O PAPEL DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO NO CONTEXTO ESCOLAR...

Por Tâmila Mikaelle da Silva | 03/10/2016 | Psicologia

O PAPEL DO ACOMPANHATE TERAPÊUTICO NO CONTEXTO ESCOLAR A PARTIR DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO- RELATO DE EXPERIÊNCIA

ANA JANIELLY CARVALHO DOS SANTOS

ELIEMARY DE AGUIAR MESQUITA

FLÁVIA LENDENGUE DE MATOS REGALADO

MARIA JOSÉ PEREIRA DE SOUSA

TÂMILA MIKAELLE DA SILVA

RESUMO

A prática do acompanhante terapêutico surgiu juntamente ao processo de desinstitucionalização da saúde mental. A atuação do acompanhante terapêutico se limitava as pessoas que sofriam transtornos mentais graves, e por esse motivo eram excluídas da sociedade, mas, atualmente, os mesmos ganham espaço em diversos campos, tais como: escola, clínicas, hospitais dentre outros. Mediante a abordagem analítico-comportamental, sua atuação exige conhecimento teórico e prático que lhe dá acesso às informações e aos dados que discriminam as relações do sujeito com o ambiente e suas relações sociais, aumentando a frequência do comportamento de adesão ao tratamento.  O objetivo geral desse seguinte estudo é compreender o papel do (AT) no contexto escolar de acordo com análise do comportamento. E especificamente descrever as práticas profissionais do AT e sua origem, apresentar a relação do acompanhante terapêutico em análise do comportamento, e por fim analisar o papel do acompanhante terapêutico no contexto escolar. A metodologia utilizada no estudo foi a pesquisa qualitativa e bibliográfica no acervo eletrônico, averiguando os procedimentos de busca, critérios de seleção e o material selecionado para analisar os dados da pesquisa. Nos resultados foram encontradas as práticas profissionais do acompanhante terapêutico no contexto escolar de acordo com a análise do comportamento.

 

  1. INTRODUÇÃO

O interesse por esse tema surgiu a partir do momento que uma das acadêmicas começou a estagiar como AT (acompanhante terapêutica) em um ambiente escolar. O nosso objetivo é poder compartilhar sucintamente nossa pesquisa diante dessa temática, já que é uma prática ainda desconhecida e existe uma escassez de pesquisas sobre o assunto.

 Através do trabalho realizado pelo acompanhante terapêutico e observações feitas, este vem a contribuir juntamente com o psicoterapeuta para o levantamento de questões pertinentes na melhora do sujeito em sua inclusão no contexto escolar dentre outros contextos e mesmo com as limitações, mostrar que há possibilidades de viverem em sociedade como qualquer indivíduo.

De acordo com Wolffenbuttel (2011) o acompanhante terapêutico é definido por vários espaços, como em seu ambiente escolar, hospitais, contexto clínico, em sua própria residência dentre outros, onde sua intervenção é complementar a psicoterapia, o objetivo do AT vai depender da demanda apresentada de cada paciente. Os aspectos singulares, entretanto, geralmente estão marcados em uma finalidade mais ampla, que foca na reintegração do paciente com seu meio social, em que ele foi privado devido ao diagnóstico e  suas limitações.

O acompanhamento terapêutico nos dias de hoje pode produzir benefícios para diversos tipos de necessidade, desde os casos leves até os mais graves e que referem dificuldades em suas atividades do dia-a-dia. O acompanhante terapêutico vem auxiliando o terapeuta, entrando em cenário e fazendo um acompanhamento mais incisivo com o paciente, e a partir desse acompanhamento oferecendo a equipe terapêutica informações do paciente que não foram revelados durantes as sessões na clínica e que pode ser de extrema importância para o terapeuta formular intervenções que possa trazer benefícios para o acompanhado. O AT vem exercendo um papel importante, pois coloca em prática as estratégias pensadas pelo terapeuta na psicoterapia, e com um significante aumento na probabilidade desse sucesso (WOLFFENBUTTEL, 2011).

Segundo autora Tezelli (2008) na inclusão escolar é necessário que se tenha um profissional especializado, nomeado como Acompanhante Terapêutico. Nessa inclusão ocorre a prática que se preocupa com a participação de todos os alunos presentes nas escolas, visto que é dever da Instituição de ensino adaptar a estrutura física e curricular para acolher essa diversidade de alunos.

O Acompanhante Terapêutico é um profissional que atua no âmbito escolar, tendo o papel de intermediar a relação aluno-professor, atuando como intérprete e tradutor para o aluno que está sendo acompanhado, finalizando sua intervenção no momento em que a sala de aula se torna um ambiente acolhedor para determinada criança. O Acompanhante Terapêutico pode ser um parceiro na inclusão escolar. Porém, essa proposta de parceria é atribuída a casos que necessitam de um manejo específico, como as crianças diagnosticada com transtornos globais (TEZELLI, 2008).

O trabalho do AT é estimular a criatividade, capacidade e autonomia do aluno, não lhe dando as respostas e sim, o ensinado os meios para suas determinadas atividades, como a modelagem e outras técnicas usadas por terapeuta analítico comportamental. É muito importante que o paciente tenha a oportunidade e capacidade de discriminar seus próprios gostos e preferências, o fato de incentivar sua autonomia é para que não haja uma relação de dependência entre o paciente e o acompanhante terapêutico (WOLFFENBUTTEL, 2011).

Podemos deliberar que o acompanhante terapêutico (AT) analítico comportamental pode ser indicado em casos de déficits graves, onde não esteja conseguindo lidar com as contingências aversivas presente em seu ambiente, o AT de forma intensiva vai observar o paciente em sua singularidade e logo depois repassar para o terapeuta o repertório observado, e a partir dos fatos realizar a intervenção de acordo com a queixa apresentada. O AT no contexto em que se encontra, sendo ele profissional ou estudante, sua real função não é avaliar o caso e decidir qual o procedimento a ser aplicado na intervenção, suas atividades são implicadas e subordinadas ás decisões elaboradas por profissionais da equipe que estão encarregados por resolver o caso.      

O objetivo geral do seguinte estudo é compreender o papel do acompanhante terapêutico no contexto escolar de acordo com a análise do comportamento. Mais especificamente, descrever as práticas profissionais do acompanhante terapêutico, sua origem; apresentar a relação do acompanhante terapêutico em análise do comportamento; analisar o papel do AT no ambiente escolar no processo de inclusão. O presente estudo tratou-se de uma pesquisa qualitativa bibliográfica no acervo eletrônico, onde em sua metodologia foram verificados os procedimentos de busca, critérios de seleção e o material selecionado para analisar os dados da pesquisa. As bases de dados para a pesquisa foram: SCIELO; PEPSIC; REDALYC; CAPES; BIREME; Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva; Portal Regional da BVS; revistas perspectivas em Análise do Comportamento; Revista Brasileira de Análise do Comportamento; Coleções: Sobre Comportamento e Cognição e Comportamento em Foco. Também, por sua grande relevância para a psicologia, foi utilizado o livro: Clínica de Portas Abertas. Assim, foram encontrados alguns resultados, dentre eles: o papel do acompanhamento terapêutico dentro das instituições estabelecidas.

2.DESENVOLVIMENTO

2.1PAPEL DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO: HISTÓRIA E CARACTERIZAÇÃO

Para Zamingnani, Wielenska (1999) o termo acompanhante terapêutico (AT), teve sua origem no final da década de 1960, na Argentina e algumas equipes de profissionais de saúde mental naquela época, criaram comunidades terapêuticas- programas terapêuticos institucionais que diferenciava do modelo de internação ou asilo que fortalecia naquele tempo, dentre essas comunidades criada foi que brotou o papel do auxiliar terapêutico.

Com as finalidades das comunidades terapêuticas, os nomeados auxiliares psiquiátricos, passaram ser procurados para trabalhos particulares, que ocorria nas residências dos pacientes, como uma forma alternativa à internação psiquiátrica, e originando-se hoje como acompanhante terapêutico (IBRAHIM, 1991; MAUER; RESNIZKY, 1987)

Nas décadas de 1960 e 1970, começaram a se expandir as explicações de análise do comportamento a problemas humanos, ao que se nomeava a modificação de comportamento daquele indivíduo.

  .... Os “modificadores de comportamento” não só se baseavam na sua prática terapêutica no conhecimento já elaborado por pesquisas básicas, mas também eram produzidas pesquisas destacando problemas considerados clínicos (...). “Três aspectos que marcou na proposta de atuação foram: I –Parecia provável a transposição do modelo de laboratório para situação clínica, II – Pretendia-se atender à população cientifica com rigidez na produção de conhecimento e III - Pretendia-se receber os pacientes promovendo melhoras significativas. ” (GUEDES, 1993, pp. 81).

Com o desenvolvimento dos trabalhos em instituições, comunidades e hospitais, os modificadores de comportamentos passaram a treinar pessoas nomeadas como para profissionais (estudantes, professores e os pais), onde aplicavam técnicas de comportamentos em programas terapêuticos. E o objetivo era favorecer o atendimento aos seres humanos que por várias razões como (dificuldades de locomoção, econômicas, insuficiência de profissionais disponíveis etc.), manterão a margem dos serviços de saúde mental (GUERRELHAS, 2007).

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