O PAPEL DA ARTE NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA

Por Lhais Leite | 27/11/2017 | Educação

A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível, essas são as palavras de Leonardo da Vinci que traduz as concepções de arte e desenvolvimento humano. Muito antes de ler e escrever, o homem se comunicava por meio de desenhos e pinturas que realizava em paredes de pedras no interior de cavernas. Nessa época ele manipulava formas, gestos, sons e cores não só para dar sentido a algo, como também para se comunicar uns com os outros. A arte existia desde então, bem antes de qualquer tecnologia ou modernidade, é um prazer tão profundo e tão antigo de se expressar. A Arte protagoniza as mudanças sociais e o processo de construção da sociedade. Na Educação, ela forma um cidadão consciente, crítico e participativo, capaz de compreender a realidade em que vive. A ação educativa da Arte tem como objetivo a preparação do jovem para a vida plena da cidadania, buscando a formação de cidadãos que possam intervir na realidade, podendo ser considerada como um instrumento de transformação social. Com isso, podemos afirmar o quanto esta atividade desenvolvida contribuirá para enriquecer nossos conhecimentos enquanto professores competentes e dispostos a ensinar com a melhor qualidade que se encontre. A apreciação e a visão que nos foram proporcionadas guiarão nos como educadores que sabem lidar com os desafios da arte e repassar esses conhecimentos aos nossos alunos. Portanto aprender para ensinar arte é tão prazeroso quanto a própria disciplina em si.  A Arte na Educação busca a intensificação do interesse por novas criações, pela reflexão e pelo desenvolvimento de uma capacidade crítica, visando à formação de sujeitos ativos e autênticos.  É exatamente neste sentido que a Arte na Educação atua como veículo de transformação e um canal para o vislumbre de novas possibilidades, novos horizontes.

 

PALAVRAS CHAVES: Artes, Educação, Criatividade e Potencialidades.

 

“O PAPEL DA ARTE NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA”

A função da arte não é a de passar por portas abertas, mas é a de abrir as portas fechadas. (Ernst Fisher, 1973)

A Arte sempre foi de suma importância desde os primórdios, pois através desta o homem pode expressar-se livremente e libertar-se inconscientemente. A necessidade de produzir e consumir arte, portanto, é inerente à condição humana. Trata-se não só de um impulso vital, como também é algo fundamental ao desenvolvimento humano, dado isso, é esta a importância fundamental e essencial de ensinar a arte na educação contemporânea, ensinar e despertar desde já a o amor e o prazer pela arte.  A Arte é a expressão da vida que, associada ao processo de criação, transforma-se na capacidade de exercer plenamente a condição de ser humano. A Arte é uma mágica, que favorece o desenvolvimento integral do indivíduo, possibilitando a expressão livre do pensamento e das emoções, desenvolvendo seu raciocínio com criatividade e imaginação. Com esses prazeres a arte leva ao aluno a criar, assim o indivíduo torna-se mais seguro dos seus potenciais e conscientes dos seus limites;  torna-se mais autêntico e livre para fazer suas escolhas e tomar as devidas decisões. Ensinar Artes na educação permite a formação de cidadão mais crítico, reflexivo, sensível, consciente e estruturado, pois influencia ao prazer, ao amor, a dedicação, assim possibilita que cada individuo expresse-se, dando liberdade para que possa florir a subjetividade de cada um.

 A Arte na Educação refere-se ao desenvolvimento das aptidões e potencialidades de cada indivíduo.  O aluno não pode ser manipulado como objeto. Com isso dá uma maior autonomia ao ser subjetivo mencionado anteriormente, devendo tratar o aluno como ser humano único, próprio, espontâneo e com diferenças individuais que anseiam por se manifestar. O ser humano não pode ser encarado como uma máquina copiadora, mas como algo novo, extraordinário e excepcional. Não pode ser moldado ou sufocado, mas orientado para expor toda a sua originalidade, sua criatividade, reflexão, sua tendência para a liberdade, para a auto-criação, sua capacidade de auto limitar-se e de aspirar, e o seu poder de inquietação interior que o impele até mesmo para o transcendental. Arte é um importante trabalho educativo, pois procura, através das tendências individuais, encaminhar a formação do gosto, estimula a inteligência e contribui para a formação da personalidade do indivíduo, sem ter como preocupação única e mais importante à formação de artistas.

Trazendo a arte como imprescindível aliada a pedagogia devemos levar em extrema consideração que a criança ao desenhar, pintar, colorir, ou melhor, expressar-se pela arte desenvolve a auto-expressão e atua de forma afetiva com o mundo, opinando, criticando, sugerindo, através da utilização das cores, formas, tamanhos, símbolos, entre outros. No seu trabalho criador, a criança, ou melhor dizendo, indivíduo, utiliza e aperfeiçoa processos que desenvolvem a percepção, a imaginação, a observação, o raciocínio, o controle gestual. Capacidade psíquica que influem na aprendizagem. No processo de criação ele pesquisa a própria emoção, liberta-se da tensão, ajusta-se, organiza pensamentos, sentimentos, sensações e forma hábitos de trabalho. Educa-se.Valorizando a arte na escola, o professor estará levando o aluno a se interessar pelas produções que são realizadas por ele mesmo e por seus colegas, bem como por diversas obras consideradas artísticas a nível regional, nacional e internacional.  É preciso apreciar, entender e estimular a criatividade das crianças, ilustrada pela célebre frase de Pablo Picasso: “Precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças”. Dado assim, nos como futuros educadores desde já necessitamos desta consciência do quanto a arte é benéfica e essencial na vida de um ser, principalmente de uma criança, esta sendo a gênese de tudo e todos.

 

REFERÊNCIAS

Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.Referencial curricular nacional para a educação infantil /Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il.

CUNHA, Susana R. V. da (Org.) et al. As artes no universo infantil. Porto Alegre: Mediação, 2012.

FISHER, Ernst. A necessidade de arte. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. 254 p.