O PERIGO DA PRESUNÇÃO

Por Paulo de Aragão Lins | 19/06/2009 | Bíblia

O PERIGO DA PRESUNÇÃO

 

“Certamente este negócio foi descoberto”. (Êxodo 2:14)

 

Moisés desejou fazer uma obra para Deus fora de Sua vontade.

 

Era evidente que ele seria o libertador do povo de Israel.

 

Mas, não com seus próprios métodos. Teriam que ser os métodos de Deus.

 

Os métodos de Deus são surpreendentes e estranhos. São originais e inesperados.

 

Dentro da vontade superior de Deus, Moisés pôde decretar a morte de milhares de egípcios.

 

Não obstante, dentro de sua vontade própria, limitada e conflitante, matar um só egípcio constituiu-se em pecado.

 

E o pior: Moisés, semelhante a muitos, imaginou que podia encobrir seu pecado.

 

Dolorosa foi sua surpresa, ao ser rejeitado pelo seu povo, e pelo mesmo Deus que o chamara.

 

Na hora de matar o egípcio, ele “olhou a um e a outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia” (Êxodo 2:12).

 

Não havia ninguém ali, no entanto seu pecado foi descoberto.

 

Dentro do programa de Deus ele voltou mais tarde, e apenas com uma vara na mão, invadiu o Egito e venceu a todos.

 

Porque Deus estava com ele. Deus o estava respaldando e cumprido seu majestoso propósito.

 

Quem havia descoberto aquele “negócio”, como o definiu Moisés?

 

Não sabemos. O que sabemos é que o velho ditado de “mato tem olho e parede tem ouvido”, cumpriu-se cabalmente na trama frustrada de Moisés.

 

E para que o evento se tornasse mais dramático, até mesmo o Faraó, em seu trono, ficou sabendo de tudo.

 

E isto porque Moisés viu que não havia ninguém a observá-lo.

 

Que engano impiedoso!

 

“Certamente este negócio foi descoberto!”:

 

Esta frase tem cortado os séculos. Tem sido repetida na consciência de inúmeros seres semelhantes a Moisés.

 

Deus aprecia homens ousados.

 

Mas, só depois que são enviados por Ele.

 

Antes de serem enviados suas obras, por mais bem intencionadas que sejam, transformam-se, fatalmente, em ações mortíferas, trágicas e vazias.

 

O problema maior é que o ser humano detesta esperar.

 

O sentimento existencial de urgência permeia cada fibra do seu ser.

 

Muito são incapazes de entender que um pequeno período nas mãos de Deus, fazendo o que foi por Ele determinado, vale mais do que uma existência inteira de tentativas.

 

Não dando golpes no ar, mas acertando o alvo.

 

Moisés aprendeu a lição pela via mais difícil.

 

E diante da sarça ardente, submeteu sua vontade e seus talentos e conquistou três reinos.