O mundo de hoje
Por luciene teodoro das chagas passos | 28/10/2015 | CrônicasO mundo de hoje
O mundo de hoje anda de perna para o ar, e realmente, isso não é força de expressão o mundo está virado, mas chega de admiração, ou melhor, de espanto vou contar o motivo desta afirmação.
Sai de casa por estes dias, peguei um coletivo e durante o trajeto ele ficou super lotado, de repente entrou um senhor de idade, ou seja, um idoso e de pronto ânimo levantei e gentilmente ofereci o assento, dizendo:
___ Por favor, sente-se aqui meu senhor.
Parece que naquele momento o vento, o ar, as pessoas, o mundo etc., pararam e aquele senhor respondeu o meu gesto desta forma:
___ Senta-se você, pois eu não vou sentar eu não sou um inválido como você.
Confesso que diante daquela resposta, o assoalho do ônibus deixou de existir e não encontrei outra forma de acabar com aquele clima a não ser puxar a cordinha e descer oito pontos antes do meu destino.
Ah! Tudo bem, isso não foi nada o pior aconteceu quando eu estava grávida de uns sete meses e entrei em um coletivo lotado e não houve um cidadão se quer para oferecer um assento para mim. Porém, eu estava muito frágil naquele dia e aproximei-me de um rapaz que estava sentado em um daqueles assentos reservados a idosos, gestantes, deficientes e pessoas com criança no colo, então eu disse:
__ Moço por gentileza você pode deixar eu me assentar aí? Pois, eu estou gestante e não me sinto bem.
O rapaz olhou para mim com um olhar tão frio que parecia estar vindo do pólo-norte e respondeu assim:
__ Fui lá eu que botei um filho em tu? Pois, eu não sou obrigado a lhe dar o banco não. Só vou levantar porque eu quero, viu e não pelo seu estado.
Ali naquele coletivo todos pararam olharam para mim, uma senhora indignada xingou o nordestino e acabaram por iniciar uma grande discussão. Ah! Vocês querem saber o que eu estava fazendo neste instante? Adivinha? Acabava de sentar em um assento que parecia ter espinho, caco de vidro, brasa, espetos e outras coisas torturantes que nem lembro no momento para citar. Enfim depois daquelas palavras, o assento que ele havia concedido para mim, parecia mais uma cadeira de tortura.
Quando a condução chegou ao ponto final eu já estava pior do que quando eu entrei e acabei voltando com o mesmo ônibus para casa, Depois disso, eu não tinha mais ânimo para comprar o enxoval do meu bebê.