O NEOLIBERALISMO E AS CONSEQUÊNCIAS DA MCDONALDIZAÇÃO NO ENSINO

Por Vânia Silveira de Souza | 06/12/2022 | Educação

            É inegável que o modelo neoliberal gradativamente ressurge em nosso meio, transformando a educação em um grande comércio, no qual os alunos devem adequar-se para o mercado de trabalho, visto que a um padrão a ser seguido. Dessa forma, percebemos que esse modelo retrogrado é prejudicial à formação dos indivíduos, porque os mesmos tentam por vários modos encaixar-se nesse padrão, e quando não se encaixam são excluídos. Em consequência disso faz com que os sujeitos não acreditem em si próprios, cabe enfatizar que a educação com qualidade é primordial para que o indivíduo ao em vez de adequar-se ao mercado de trabalho, sejam críticos e reflexivos. 

            Sendo assim, podemos perceber que conforme o modelo neoliberal a todo o momento é visado à mínima participação do estado na economia de um país e a máxima importância do mercado para haver um desenvolvimento e crescimento em sua economia. Logo a educação se modifica, e desse modo tem como finalidade a mcdonaldização do ensino que serve de metáfora a rede do Mc Donald.s, já que os mesmos possuem, de acordo com os conservadores um eficiente modelo organizacional/comercial.

           No ponto de vista neoliberal a educação deve ser ofertada de maneira rápida e básica, visando rigorosamente às normas, controles, eficiência e produção, semelhantemente a uma fábrica/indústria, é preciso mencionar também que deve haver sempre uma competitividade, e cabe à gestão escolar introduzir estratégias buscando sempre a integração no mercado de trabalho.

Desse modo entende-se que:

Isto é, o que unifica os McDonalds e a utopia educacional dos homens de negócios é que, em ambos, a mercadoria oferecida deve ser produzida de forma rápida e de acordo com certas e rigorosas normas de controle da eficiência e da produtividade. O modelo McDonald's tem demonstrado, graças à universalização do hambúrguer, uma enorme capacidade para ter sucesso no mercado da alimentação "rápida" (se é que o termo “alimentação” pode ser aplicado nesse caso). GENTILLI, p.10,

          No entanto, no ponto de vista neoliberal a escola se difere a esse sistema já que suas funções educativas não são bem-sucedidas, e com isso surge o argumento de que as instituições educacionais devem melhorar seus aspectos e funções sendo consequentemente mais competente, possuindo assim uma boa mão de obra para o mercado de trabalho.

         Nessa razão há uma urgência em gerar competição entre as escolas para ver qual delas preparam melhor o indivíduo para o mercado de trabalho, seguindo a logica das empresas e conduzem assim o cotidiano da escola de forma semelhante as que ocorrem nos fast food, ou seja, quem produz mais e melhor ganha mais. Nesse modelo conservador, a escola tem um papel de “formar” para que atuem no mercado de trabalho, esvaziando o real sentido da educação que é a transformação da sociedade não permitindo que os indivíduos desenvolvam seu lado crítico, uma vez que ele só irá trabalhar para se manter economicamente e pagar impostos.

         As consequências de formar o aluno com base em um ensino mcdonadizado, são visivelmente prejudiciais para o mesmo, o foco se torna tão grande para tornar o estudante em uma pessoa competitiva. Dessa forma, a escola não se recorda que o seu papel principal é o de formar cidadãos críticos, reflexivos, que construa seu conhecimento, e quando o jovem termina o ensino médio, descobre que o mercado quer pessoas qualificadas e que as suas “competências” não são exatamente o que este mercado procura. Em consequência disso o indivíduo pode adquirir bastante conhecimento com cursos, alguns empregos, porém não sabe lidar com problemas reais do cotidiano. E é isso que vem acontecendo atualmente quando adultos não se sentem preparado para lidar com os problemas cotidianos, pois não lhe foi ensinado essas habilidades.

       A mcdonaldização do ensino nos mostra o quanto as instituições escolares tendem a se integrar como um mercado institucional, definindo estratégias competitivas para os alunos atuarem no mercado de trabalho, é necessário que se transmita conhecimento e algumas habilidades especificas para os mesmos, pois o mercado se torna cada vez mais seletivo e competitivo. Esse governo neoliberal visa apenas métodos, ferramentas em que o professor é apenas o condutor do conhecimento, por isso não é necessário ser crítico, questionar o que já está imposto socialmente ele já detém todo o conhecimento sendo o indivíduo que está “aprendendo” apenas receptor, pois não precisará pensar quando estiver no mercado de trabalho apenas obedecer.

      E por essa razão percebemos o quão problemático é esse sistema, em virtude que a educação não é levada a sério, os neoliberalistas usam diversos meios estabelecendo ideologias que alienem a população fazendo-os acreditar que o governo neoliberal é capaz de reestruturar um país o tirando da crise, por meio da economia, no entanto a população não se dá conta de que esse sistema só prejudica um bem estar para o povo, visto que o mesmo é totalmente excludente e elitizado, deixando nós pobres, trabalhadores, a mercê desse sistema, que agride diariamente a educação de uma nação, e finda as chances e direitos do povo.

Andréia Paula de Oliveira, Arlete Moreira, Daiane Cristina da Silva, Lucicleide Maria e Vânia Souza, docentes  da rede municipal de ensino de Rondonópolis.