o "fantasma" que mais me atormenta é ter dado certas pessoas como garantidas e pensar que esperavam por mim o resto da vida. Embora, eu veja nos olhos dela que ainda tenho algo que ela gosta, para já não é suficiente para ela voltar atrás. Dói ter de a ver com outro, é verdade, mas a culpa de hoje sentir essa dor é unicamente minha. O conselho que tenho a dar, é simples de ser seguido, se tivermos humildade suficiente para compreender que não somos nada sem as pessoas de que mais gostamos ao nosso lado para nos apoiar. A ganância de ter admiração do maior número de gente, é um grande erro que muitos cometem, mas o mais importante é ter admiração dos que mais gostamos. Acima de tudo, amar quem nos ama.