O PEDAGOGO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: UMA ANALISE DA ATUAÇÃO TRANSFORMADORA NA ESCOLA ATUAL.

Por soiara vaz de oliveira rodrigues | 05/05/2016 | Educação

O PEDAGOGO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: UMA ANALISE DA ATUAÇÃO TRANSFORMADORA NA ESCOLA ATUAL.
RODRIGUES, Soiara Vaz de Oliveira – UTP
Soy811@hotmail.com
Orientador: Prof. Dr.ª Maria Marlene Pasqualotto.
Resumo
A experiência do curso de Pós em Pedagogia Social (UTP) possibilitou um processo formativo e cultural que ocorre além das salas de aula, proporcionando conhecimentos e exigiu uma postura crítica e reflexiva frente às diversas realidades que nos sãos apresentados. Este trabalho objetiva analisar a história do Curso de Pedagogia e a inserção da Pedagogia Social nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN's). Deste curso, levantando dados referentes a atuação do Pedagogo frente aos desafios da educação contemporânea dentro das escolas, para subsidiar cursos de formação continuada, que possam atender os desafios da escola contemporânea. A metodologia utilizada foi qualitativa, constando de fundamentação teórica da temática e de análise dos questionários aplicados aos professores, coordenadores e alunos envolvidos em 4 escolas no estado do Paraná e no município de Campo Largo bairros CIC e Centro de Campo Largo/Pr. Os dados levantados nos mostram que ambos não compreendem o papel do pedagogo social como agente de prevenção e transformação e confirmam a necessidade deste profissional apenas para solucionar conflitos de drogas e violências e que a formação dos pedagogos na escola atual, necessita transcender os processos de ensino e aprendizagem para um olhar mais amplo, de cidadania.
Palavras – chaves: Formação de educadores, Pedagogia, Pedagogia Social.

Introdução
As reflexões teóricas nos cursos de Pedagogia (Licenciatura) no Brasil, sobre Pedagogia Social ainda é embrionária e durante muito tempo foram ignoradas. Somente há poucos anos atrás as universidades brasileiras começaram a se voltar para o estudo dos fragmentos historicamente excluídos que quer dizer com isso?. Mesmo com os documentos das Políticas Educacionais brasileiras contemplando a democratização da educação e a qualidade de ensino para todos, ainda existem contradições e distanciamentos significativos entre o universo das leis, das ideias e das práticas realizadas. Com intuito de levantar a discussão da Pedagogia Social para educação, sobre a necessidade do olhar social dentro das escolas visando os desafios que hoje é posto, iniciamos com leituras que nos deram subsídios para confirmar nossa inquietação em relação a construção de uma escola mais justa em uma sociedade desigual.
Breve história do Curso de Pedagogia e a inserção da Pedagogia Social nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN's).
Machado (2002), Silva (2006), e Ferreira (2006), estudiosos da Pedagogia Social no Brasil analisando as estruturas curriculares tradicionais e estruturas de currículos mais atuais dos cursos de Pedagogia, e sobre estes concluíram que existem novas concepções de educação as quais envolve a Pedagogia Social. Segundo esses autores, as indicações de currículos mínimos como referências nacionais para os cursos de Pedagogia foram marcadamente impostas em três regulamentações nos anos de 1939, 1962 e 1969. A ideia do currículo mínimo proposto nestes períodos discutia que havia pouca flexibilização dos currículos como também a falta de possibilidades de inovações nos projetos curriculares das instituições formadoras. Essas questões foram rompidas com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - LDB 9394/96. Neste período, o currículo mínimo foi substituído pelas Diretrizes Curriculares e foram abertas possibilidades sobre a formação de educadores para atuação em ambientes "não escolares".
Durante a história da Pedagogia na sociedade brasileira, em muitos períodos, existiu a dualidade na formação do Pedagogo. Em alguns momentos, as políticas educacionais estavam voltadas para a formação dos pedagogos em bacharelado e licenciatura conjuntamente, em outros momentos, a proposta era de formação separada. Com esta oscilação, foram surgindo discussões sobre a formação, o papel e a função do Pedagogo: um cientista da educação ou um professor restrito a práticas metodológicas e didáticas? Em tempos modernos essa discussão permanece e está cada vez mais estimulada, pois, diferentes grupos, com concepções divergentes em relação a formação do educador, defendem suas ideias e seus argumentos.
O conceito de formação do Pedagogo na atualidade, a Resolução CNE/CP n. 1 de 15/05/2006 instituiu as novas Diretrizes Nacionais para o Curso de Pedagogia trazendo à docência como base para a formação do Pedagogo. Em relação aos estudiosos da Educação que são favoráveis à docência, encontramos as ideias defendidas por Aguiar (2006). No que se refere à base científica na formação a produção, Libâneo (2006) também se destaca. Libâneo é categórico nas suas posições em relação à formação do Pedagogo cientista. Essas discussões sobre a base de formação do Pedagogo são significativas no momento atual, que nos leva a problemática, pois, dependendo do tipo de concepção utilizada na formação do profissional, esta direcionará o posicionamento do educador na sociedade.
As novas Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2005) trouxeram avanços no que diz respeito às discussões e valorização das minorias excluídas e a defesa dos seus direitos básicos. Esse documento revela que a inclusão desta temática na formação do Pedagogo está assegurando o respeito a diversidade dos educandos e valorização de suas identidades. Estas questões estão retratadas no próprio documento do MEC (BRASIL, 2005, p.5):
Enfatiza-se ainda que grande parte dos cursos de Pedagogia, hoje, tem como objetivo central a formação de profissionais capazes de exercer a docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nas disciplinas pedagógicas para a formação de professores, assim como para a participação no planejamento, gestão e avaliação de estabelecimentos de ensino, de sistemas educativos escolares, bem como organização e desenvolvimento de programas não-escolares. Os movimentos sociais também têm insistido em demonstrar a existência de uma demanda ainda pouco atendida, no sentido de que os estudantes de Pedagogia sejam também formados para garantir a educação, com vistas à inclusão plena, dos segmentos historicamente excluídos dos direitos sociais, culturais, econômicos, políticos. (BRASIL, 2005, p.5).
Observa-se neste recorte das Diretrizes Curriculares as novas responsabilidades para a formação dos Pedagogos como as vivências sociais da atualidade têm exigido novas adequações profissionais. Porém, a concepção de Docência como base de atuação deste profissional ainda apresenta discórdia para muitos estudiosos e têm implicações na formação dos pedagogos.
Acreditamos que a formação do Pedagogo com base científica é primordial. O pedagogo para atuar em espaços diversificados, assim como em espaços escolares, precisa saber aprender a refletir de forma crítica, científica e teórica a fim de que possa agir de maneira compromissada, competente e responsável com diferentes classes sociais e contextos.
O pedagogo como agente transformador dentro da Escola Formal.
A formação dos pedagogos na escola atual necessita transcender os processos de ensino e aprendizagem para um olhar mais amplo, de cidadania. Um dos acontecimentos mais significativos do processo social educativo, na atualidade, é a ampliação da definição de educação e a alteração das atividades educativas, levando a uma modificação da ação pedagógica na sociedade.
A escola de hoje assume funções sociais que no fundo seriam próprias da família e da sociedade. A ela atribui-se não somente os processos de ensino-aprendizagem, mas, cada vez mais, delega-se a solução de grande parte dos problemas sociais dos alunos.
A Pedagogia Social se propõe a fazer a ponte entre os processos de ensino-aprendizagem e a dimensão sociopedagógica. Os conflitos sociais que envolvem a escola no Brasil, especialmente a pública, constituem-se em um desafio para as metodologias construídas entre a Pedagogia e o Serviço Social e representam um laboratório para a Pedagogia Social.
Hoje o papel do pedagogo dentro das escolas não se resume apenas em trabalhar somente na socialização/adaptação do indivíduo, mas de infundir neles uma atitude crítica capaz de provocar mudanças e transformações na sociedade. Não se trata de promover adaptação e acomodação à sociedade, mas de promover a mudança na mesma, aí entra a visão do pedagogo social Graciani diz que.
A Pedagogia Social instiga a capacidade de sonhar com uma realidade mais humana, menos feia e mais justa, pois é sabido que existem muitas injustiças e mudar o mundo é difícil, mas nada de humano existiria em nós se não tentássemos. (GRACIANI, pg. 20 2014)
Por isso defendemos o entendimento do pedagogo da parte social dentro das escolas formais como uma prevenção para desenvolver nos alunos não somente as suas capacidades intelectuais, mas também a capacidade de conviver e de relacionar-se com os outros, de adaptar-se e construir relações entre os seus pares.
A educação é uma ação intencionalmente orientada para ajudar os indivíduos a adquirirem atitudes, conhecimentos e valores que os prepare para a vida sem violência nem imposições, por isso podemos afirmar que o maior desafio hoje da educação é o trabalho de conquista de afeto, que permite a permanência dos educandos pelo desejo de permanecerem na escola, por sentir-se agentes transformadores de sua história, por terem a liberdade de construção e criação dos projetos pessoais e sociais na sociedade em que
Considerações Finais
Como mencionado na justificativa, o pedagogo mesmo sem perceber já atua como pedagogo social e resolve questões relacionadas ao domínio sociopedagógica. Concordo com Freire, quando afirma que o sujeito é incompleto, e encontra nos processos educacionais pressupostos para completar sua constituição pessoal inacabada, independentemente de sua idade ou situação social. O sujeito tem a capacidade de aprender por toda a sua vida.
A Educação como prática Social permite que o sujeito aprenda constantemente, e ainda podemos verificar que qualquer espaço que existe atividade humana pode levar a uma aprendizagem. Todos nós começamos a aprender desde o nascimento e continuamos aprendendo ao longo da vida, sendo o término desse processo a morte. A escola de hoje assume funções sociais que no fundo seriam próprias da família e da sociedade. A ela atribui-se não somente os processos de ensino-aprendizagem, mas, cada vez mais, delega-se a solução de grande parte dos problemas sociais dos alunos. A Pedagogo Social se propõe a fazer a ponte entre os processos de ensino-aprendizagem e a dimensão sociopedagógica. Os conflitos sociais que envolvem a escola no Brasil, especialmente a pública, constituem-se em um desafio para as metodologias construídas entre a Pedagogia e o Serviço Social e representam um laboratório para a Pedagogia Social. Em síntese neste projeto podemos ver a evolução da sistematização da Pedagogia Social no Brasil, entre a prática da educação social e a inspiração freireana da educação crítica e transformadora, questionadora da perspectiva que a contrapõe à educação formal.
Concluímos então que a necessidade deste olhar mais apurado do pedagogo social dentro das escolas, visto que os desafios que estão postos hoje para professores e pedagogos são de abrangência social e a base teórica que a grande maioria tem em relação ao social e conflitos são ínfimas em relação a demanda que é enfrentada no cotidiano do professor, mostrando-nos a necessidade de uma formação continuada mais especifica e apurada para o olhar social levando em conta o que o autor Chizzoti (1991, p.78), quando diz:
O conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado. O objeto não é um dado inerte e neutro; está possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações.
Esperamos que, a breve análise do Curso de Pedagogia e a inserção da Pedagogia na parte social nas Diretrizes Curriculares Nacionais e os dados levantados possam contribuir para a efetivação de um trabalho, ou seja na elaboração junto com Secretarias de Educação e Universidades de um Plano de ação que possa dar subsídios de conhecimento as questões levantadas.


Referências
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