O pé de Manga

Por BARBARA MENDES CRUZ | 05/03/2025 | Contos

Mesmo gorduchinha sem muita forma, Brígida gostava de ir com minha irmã uma magrela delgada com sarnas no nariz, que sempre tinham o compromisso quase que obrigatório de ir a casa de Eugênia. Ela tinha cabelos longos e crespos, amarelada e muito espevitada, passávamos a tarde todinha no quintal da sua casa , às vezes para responder às tarefas da escola e inventar alguma brincadeira.

As brincadeiras eram diversas: amarelinha, pique-esconde, casinha, escolinha e a melhor de todas subir na árvore. A árvore era um pé de manga muito grande que a muitos anos sua avó havia plantado.

Eugênia era muito criativa, inventava diversas invenções. Um dia subimos na árvore, seus galhos eram fortes e aguentava muito peso e tínhamos a consciência da bravura daquela casinha que imaginamos ser. A primeira a subir foi Eugênia, magrela e destemida, a segunda foi Ana irmã de Brígida, essa sim tinha jeito pra subir facilmente, a dificuldade a pobre Brígida, que  não levava jeito pra tamanha aventura.

O pé estava farto de mangas, umas maduras, outras verdes, a irmã de Brígida já trazia consigo um punhado de sal numa sacola, para saborear o melhor lanche: manga com sal.  Eugênia insistiu tanto que Brígida aca ou subindo…

Passou-se a tarde, e ao cantar de muitas cantorias e imitar suas cantoras preferidas, e saboreando  as  frutas do pé,  jogaram os  caroços pra longe.

Eugênia jogou o caroço da fruta tão forte que parou no telhado do seu vizinho, que imediatamente saiu enfurecido para o quintal.

Aos berros  ameaçou dizendo: VOU CHAMAR A MÃE DE VOCÊS AGORA!

Aí Jesus! Ana em desespero falou, 

O coração de Brígida quase saia da boca,

Eugênia desceu rapidamente da árvore assim como Ana e a pobre Brígida, como não sabia descer, pulou do galho caindo com toda força no chão.