O Natal de Todo Mundo

Por NATALINO GREGÓRIO DOS SANTOS | 20/07/2015 | Religião

O Natal de Todo Mundo
por: N. Gregório

O povo que andava nas trevas viu uma grande luz,
uma luz raiou para os que habitavam uma terra
sombria como a da morte. Isaías 9:2


Era uma noite escura, tenebrosa
Conta-se a história que nesta noite, algo aconteceu
O profeta anunciava por sua boca, o oráculo do céu.


Com manjedoura, Com pastores
Numa estrebaria
Com singeleza, na simplicidade, entre dores
com Maria, serva judia
Com José, que carpinteiro é
Nasceu o Salvador... em Belém, Jesus de Nazaré.


Ele veio, não como um lampejo de luz
Não como um conquistador inacessível, mas simplesmente como Jesus
Seus primeiros gritos não foram a nobreza que ouviram primeiro
Mas uma simples camponesa e um humilde carpinteiro
As primeiras mãos que o tocaram não foram as mais finas e delicadas
Mas as mais calosas, sujas e mal cuidadas.


Nenhuma seda. Nenhum luxo. Nenhuma festa
Palavras simples, vida simples, é o que se atesta
Nenhum rumor, nenhum alarido, nada sofisticado
Na simplicidade, olhos altivos se confundem no pecado.


Não fossem os pastores, não haveria recepção
Em sua lei, os doutores fizeram esta opção
Receberam-no contentes, mas com pureza ausente
Não fosse por um grupo de magos, não haveria presente.


O anjo espantado olhava
enquanto Maria as suas fraldas trocava
O universo estava a observar
enquanto o Todo Poderoso aprendia a andar.


era um dia belo, radiante...
Jesus de Nazaré! O mundo se viu em festa, alegria...
Sem luta, sem peleja, esconderam-se as trevas, a noite fria
A luz estava entre os homens. A vida passou a ter sentido
Deus se aproximara, a libertação chegara numa criança, num choro, num gemido.


Mas, algum tempo depois algo aconteceu
Calou-se em Belém o sino pequenino
Por todos os lados espalhou-se a noticia
Esqueceu-se a razão do nascimento do Deus-menino.


Ergueu-se a harpa para Adonis
E a cruz para ele, quiseram matá-lo
Com cantoria festejava-se Júpiter
Com gritos queriam crucificá-lo


Dois mil anos se passaram, o sino permaneceu calado
Observam-no de braços abertos, na parede, crucificado
hoje, em cada casa, com os presentes ao chão
Enquanto se espera a chegada do velhinho bonachão
Ao redor do pinheiro enfeitado
Festeja-se o sol idolatrado.


Era uma vez um sino, um sino pequenino, na cidade de Belém
Que anunciava a chegada do Deus menino, para o nosso bem.