O PAPEL DO PROFESSOR MEDIADOR NA ELABORAÇÃO DO CONHECIMENTO...
Por Tania das Graças de Araújo | 10/09/2016 | EducaçãoO PAPEL DO PROFESSOR MEDIADOR NA ELABORAÇÃO DO CONHECIMENTO NA FORMAÇÃO TÉCNICA
Tania das Graças de Araújo
Resumo:
Este artigo tem como objetivo analisar a atuação do professor no papel de mediador no processo ensino-aprendizagem e a construção do conhecimento na formação técnica, visando a contribuição para a construção de uma sociedade crítica e pensante. A atuação como mediador deve tornar o professor um facilitador entre os alunos e o conteúdo a ser aplicado, o aprendizado com a aplicação da mediação e associação com situações cotidianas no contexto onde estão inseridos faz com que o processo ensino-aprendizagem auxilie na resolução de situações problema vividas no dia-a-dia. Sendo assim o papel do professor mediador é de suma importância, pois ao despertar o interesse através da mediação, interação e motivação o torna mais presente na vida dos alunos. As práticas pedagógicas e o questionamento da ação docente, se faz necessário para a evolução do processo na construção do conhecimento.
Introdução
A educação nas últimas décadas passou por grandes transformações, com a globalização a preocupação como educadores é constante, no que tange a questão do desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para a construção do conhecimento, e posteriormente a atuação do mercado de trabalho. Analisando o contexto será que o professor está utilizando ferramentas que possibilitem os alunos a irem além do que a reprodução de conteúdos aplicados? A atualização se faz necessária no que diz respeito a tecnologias, a práticas pedagógicas e a interação entre os alunos e educadores. Através da mediação o educador deve atuar como mediador e facilitador no processo ensino-aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento do senso crítico, a participação e a inserção do aluno no mercado de trabalho, dando assim a oportunidade de atuarem como protagonistas na sociedade. Dessa forma o professor terá a consciência de que ensino não é transferir o conhecimento e sim possibilitar a construção do
mesmo, de forma crítica e ativa na sociedade.
Segundo FREIRE (1979), a ação docente é a base de uma boa formação e contribui para a construção de uma sociedade pensante. Porém, para que isso seja possível é importante que o docente tenha a consciência, o compromisso e a responsabilidade de que ele deverá aprender a aprender e a aprender ao ensinar. E essa responsabilidade tem que ser trabalhada e desenvolvida a cada etapa, pois o aprendizado é contínuo.
A formação técnica requer habilidades e competências que os educandos deverão apresentar quando ingressarem ao mercado de trabalho, não será apenas conhecer e sim o saber, saber fazer, saber pensar, saber agir, ter iniciativa, e principalmente ser um cidadão ético e crítico e poder tomar decisões, e como desenvolver essas habilidades em nossos educandos? Com base na experiência em sala e no âmbito profissional, é importante ressaltar que existem dificuldades no processo, e cabe o educador mediar essas dificuldades. É preciso despertar a curiosidade e incentivar o uso da imaginação através de situações onde o aluno seja desafiado e consiga desenvolver o senso crítico e o raciocínio lógico.
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Reflexão na educação
A educação tem como objetivo fazer com que as pessoas se tornem capazes de realizar coisas novas, que sejam criativas e inovadoras, e não repetir processos prontos. Outro fator importante é não aceitar tudo o que lhes é oferecido, as tendências de pensamento coletivo, é preciso estar pronto para resistir, para criticar e tomar decisões no momento oportuno.
Se o professor consegue identificar o conhecimento tácito em seus alunos, ou seja, aquilo que é espontâneo, intuitivo, experimental, onde revela o conhecimento adquirido no cotidiano e depois inserido no contexto onde está inserido o resultado será importante para ambas as partes no processo ensino-aprendizagem.
2 Formação do professor
Nos dias atuais onde a geração possui a tecnologia a seu favor, a formação do professor é um processo onde o mesmo não pode parar de aprender, ou seja, suas habilidades e competências devem ser aprimoradas a cada instante. O fluxo de informações e a velocidade com que elas surgem faz com que o processo ensino-aprendizagem se torne inovador a cada processo. O professor é um agente transformador e formador de opiniões e em algumas situações até de caráter do aluno, sua presença pode despertar o interesse de aprender e desenvolver o gosto pela aprendizagem.
O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os Educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos. (RUBEM ALVES, 1994, p. 82).
A formação do professor deve basear-se na arte do ensino coletivo, ou seja, á todos de forma contínua e que ao mesmo tempo desperte o interesse, a curiosidade e a autonomia de aprender e sentir-se motivado a aprender cada vez mais. O dinamismo e adaptação a possíveis mudanças, sendo elas tecnológicas e sociais devem fazer parte da metodologia do processo ensino-aprendizagem, pois com a associação do ensino com a realidade do aluno torna o processo menos complexo. A questão da afetividade também contribui para um bom resultado, quando o professor desenvolve questões de afinidade com a disciplina e com os alunos o processo traz benefícios que vão além da inteligência. A questão do envolvimento da teoria com a prática dentro da realidade de cada educando torna o processo ensino-aprendizagem encantador, onde é possível enxergar onde será aplicado cada conhecimento adquirido.
2.1 A importância da mediação do professor no processo ensino aprendizagem
O aprendizado se faz presente desde o nascimento do ser até sua vida adulta, ao interagir com as situações o desenvolvimento é construído e as descobertas surgem a cada processo. As dificuldades vão surgindo e as soluções começam a serem elaboradas. Nesse processo o professor se tornando um facilitador com técnicas de mediação em sala de aula desenvolve um papel de suma importância na formação dos alunos. Os questionamentos, as propostas elaboradas e as soluções apresentadas em sala devem fazer parte do processo de mediação, neste contexto Tébar (2011) diz que:
A experiência nos ensinou que o ritmo das nossas aprendizagens cresce em quantidade e em qualidade quando vem marcado por bons e experientes professores mediadores.
A vida é uma sucessão constante de mudanças que superamos com a ajuda dos demais. A mediação tem o objetivo de construir habilidades no sujeito, a fim de promover sua plena autonomia. A mediação parte de um princípio antropológico positivo e é a crença da potencialização e da perfectibilidade de todo ser humano. A genética não deu a última palavra. A força da mediação lança por terra todos os
determinismos no campo do desenvolvimento do ser humano.
Assim, devemos entender a mediação como uma posição humanizadora, positiva, construtiva e potencializadora no complexo mundo da relação educativa. Na base desse construto dinâmico encontra-se o conceito de “desenvolvimento potencial” de Vygotski. (TÉBAR, 2011, p.74)
Com isso percebe-se que o papel do professor facilitador e mediador é crucial entre o aprendizado e a vivência de cada aluno, e a cada etapa concluída o aprimoramento se torna contínuo, onde a construção de habilidades e competências se faz necessária a cada processo realizado.
2.2 O professor na atualidade
A formação do professor não basta estar baseada em uma formação tradicional, mas sim através da necessidade de analisar práticas pedagógicas onde perpetuem uma formação de professores que além de conceber a formação docente, forme um profissional com o perfil técnico e especialista no que faz, e capaz de agregar seus conhecimentos com a realidade.
É importante despertar o perfil do professor investigador, um profissional que tenha uma postura interrogativa, e que no decorrer de sua trajetória questione sua própria atuação docente, e muitas vezes se colocando no lugar no outro, com o seguinte questionamento: “Será que estou sendo claro e objetivo?”
Nos dias atuais é de suma importância aplicar estratégias motivacionais para que os docentes saiam da sala de aula preparados e motivados para essa nova realidade imposta pela globalização.
Sentir prazer nas atividades realizadas no dia a dia é uma tendência natural em qualquer pessoa, ninguém gosta de fazer nada de que não lhe proporcione prazer, principalmente a juventude que ainda não desenvolveu a noção de aplicabilidade do conhecimento no seu cotidiano.
Segundo VALENTE, (1999, p.31), “A educação não pode mais ser baseada no fazer que leve ao compreender”. Para tal, exige-se uma preparação e um planejamento minucioso por parte dos docentes e da equipe pedagógica, onde é importante a reflexão de como transferir o conhecimento de forma clara e objetiva, despertando assim o interesse e a motivação no querer aprender, neste momento inicia-se o processo e o trabalho de mediação.
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