O PAPEL DO PROFESSOR FRENTE À VIOLÊNCIA PROVOCADA PELO BULLYNG NO ENSINO FUNDAMENTAL

Por JUNIOR DE SOUZA COSTA | 04/03/2016 | Educação

RESUMO

O fenômeno bullying pode ocorrer em diversos lugares, porém é na escola que ele tem maior ênfase, seja no ensino fundamental, seja no médio. É visível a prática do bullying dentro do ambiente escolar, tão quanto os atos de violência decorrentes dos mesmos. Através disso se deu a importância da investigação junto aos educadores e quais as providências tomadas para sanar esses atos que causam muito transtornos no ambiente escolar. Este trabalho teve como objetivo identificar como os docentes reagiram quando deparados há atos e possíveis agressões á alunos e consequentemente verificar quais os meios que o professor tem buscado no dia-a-dia para amenizar e conter a violência causada pelo bullying no ensino fundamental. Foi verificado que embora os docentes possuírem a ciência de sua existência no meio e aparentarem preocupação com o problema, no entanto, o assunto ainda é pouco discutido ou se quer falado em muitas salas de aula. Tendo em vista a relevância social deste trabalhado dentro da sociedade acadêmica, através dele conseguimos identificar essa prática no meio escolar e buscar meios interdisciplinares para supervisionar e evitar que esse ato acabe por gerar baixa auto-estima, medo e baixa produtividade escolar.

Palavras chave: Bullying. Violência. Professor.

INTRODUÇÃO

O bullying deriva do termo bully, que é uma nomenclatura em inglês que significa: valentão, agressor, intimidador, atacante, e com o sufixo (i-n-g), agregando ação, entende-se como agressor, intimidador, o conjunto de condutas utilizadas por estes contra outras pessoas, denominadas de vítimas ou alvos (OLIVEIRA, 2007 e SILVA, 2010). 

Conforme ensina Fante (2005) embora obullying tratar-se de um fenômeno remoto e os docentes possuírem a ciência de sua existência nas escolas, até a década de 70, inexistiam estudos que trabalhassem a temática.

A partir desse momento, sobretudo na Suécia, que a sociedade cientifica prestou maior esforço quanto ás conseqüências do bullyingnas escolas. A Universidade de Bergen na Noruega foi a pioneira a pesquisar a respeito da questão entre agressores e vítimas do bullying. No período compreendido entre 1978 e 1993, o professor norueguês Dan Olweus, foi o precursor do relevante estudo, com ênfase na década de 1980 (LOPES NETO, 2003).

Anteriormente a este estudo, o governo norueguês não se preocupava com a situação, que apenas chamou a atenção do professor Olweus pelo grande número de suicídios das vitimas. Nessa vertente com o intuito de constatar as partes integrantes do ato de violência, partiu a diferenciação específica entre bullying e brincadeiras praticadas entre iguais (FANTE, 2005).

Nesse contexto Mascarenhas (2006) reforça que as escolas necessitam encarar o bullying criando táticas que beneficiem o bem-estar psicossocial. Então a escola não poderá ser um ambiente de homogeneização, e sim de respeito aos princípios e as diferenças. Alunos e professores devem aprender a reconhecer e respeitar a diferença de seus pares para assim respeitá-la.

No entanto, é necessário frisar que a relação entre professor e aluno é de grande importância na ação contra a violência e no desenvolvimento de características individuais. Atos singelos de respeito e afeto pelo professor aos discentes podem ser muitos valorosos, contribuindo para a redução da violência na escola (MARRIEL et al., 2006).

OBJETIVOS

Este trabalho teve como objetivo identificar as reações dos professores diante dos atos de agressões entre alunos e verificar quais os meios que eles têm buscado no dia a dia para amenizar e conter a violência causada pelo bullying no ensino fundamental.

METODOLOGIA

O trabalho foi realizado em uma Escola Municipal da cidade de Cuiabá – Mato Grosso. A pesquisa foi realizada nos meses de agosto e setembro de 2013.

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, cuja coleta de dados foi realizada mediante aplicação de questionário com doze professores do ensino fundamental.

O questionário foi elaborado contendo dez perguntas, sendo nove questões fechadas e uma aberta, referente aos atos de violência e bullying no ambiente escolar.

CONCLUSÕES

Os resultados demonstraram que o bullying se faz presente no ambiente escolar e que muitas vezes os professores não conseguem mediar os casos, ou não se sentem preparados para tal, justificando a necessidade de debates na área da educação visando à conscientização sobre os efeitos da violência ocasionada pelo bullying.

Enfatiza-se que os efeitos desse fenômeno não se restringem apenas às vítimas, agressores e espectadores, mas aos professores e à sociedade de forma geral, e a escola tem o papel fundamental de subsidiar a elaboração de campanhas e projetos no âmbito escolar que se voltem ao enfrentamento do bullying.

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Thelma. Pediatria Radical – Pediatria para as mães. Distrito Federal: Ed. SENAC, 2007.

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro: Objetiva∕Fontanar, 2010.

FANTE, Cléo. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. São Paulo: Verus, 2005.

LOPES NETO A. A. Diga não para o bullying – programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Rio de Janeiro: ABRAPIA, 2003.

MASCARENHAS, Suely. Gestão do bullying e da indisciplina e qualidade do bemestar psicossocial de docentes e discentes do Brasil (Rondônia). Psicologia, Saúde e Doenças, v. 7, n. 1, p. 95-107, 2006.

MARRIEL, Lucimar Câmara et al. Violência escolar e auto-estima de adolescentes. Cadernos de pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 127, abr. 2006.

Artigo completo: