O OPERÁRIO QUE LEU CARL MARX
Por José Nunez | 21/11/2009 | LiteraturaEstatística é o que vejo pelas ruas,
Pelas praças da cidade, nos hospitais,
Nas filas de desempregados,
Nas catástrofes que a televisão amansa,
Na estupidez de sermos um povo,
Nas sutilezas de governo,
Nas bobagens que cultuamos,
Nas verdades escondidas,
Nas exclusões sociais, culturais e políticas.
Eu que não sou excluído, nem se quer pertenço
A este ou aquele grupo, sou aquele sujeito fora do lugar.
Um metalúrgico filho de evangélicos, um metido e poeta e filosofo,
Um estúpido, um desclassificado...
Sou aquele insuportável que não diz verdades ou mentiras,
Diz o que vê... e isso é imparcialismo.
E o que vejo é uma mentira contada a milênios e adequada
Ao tempo em que é narrada.
As mentiras e os pretextos de salvação e civilização que cristianismo espalhou pelo mundo, foram elaborados para roubar terras, exterminar culturas, escravizar povos nativos...
Agora esse povo “civilizado” continua a mesma mentiras com outros pretextos adaptados a esse tempo em que vivemos.
Quem é que precisa de civilização cristão, qual índio ou qual negro que necessita de cultura européia. Verdade cada qual tem a sua.
Não, não descordo das mentiras, elas devem ser contadas, mesmo porque a verdade é para poucos.
Não, não descordo com as religiões, elas devem existir, afinal são elas a grande arma do governo, são elas que mantêm o povo e o indivíduo em ordem.
A verdade é para os que contam as mentiras para um povo,
O poder é para os que contam a mentiras para um povo.
Os segredos e o conhecimento são para os que contam as mentiras e sabem que são mentiras elaboradas e adequadas ao seu tempo.
Digo apenas o que vejo e isso é tudo, e isso é estatística.
Não sou de esquerda,
Não sou ateu,
Não sou marxista,
Sou um fora do lugar, uma peça que não se encaixa,
O que sei que não sou é arma do governo.
A igreja é arma do governo,
A mulata que requebra é arma do governo,
O humor e a sátira são de armas de governantes cínicos
Capazes de fazer do veneno o seu remédio.
A tolerância é arma do governo.
Podemos trocar alguns socos,
Mas saiba que não dou tréguas para as sutilezas,
Para as mentiras bem elaboradas e para os pretextos
Que sempre escondem mentiras ou verdades absolutas.
A sutileza as mentiras e os pretextos elaborados são capazes de fazer da conservação de um povo quilombola, de um cultura africana ou indígena em a conservação de seu legado de submissão, escravidão, miséria, exclusão, desfavorecimento e inferioridade.
Em nome da conservação de um povo podemos negar lhes o seu direito de progresso.
Não me venham com sutilezas, afinal sou um Imparcialista e, portanto nem se quer sou excluído, simplesmente não pertenço a nada.
Como somos vis... A IMPARCIALIDADE é também uma espécie de sutileza, de parcialidade disfarçada que se torna perseguição para atingir objetivos.
Salomáo Alcantra
J.Nunez
O IMPARCIALISMO