O mundo virtual e seus impactos no mundo real

Por Alessandro Anilton Maia Nonato | 03/11/2011 | Tecnologia

            A sociedade ao longo dos tempos sofreu um processo gradual de transformações  que conduziram o homem do primitivo ao  tecnológico, do nômade ao social e enfim das cavernas às viagens espaciais.

            Toda essa evolução, não seria possível sem o constante aperfeiçoamento da genialidade humana,  no que se refere ao domínio das  mais diversas tecnologias presentes em cada época, como exemplo, e ao nosso ver o mais importante passo da humanidade, o domínio do fogo. Ação essa que, certamente, foi um divisor d'águas para a existência e desenvolvimento da raça humana em nosso planeta.

            Toda essa escalada percorreu um caminho marcado por inúmeras transformações:  a  extração de alimentos vegetais, a aglomeração de pessoas em grupos sociais em locais geográficos permanentes e a necessidade de provisão de estoques alimentares  foram determinantes para primeira   revolução: a Agrícola.

            Mais uma revolução se aproximava com o homem, novamente, ao dominar as técnicas existentes, identificava a necessidade de aumentar a produção artesanal e manual e empregando mecanismos rudimentares organizou produção de seus bens em etapas. Que se davam desde a obtenção da matéria-prima ao produto final. Temos então a segunda revolução: a Industrial, momento que marca, sobremaneira, a evolução tecnológica e econômica da sociedade.

            Paralelo a todas  essas mudanças tecnológicas, identificam-se também as mudanças sociais, as quais permitiram que o homem se transformasse em um ser sociável, com  hábitos de convivência, com papéis definidos em suas relações comportamentais, identificando os ritos religiosos, bem como  as relações laborais, a presença dos instrumentos legais e por fim a cultura (artes, a linguagem, os costumes, as leis, as religiões, as concepções filosóficas e ideológicas) que identifica cada nicho social.

            A partir dessas revoluções tecnológicas e comportamentais, o homem saiu de meio empírico e buscou o campo tecno-científico, empregando cada vez mais as máquinas e aperfeiçoando ainda mais as técnicas, e literalmente, o ser humano passou a dominar seu espaço, a natureza.

            O homem então passa a ser um ser tecnológico e suas relações que outrora eram baseadas na exploração da  natureza, em razão da evolução da tecnologia, passam a ser estruturadas no  domínio de técnicas que lhe permitiu utiliza-las para seus fins, e ainda com a preocupação com a sustentabilidade e a continuidade do planeta.

            Iniciava-se, portanto,  a terceira   revolução: a da Informação, que baseada na Tecnologia da Informação redefiniu e reorganizou toda a sociedade, modificando os valores de riquezas e redefinindo os conceitos de relacionamentos sociais, formas de trabalho, soberania e fronteiras.

            Hoje, não nos damos conta de quão dependente somos da tecnologia e nem ao menos paramos para pensar como tudo isso começou, talvez seja porque elas foram de tal necessidade que as pessoas foram se adaptando sem muitas dificuldades:  da televisão ao microondas, do carburador à injeção eletrônica,  do jornal em papel para os e-mails informativos e para corroborar com esta viagem citamos Jean-Paul Jacob que ilustra de maneira bastante inteligente a dependência do homem pela tecnologia:  "Os três produtos que mais penetraram em nossa vida nos últimos cinco anos foram previstos por ninguém: celular, laptop e CD. Por que ninguém conseguir prever? Porque foram subestimadas as necessidades das pessoas por informação, educação e entretenimento".

              Assim,  tecnologia vem favorecendo a qualidade e buscando facilitar a vida das pessoas, porém, nem tudo é satisfatório como no caso dos jogos eletrônicos. Eles aumentam os reflexos das pessoas, mas por outro lado as viciam, gerando até mesmo problemas de ordem médica e graves consequencias comportamentais, como previsto por Michael L. Dertouzos  em seu livro 'O que será?' (1998):  "Conforme a evolução da largura de banda, da capacidade dos computadores é da interfaces, eles serão certamente aperfeiçoados, permitindo ações mais rápidas, realistas e complexos, incorporando o uso de células, fala, windou walls e quem sabe até de terceira dimensão e trajes virtuais. Embora esse tipo de jogo agitado, direcionado para a ação, seja a primeira coisa na qual as pessoas pensam quando se trata de jogos de computador, eles ocuparão provavelmente uma posição minoritária, pois surgirão muitos outros tipos para explorar as amplas possibilidades do compartilhamento e das maquinas.

Todos os jogos serão variantes do software para trabalho em grupo. Nós as veremos como atividades sociais, com nome e objetivos diferentes. [...] Como vimos, o mercado da informação se destina a modificar e ampliar a busca do prazer, de muitas outras maneiras diferentes. Varias parecerão naturais, e se encaixarão tranqüilamente nas vidas das pessoas. Outras suscitarão sérias questões morais e levarão ao debate sobre os contatos entre as pessoas."

           

            Assim, a tecnologia interfere em toda a sociedade e a globalização com o enorme e avassalador fluxo de informação alterou as relações de trabalho. Tais quebras de paradigmas  fazem com que as velhas regras sejam mudadas, porque facilitam o acesso a informação eliminando os intermediários que eram especialista em determinada área. Hoje é muito mais eficaz e eficiente  encontrar os consumidores do que no passado. 

            As pessoas interagem e se comunicam redes sociais ou grupos virtuais, desafiando o que conhecíamos sobre os grupos dentro das organizações. As redes sociais tem os mesmos objetivos que os grupos sociais do passado. A diferença está em sua forma e sua dinâmica. Os grupos tradicionais eram primordialmente baseados nos conhecimentos locais e os grupos virtuais não necessitam dividir o mesmo espaço físico para colocar um projeto em andamento, e empregam cada vez mais as inovações da tecnologia da informação. 

            O que está acontecendo é uma revolução e aqueles que  hoje estiverem com idades entre  4 a 20 anos criaram uma nova forma de trabalhar, estudar, jogar, comunicar e comprar, ou seja, edificarão uma nova sociedade, mas que infelizmente, com essa criação, as diferenças entre as que tem acesso à tecnologia e as que não a têm será ainda maior. Como a revolução tecnológica transformará as empresas, governos, todo o planeta? Não se pode antever, pode-se sim , dizer que nada “será como era antigamente”.            

            O homem vem buscando a cada dia conforto, comodidade e eficiência em tudo o que faz e de tudo que o envolve. A tecnologia oferece ao homem mais conforto, eficiência e agilidade, o que hoje em dia é essencial, não só no trabalho mas também na sua casa, onde cada vez mais a tecnologia vem investindo e ganhando espaço.   A adaptação às mudanças é quase que natural. Sem ao menos perceberem as pessoas estão criando hábitos e dependência com as novas tecnologias. 

            As pessoas não sabem mais cozinhar sem o auxílio de um  forno de microondas ou não saem de casa sem antes verificar sua caixa de mensagens  e as vezes nem saem de casa, pois poderá fazer suas compras, consultas, saber das notícias do dia e até mesmo conversar com alguém  pela internet, sem os perigos que estão presentes no mundo real.           

            Elas hoje, podem fazer tudo isso pelo mundo virtual, mundo este que oferece para a pessoa comum mais conforto, agilidade e satisfação de suas necessidades básicas, mas também está repleto de perigos e perigos estes desconhecidos, como os vírus, os cybercrimes, os hackers, enfim a internet ainda é um oceano a ser desvendado. Entretanto as pessoas estão ficando cada vez mais adeptas a essa nova tecnologia e muitas estão ficando cada vez mais dependentes. 

            Por todo o exposto, denota-se que milhões de pessoas fazem da internet o seu mundo, tornando-a  tão relevante em sua vida, ao ponto de relegar sua vida real a um segundo plano, e passam a viver em um mundo virtual, devemos sim utilizar as Tecnologias que nos são apresentadas, mas sem que nos esqueçamos da essência que norteia a vida humana.