O OLHAR DA PSICANÁLISE AOS TRANSTORNOS MÚLTIPLOS E COMPLEXOS E PORQUE É TÃO COMPLICADO VER ISSO!

Por Adriana Ferreira | 17/06/2016 | Psicologia

Os chamados “ transtornos de desenvolvimento múltiplo e complexo”, são descritos em indivíduos especialmente passivos e arredios em seu engajamento social, uma psicose simbiótica , são características  dada por sensibilidade  social prejudicada por falta de afeto, ansiedade, raiva e pensamentos negativos.

São exclusivistas em seus relacionamentos, tende a ser unilaterais e pegajosos nos contatos pessoais aceitando as coisas somente a sua maneira, com isso tem a regulação prejudicada dos afetos, o que leva da raiva à fúria rapidamente, pois  a ansiedade se transforma em pânico, o que deixa a pessoa completamente confusa em segundos e acaba confundindo a realidade com suas fantasias.

Infelizmente essas pessoas geralmente não são diagnosticadas, pois convivem bem em sociedade, pois o seu descontrole nem sempre é notado, pois tem estado clínico estável, conseguem trabalhar normalmente e alguns de seus atos são vistos como normais pela maioria, quando crianças são atos são confundidos com hiperatividade, na fase da adolescência  as alterações de humor são consideradas normais pela família e por muitos profissionais. No inicio da fase adulta as complexidades do transtorno pode ser mais intensa, na parte de relacionamentos emocionais pode começar uma agressividade e um descontrole muito maior, pois todos ao redor parecem ameaçar a cumplicidade do relacionamento.

Agora vamos tentar ver de uma maneira simples  o medo, a ansiedade e o pânico. Tentar descrever o medo fora de controle, quando isso acontece o pavor pode tomar conta e  dominar as emoções comprometendo as relações sociais e psicológicas! Vamos tentar  compreender em bases cientificas como o cérebro recebe e administra informações.

O cérebro é um órgão como um centro integrador e administrador de toda a informação colhida pelos sentidos( olhos, pele, audição ), o sistema nervoso esta envolvido para receber e integrar uma informação ( sendo ela verdade ou imaginação ), e imediatamente produzir uma resposta, então em um circulo vicioso, a ansiedade produz sintomas que geram medo, dai o medo de sentir medo  gera o pânico!

Agora imagine alguém com tudo que descrevi no inicio desse artigo até esse processo do organismo, processando suas imaginações e angustias, refletindo no outro sua insatisfação e frustações... Onde tudo isso vai refletir?

Geralmente é onde acontece os suicídios e os crimes passionais, os famosos crimes que geralmente chocam a população, que não entendemos e nos questionamos tanto!

Descobrimos então que todos nós  estamos sujeitos a estar de frente com alguém que em segundos pode cometer um ato tão violento e quando isso acontece com familias que conhecemos o pânico também nos toma conta!

Pensar no normal e no patológico é uma empreitada que requer amadurecimento e uma compreensão mais aprofundada, o conceito normal surge como sendo uma norma de caráter flexível, isso  pra mim é mais uma forma de que algumas pessoas simplesmente  se acostumaram com um nível de moral onde muita coisa é aceita e considerada normal, quando na verdade  nem tudo se encaixa nos padrões da normalidade!!!

Infelizmente chocados com a violência somos obrigados a  abrimos os nossos olhos e mentes, porém vivemos ainda em uma cultura em que temos medo de expor as pessoas que amamos e a nós mesmos, com isso nos calamos diante alguns fatos do qual temos duvidas e receios!

Talvez o momento agora seja de reflexão e união, vamos olhar uns aos outros, nos unir em informações e tentar uma comunicação além da nossa zona de conforto, compartilhar experiências, ter a vontade e a humildade de conseguir admitir que ninguém é perfeito, que necessitamos de um processo de aprendizagem e conhecimento desde sempre!