O mundo dos lobos e das galinhas.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 05/10/2013 | Poesias

O Mundo dos lobos e das galinhas.

Homo sapiens.

Até chegar ao homo sapiens.

Ele sofreu vários mecanismos.

De evolução.

Tanto do mundo biológico.

Como químico.

Superou centenas de etapas de elos.

Finalmente para ser o homo sapiens.

Em todas as etapas inferiores.

 O seu cérebro.

Teve desenvolvimento diferenciado.

 Mas quando.

O homo transforma em bípede.

 Ao andar de forma ereta.

Isso possibilitou ao surgimento.

Da linguagem.

Como também das cordas vocais.

Esse fenômeno é tipicamente.

Do homo sapiens bípede.

 Ao lado desses três fatos.

Biologicamente históricos.

Surgiu um quarto acontecimento.

 O cérebro cresceu muito.

 E superou área inferior do córtex.

 Possibilitando um cérebro.

Neuronicamente com duas divisões.

A inferior ao mundo do córtex.

Determina-se pela vida do instinto humano.

Tudo que relaciona ao instinto.

Funciona por um mecanismo sem racionalidade.

É a mais absoluta defesa da espécie.

 Comer é intinto.

Sexo  é instinto.

Bem estar é instinto.

A luta pela defesa da sobrevivência.

É  instinto.

Com desenvolvimento do cérebro.

A parte superior do córtex.

 Criou se por meio da linguagem.

Outro modo do homem ser.

Que não seja apenas a relação.

Com o mundo do instinto animal.

 Essa outra dimensão do cérebro.

 A  parte racional.

É a parte perigosa do referido.

 Porque é parte enganosa.

Mentirosa.

Ela instrumentalizou o instinto sofisticadamente.

Até quando ela parece ser boa.

O objetivo é dissimular-se.

 Racionalmente.

As duas partes se relacionam.

O mundo do instinto e o mundo racional.

 Esse mecanismo funciona em todos os homens.

Do mesmo modo.

 Com um único objetivo.

Fazer o outro homem ser sua presa.

Ficar sobre seu domínio.

Ser de certo modo o seu escravo.

Mais drasticamente a sua pastagem.

Modernamente o homem.

  Tenta  fazer do outro o seu servo.

Como era na sociedade Feudal.

Usando como instrumento o Estado.

Como se a instituição fosse o mecanismo.

Civilizatório.

 Esse é o objetivo mais sofisticado  do engano.

O engano é tão mais perfeito.

Porque não existe nenhuma outra forma.

Possível para civilização a não ser a instituição.

 Do Estado.

A grande questão que Estado é um mecanismo.

Controlado por grupos.

Não se refere.

Nem mesmo classes sociais.

Categorias do marxismo.

 Ou ideologia do neoliberalismo.

Como se o Estado não fosse controlado.

Pela grande burguesia produtiva.

Então o Estado é a máquina de fazer.

 O homem ser o lobo do próprio homem.

O Estado tem como objetivo.

Ser o próprio lobo.

E colocar a galinha a sua disposição.

Isso não significa que Estado seja algo ruim.

Não é essa a reflexão.

Não tem como o Estado ser algo pejorativo.

Em sua natureza.

Simplesmente por ser uma representação.

Metafísica.

O que é o Estado a não ser uma imaginação.

Que na prática é construída por grupos perigosos.

Às vezes contra a nação.

E particularmente contra a população.

Mas escrever isso da forma que estou dizendo.

Também não significa nada.

Porque todos os homens são iguais.

A essência do homem é a mesma.

Todos tem o objetivo de serem  lobos.

Mas para serem lobos politicamente.

Tem que transformar o seu oponente em galinha.

 Esse é a  grande finalidade.

Transformar toda a nação em galinha.

Acreditar em políticos é uma ilusão.

Quem consegue articular dentro do Estado.

Tem na natureza da essência da sua consciência.

Exatamente seu objetivo realizado.

A explicação é simples.

E vem do mundo evolutivo do homem.

Isso antes do mesmo evoluir em bípede.

O cérebro do mesmo não era divido pelo córtex.

Existia exatamente a parte inferior do cérebro.

Apenas o instinto.

Então o homem antes de ser sapiens.

Ou seja, o homem antes da humanidade.

Ele comportava exatamente.

 Como qualquer bicho.

 Tudo o que ele praticava visava.

Tão somente atender o mundo do instinto.

O instinto mais primitivo possível.

O lobo que vivia o mundo do instinto.

 Ele precisa realizar as condições básicas.

Para existir.

Comer a galinha.

Ou qualquer outra forma de caça.

Alimentado ele procurava uma árvore sombrosa.

Para descansar.

O descanso é o grande lazer do lobo.

 Com efeito, o lazer é um prazer do instinto.

 Quando um dos primatas passa a ser.

 O homo sapiens.

Desenvolvendo a linguagem.

Aumentando o cérebro.

Criando a divisão entre o córtex.

Surge uma luta interminável.

 Entre  o mundo do instinto.

E o mundo racional.

Essa luta passa por diversos momentos históricos.

Tipos específicos de sociedades.

Até chegar a contemporaneidade.

 O Estado foi à forma mais sofisticada do homem.

Para o mesmo conseguir o seu único objetivo.

Ser o lobo do próprio homem.

A explicação é simples.

De fácil acepção do saber.

 O lobo animal tem a galinha para comer.

O tigre a ovelha.

Assim por diante.

Têm as árvores na floresta.

Para praticar o seu prazer.

O homem não.

 Precisa ter o apartamento.

 O automóvel.

Viajar de avião.

Comer em restaurante.

 Ter hospitais.

Celular sofisticado.

 O prazer do homem é artificializado.

Racionalizado.

Ele não aceita realizar sua felicidade deitado.

Debaixo de uma árvore.

Como fazia antes de ser sapiens.

Então racionalmente todo homem.

 Tem como objetivo.

Ser o lobo do outro.

Ele precisa de uma cama dentro de um quarto.

Para descansar.

O homem não tem outra perspectiva.

A não ser lobo.

 Então, o mundo.

A sociedade política divide.

Entre aqueles que são lobos.

 E os que são  galinhas.

 O que acontece na prática.

O homem só pode ser lobo organizado.

Na sociedade política.

Quando não existe a sociedade política.

Todos são lobos.

E lobos se autodestroem.

Inviabiliza a própria sociedade dos lobos.

A criação do Estado.

 Possibilita alguns homens serem lobos.

Os demais serão galinhas.

Acontece que natureza humana não é boa.

Como de nenhum bicho.

Porque a natureza da vida é natureza da morte.

Uns tem que serem mortos.

Para que outros possam sobreviver.

 Do mundo virológico ao mundo sapiens.

Para natureza enquanto tal.

A ela não interessa essa luta.

Os vencedores serão os assassinos.

Não tem como vencer sem matar.

 Isso significa que não tem como o homem.

Ser rico.

Sem produzir a pobreza.

Na prática não existe só a pobreza ou a riqueza.

O mundo é antagônico.

Em referência a esse aspecto entre outros.

O homem para ser feliz.

Do ponto de vista do desenvolvimento.

 Do cérebro.

Acima do córtex superior.

A felicidade tornou uma ideologia ilimitada.

Ter os melhores carros do mundo.

Belos apartamentos.

Tudo que é melhor no mundo.

 Em todos os aspectos.

A felicidade se fundamenta em poder ter.  Insaciavelmente.

Acontece que a felicidade é uma ideologia.

 Do  instinto instrumentalizado.

 Pelo mecanismo da razão do córtex superior.

A única forma possível de ter.

 É organizar politicamente.

 E conseguir fazer do Estado.

A instituição que lhe possibilita ganhar dinheiro.

Mas para ser rico.

É necessário que parte da sociedade seja pobre.

 Quem  está no Estado não tem.

 Como  objetivo.

Mudar a vida de quem não está no Estado.

 O objetivo do político.

É ser um lobo protegido pela instituição.

Colocar os demais homens.

Em um grande galinheiro.

 Esperar mudança por parte dos políticos.

É uma ilusão.

 E esperar mudança por parte dos galinheiros.

 É outra fantasia.

A explicação é simples.

Todo homem que está no seu estado de galinha.

Sua grande utopia é chegar ao seu estado de lobo.

Sendo essa a essência humana.

 Como acreditar que uma galinha no poder.

Não será um lobo.

É praticamente impossível uma galinha no poder.

Não ser exatamente um lobo.

 Isso por que o lobo precisa das galinhas.

 E as galinhas também são lobos em relação.

A outros bichinhos.  

A essência de qualquer bicho é devorar o outro.

Isso faz parte da lógica da cadeia alimentar.

Se não matar o outro.

Não consegue sobreviver.

 O homem nunca é bom

 Pela  sua própria natureza.

Quando pratica algum bem.

Ele está visando exatamente seus interesses.

Se fizer caridade ajudar um pobre.

Sendo espírita a motivação e não voltar.

A um estagio inferior de vida na reencarnação.

Do mesmo modo.

Um cristão.

Ir para o céu e livrar do inferno.

 O homem só age por interesse.

O que te oferece a mão.

Quer exatamente te dominar.

Por meio de ideologias.

Ninguém  deseja ser político para livrar.

 O  estado de galinha dos seus semelhantes.

Estão, essa compreensão do homem.

Parece ser simplista.

Mas não tem como ser diferente.

O que compete ao homem entender.

Que não pode deixar o Estado.

 Nas  mãos dos lobos.

Mas que também não adianta trocar.

  Lobos por galinhas no poder político.

Porque as  galinhas transformarão em lobos.

O homem deveria entender que o grande ideal.

De vida para ele mesmo.

Não é ser lobo.

Muito menos galinha.

 Ser talvez uma forma de bicho.

Ainda não existente.

Mas o grande problema.

Quase sem solução.

Vem do mundo do instinto do homem.

O cérebro instrumentalizou o mesmo.

Por meio de uma consciência sofismável.

Criou se o um ideal impossível.

A ideologia que  todos devem serem lobos.

Esse é o grande ideal da humanidade.

 Preso  ao  mundo do instinto.

Na evolução mais primária do cérebro.

O que é objetivamente impossível.

Edjar Dias de Vasconcelos.