O MUNDO DOS DESEJOS

Por Vasco Santo Cruz | 25/01/2011 | Filosofia

O budismo considera este mundo como o reino comandado pelos sentimentos de desejo. E diz que em toda a nossa vida, somos confrontados pelos desejos externos, trazendo questionamentos sérios quanto às nossas convicções internas de ética e caráter. Se tirarmos um tempo para análise deste axioma que o budismo nos traz, podemos verificar que é a mais pura verdade. Em nosso dia a dia, em convivência social nos deparamos com inúmeras encruzilhadas que nos trazem o questionamento: quero isso ou não quero isso? Ou melhor, desejo isso para mim, ou não desejo isso? E uma outra pergunta quase sempre aparece: devo refrear este meu desejo ou isso é permitido, de acordo com as leia que regem nossa sociedade? A briga por melhores cargos, por uma posição de respeito, por mais dinheiro do que realmente necessitamos toma todos os nossos pensamentos, e isso apenas nos traz mais e mais sofrimentos, pois é muito difícil, para não dizer impossível conseguirmos dominar e controlar todos os fatores externos que nos rodeam. E a sociedade atual cobra o homem de maneira esmagadora, jogando fora aqueles que não se enquadrarem no biótipo perfeito, no salário perfeito, na imagem perfeita. E a grande maioria dos homens passam a acreditar neste teatro, achando que basta estar com o relógio da moda, com uma corrente de prata no pescoço, com a mulher mais Linda ao seu lado e será feliz, e terá todos os seus desejos realizados. Portanto, vamos refletir sobre este tema para não sermos presas fáceis do reino dos desejos. Temos a obrigação como seres humanos racionais de tentar adequar nossos desejos pessoais com o bem estar do restante da população mundial, que já dá mostra de saturação, tanto por causa da sua quantidade, quanto pela qualidade espiritual dos homens que hoje habitam a Terra. O diálogo interreligioso tem papel fundamental como base para o início de uma discussão mais aprofundada a respeito deste tema, que se negligenciarmos hoje, nossos filhos colherão este fruto no amanhã, que não está tão distante assim. As Jóias de Pratados homens são os seus filhos. Pensem nisso.