O País dos Petralhas: Sucesso do Lançamento do Livro em Brasília
Por Félix Maier | 29/10/2008 | PolíticaNo dia 28 de outubro de 2008, Reinaldo Azevedo lançou,
com muito sucesso, seu livro O País dos Petralhas em Brasília, na
Livraria Leitura do Shopping Pátio Brasil.
Das 19 às 20 horas,
Reinaldo fez uma apresentação do livro, discorrendo sobre vários
assuntos. Para os primeiros a chegar, além de cadeiras, foram
distribuídos chapéus, tanto para homens, quanto para mulheres. Chapéu,
como todos sabem, é a marca registrada de Reinaldo, para encobrir a
falta de cabelos e um buraco que tem no alto da cabeça devido a uma
cirurgia e tratamento para retirada de um tumor. Dizem alguns petralhas
que os médicos tiraram seu cérebro e colocaram tumores no lugar...
(Cfr. "Reinaldo fala sobre: Ofensas", 56 K, no endereço http://veja.abril.com.br/
Reinaldo
começou sua apresentação lembrando que os vários artigos que compõem a
coleção de sua obra foram retirados de seu Blog hospedado na Veja.com e
no jornal O Globo.
Reinaldo discorreu sobre sua vida
jornalística, tendo trabalhado duas vezes na Folha de S. Paulo, de onde
pediu demissão duas vezes. Disse que foi trotskista na juventude e, aos
21 anos, perdeu completamente a ilusão sobre o socialismo. Criticou
veementemente a mentira das esquerdas, que querem equiparar a social
democracia com o socialismo, o que é um disparate. Perguntou: "Acaso
Felipe Gonzales, com aquela cara de porteiro de bordel, pode ser
chamado de socialista?" Lembrou muito bem que uma dessas correntes
pertence à II Internacional Comunista, enquanto a outra pertence à III
Internacional.
Reinaldo disse que suas críticas contra o PT são
devido ao método de fazer política desse partido, que consiste em
eliminar politicamente o adversário para reinar sozinho. Basta lembrar
a fábrica de dossiês que o PT já fez contra políticos, desde Collor,
passando por Serra e, mais recentemente, FHC, durante o auge do
escândalo dos cartões corporativos. Disse que o PT quer instituir o
partido único, utilizando-se da democracia brasileira para acabar com
ela. Como exemplos, citou as iniciativas petistas de criar o Conselho
de Jornalismo, em que sindicalistas que nada entendem de redação dos
jornais iriam censurar os textos que poderiam ser publicados, além da
tentativa de controlar toda a produção audiovisual do país, como TV e
cinema. Felizmente, essas propostas totalitárias do PT foram rejeitadas
veementemente pela sociedade.
Lembrou Reinaldo que, atualmente,
o PT tem um projeto no Congresso para cercear a liberdade da
publicidade no país. Depois dos ataques politicamente corretos contra o
fumo e as bebidas, agora a bola da vez é a bolacha com recheio, cheia
de gordura trans... Como nenhum órgão de imprensa ou TV consegue viver
sem as publicidades governamentais, como Petrobrás, Banco do Brasil e
Caixa Econômica, o objetivo não declarado dos petistas é quebrar as
empresas que não cooptem com o novo Partidão, ou seja, eliminar do
mercado as empresas que não vão a Brasília pedir a bênção do Babalorixá
de Banânia (veja este verbete no final).
O PT não mexeu muito na
Economia, por isso evitou um desastre total - continuou Reinaldo.
Porém, suas idéias stalinistas estão impregnadas na Cultura e na
Política. Um professor de Pernambuco, formado em História, ao final da
apresentação, disse que havia aprendido muito mais sobre História com
os artigos de Reinaldo Azevedo e os da revista Veja do que os 4 anos
que estudou na Faculdade. Foi intensamente aplaudido. Disse ainda que a
propaganda ideológica não é somente feita a alunos do ensino médio, mas
sobre os "pequeninos", desde a infância. Várias vezes, durante sua
palestra, Reinaldo classificou esses falsos educadores como
"molestadores de crianças".
O PT, atualmente, acusa Reinaldo de
"estar ganhando dinheiro em cima do Lula". Bom, pelo menos, é um
dinheiro honesto, não oriundo de mensalões, dólares na cueca etc.
Bem-humorado, Reinaldo disse estar contente com o sucesso do livro, um
best-seller, e que "tanto os banqueiros quanto eu estamos ganhando
dinheiro com Lula"...
Reinaldo lembrou que a moral é individual,
porém a ética é coletiva. Essa ética é que deveria estabelecer a
convivência entre os contrários no jornalismo, mas isso não ocorre com
o PT. Lembrou a falta da ética na propaganda eleitoral de Marta Vermus
(não mais Suplicy, como salientou Reinaldo) em São Paulo, acusando seu
opositor, Gilberto Kassab, de ser solteiro e não ter filhos, sugerindo
uma possível homossexualidade. Logo ela, que, mesmo que Kassab fosse
bicha, não tinha nada a ver com isso, logo ela, defensora
conhecidíssima dos homossexuais, participante festiva das paradas gays.
Reinaldo lembrou que ela deveria ser a última a falar alguma coisa
sobre "família", já que protagonizou um escandaloso triângulo amoroso
com Eduardo Suplicy e Belisário Vermus, seu verdadeiro nome (o amante
franco-argentino de Marta utiliza o codinome Luis Favre). Bem, o
resultado disso todo mundo conhece: Marta foi enkassabada... Taí um
novo neologismo para Reinaldo incluir em seu Glossário, no fim do
livro, em uma outra edição...
A propósito, Marta disse que
Kassab venceu com o voto de "3 milhões de milionários de São Paulo",
uma alusão aos 3,5 milhões de eleitores que reelegeram o prefeito.
Reinaldo disse que, na verdade, os milionários de São Paulo enchem no
máximo uma Kombi... Eu acrescentaria: e metade dessa Kombi é formada
por petralhas.
Reinaldo salientou que durante a campanha petista
em São Paulo o partido incitava a não votar em Kassab, pois ele
pertencia a "um partido que está acabando" - talvez uma alusão ao PFL,
que não existe mais, já que mudou seu nome para Democratas. Liberais
que não ousam dizer seu nome, como muito ocorre no Brasil.
Um
professor de universidade privada pediu para Reinaldo "não bater tanto
nas faculdades privadas". O autor de Petralhas explicou que, por
princípio, ele não é contra a empresa privada, pelo contrário, seria
até melhor se todas as universidades do Brasil fossem privadas. O que
ele combate - disse - é o critério adotado pelo governo no ProUni, em
que semi-analfabetos, sem nenhum tipo de prova de seleção, são jogados
nas universidades, para ocupar vagas ociosas que, normalmente, são
referentes a cursos de baixíssima qualificação. Para que dar um diploma
de "pedagorréia" (pedagogia com gonorréia, outro neologismo de
Reinaldo) a um motorista de táxi? Não seria muito melhor o governo
criar cursos de capacitação técnica, muito mais úteis para a sociedade?
Reinaldo
disse que a televisão pública criada pelo PT, a TV Brasil, que muitos
chamam de "TV Lula", mas ele a chama de "Lula News", não teve um
orçamento de R$ 300 milhões para ser implantado, como propaga o
Partido, mas R$ 700 milhões.
Reinaldo lembrou que o PT venceu em
apenas 6 capitais, as principais sendo Recife e Fortaleza. E que
trocaria de bom grado essas 6 cidades pela de São Paulo, onde perdeu
feio, devido ao orçamento da maior cidade do Brasil. Afinal, para 2010,
um movimento petista a partir de São Paulo seria muito mais atuante do
que daqueles rincões amazônicos, como Rio Branco...
Atualmente,
Reinaldo acha que a proposta do terceiro mandato para Lula não irá
adiante, pois será rejeitada no Congresso Nacional. Esse movimento já
foi mais forte antes, mas agora, com a crise, Lula deverá querer passar
o abacaxi para seu sucessor. Ao que alguém da platéia falou:
- Viva a crise!
Reinaldo
discordou, dizendo que dá para vencer o PT com o Brasil crescendo. Mas
que existe uma grande diferença entre o País crescer 5%, como previsto
para este ano, ou apenas 2,5 a 3%, como previsto para 2009, com a
conseqüente diminuição de empregos.
Quanto a Dilma ir pedir
votos em São Paulo e Porto Alegre, Reinaldo foi irônico: "Como ela pode
pedir votos, se nunca teve nenhum na vida?"...
Quando o Prof. de
Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Kramer, fez
sua pergunta a Reinaldo, este lembrou que Kramer está sendo processado
por um aluno seu, que o acusa de racista (Kramer, em uma infeliz aula,
falou em "crioulada" quando dissertava sobre a América do Norte de
séculos atrás). Reinaldo lembrou que escreveu algo na revista Veja,
defendendo o Prof. Kramer, e que se referiu ao afrodescendente
"injuriado" como sendo "mestiço". "Agora, somos eu e você processados
por racismo!" - concluiu Reinaldo.
Reinaldo lembrou a desfaçatez
que existe hoje em dia em nomear de "negro" todo sujeito filho de
branco com negro. Um disparate. Obama não é preto, é mulato ou mestiço,
ou qualquer outra das 150 denominações previstas nas pesquisas do IBGE.
Com essa patifaria antropológica, que vem desde o governo FHC, o
movimento negro conseguiu aumentar a população de pretos no Brasil, de
11% para mais de 50%! Um absurdo total, que brinca com a inteligência
das pessoas e implanta, isto sim, o racismo no Brasil, ao dividir uma
população altamente miscigenada em pretos e brancos.
Várias vezes aplaudido, Reinaldo Azevedo fez uma ode à Liberdade. Parabéns!
A
meu ver, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho são os
três mosqueteiros, os três espadachins da palavra, em luta renhida
contra o Babalorixá de Babânia e seus inúmeros súditos petralhotários.
Reinaldo
Azevedo frisou que, antes de tudo, defende o cumprimento das leis e da
Constituição. Uma passagem do seu livro, "O que mudou?", à página 40,
sintetiza sua obra:
"Pergunto-me às vezes: mas o que fazemos de
tão formidável para que alguns coleguinhas incentivem, de maneira nem
sempre discreta, uma cruzada contra nós? No fim das contas, Diogo e eu,
humor à parte, somos até bastante convencionais. Chamamos crime de
crime, ladrão de ladrão, bandido de bandido. No auge de nossa
esquisitice, defendemos o cumprimento da lei. (...) Não pedirei a
compreensão dos que se arvoram a ser juízes do meu trabalho só porque
tenho a grande ousadia de defender o cumprimento da Constituição e das
leis - ou tentem evidenciar o contrário - e chamo de 'petralhas'
(também de 'vagabundos', 'esquerdopatas', 'meliantes morais',
'vigaristas' - a lista é imensa) os que pretendem solapar as bases da
sociedade democrática. Quando Stédile invade uma fazenda produtiva, ao
arrepio da lei, não vejo por que ele deva merecer um tratamento
diferente do que recebe Marcola".
Compareceram no lançamento do
livro várias personalidades do meio político e acadêmico de Brasília,
como o senador Agripino Maia, os professores da UnB Paulo Kramer,
Nelson Lehmann e Bráulio Matos, o coordenador do site Escola Sem
Partido, Miguel Nagib, integrantes do Ministério Público, professores
de universidades particulares e uma enorme quantidade de jovens.
Além
dos petralhas, senti falta da imprensa e da televisão, para cobrir o
importante evento cultural. Serão todos petralhas os jornalistas e
cinegrafistas de Brasília?
*
Glossário (no final do livro, pg. 335 a 337)
Algumas das palavras e expressões abaixo são de uso corrente no meu blog, e muitas delas estão nos textos reunidos neste livro:
Al
Qaeda eletrônica - É a rede montada pelas esquerdas, especialmente os
petistas, para difamar adversários. Ela patrulha revistas, jornais,
blogs e sites, fazendo correntes na internet contra os seus desafetos,
que participariam de uma grande "conspiração da direita".
Apedeuta
- O termo é dicionarizado: "Que ou quem não tem instrução, ignorante".
Neste livro e no blog, "O Apedeuta", com artigo, designa o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva quando ele faz apologia da ignorância ou fala
alguma batatada teórica.
Babalorixá de Banânia - É outro dos
epítetos de Lula, empregado quando ele assume certa vocação mística ou
missionária. No candomblé, o babalorixá é um chefe espiritual. O termo
"Banânia", uma referência ao Brasil, é inspirado no país Kakânia,
criação de Musil no romance Um homem sem qualidades.
Complexo
PUCUSP - Define uma parte dos professores e estudantes da área de
humanidades da Pontifícia Universidade Católica e da Universidade de
São Paulo. Consideram-se marxistas. Conseguiram a façanha de
transformar seus "oprimidos" em "opressores", já que eles sempre têm
razão. De forma mais genérica, designa as esquerdas universitárias de
todo o país.
Esquerdiota - É um misto de esquerdista com bobo da
corte. Sua característica mais saliente é ignorar os princípios básicos
das idéias que abraça. Acredita, por exemplo, que foi uma política de
esquerda que levou o Brasil à condição de "Investment Grade".
...
Isentismo
- É a doença infantil da "isenção", uma qualidade que todo jornalista
deve ter. Como o "isentista" rejeita radicalismos, ele declara não ver
diferenças entre George W. Bush e Bin Laden ou entre a polícia e o
narcotráfico. Se o assunto é Deus, ele acha justo que se ouça o diabo -
afinal, é o "outro lado".
Petralha - Neologismo criado da fusão
das palavras "petista" e "metralha" - dos Irmãos Metralha, sempre de
olho na caixa forte do Tio Patinhas. Um petralha defende o "roubo
social". Ele não vê mal nenhum em assaltar os cofres públicos desde que
seja para a construção do "partido".
Petralhantra - É o petralha pilantra. (...)
Petralhotário - É o petralha otário. (...)
Porta-saco
- Caracteriza certo tipo de jornalismo especializado em ser porta-voz e
puxa-saco do governo ao mesmo tempo. Um porta-saco sempre sabe o que
Lula anda comentando com o seu "círculo íntimo".
Remelentos e
mafaldinhas - Ou "Moços Sem Banho, Moças Nervosas". A expressão define
os invasores de reitoria Brasil afora. Eles ainda usam barbicha-e-boina
e fazem questão de afetar pouco asseio pessoal, ainda que isso seja
falso, o que lhes confere o aspecto de quem dormiu sem trocar de roupa.
Elas são contestadoras incansáveis, a exemplo de Mafalda, a personagem
do argentino Quino.
Tecla SAP - Com a variante de "acionar a
tecla SAP": há leitores, especialmente os "petralhas" (ver
anteriormente), que não entendem ironia ou piada. "Acionar a tecla SAP"
significa atentar para o sentido da linguagem figurada.
Tocadores
de tuba - É o colunismo engajado na defesa incondicional do governo
petista. O tocador de tuba é o propagandista menos sutil. Suas versões
mais amenas podem tocar flauta ou saxofone. Alguns dos tocadores desses
instrumentos de sopro já estão empregados na TV Pública - A Lula News.
Mas há muita gente na fila.
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