O Multiverso de Emanuel Hilgenberg

Por Marcelo Hilgenberg | 15/09/2015 | Arte

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1) Fale da sua formação musical?

Cresci em Visconde de Maua´, no sul do RJ e me mudei para São Paulo há 3 anos. Me interessei pela música quando assisti a gravação do cd "Bach" do meu pai, Marcelo Hilgenbergcom os músicos que gravaram comigo, e fiquei fascinado. Comecei tocando e ouvindo rock aos 15 anos, e logo me interessei por guitarristas como Greg Howe, Satriani, Steve Vai,

mais na linha instrumental. Meu pai me ensinou sobre harmonia e improvisação e aos 16 comecei no Instituto Musical Rogério Valente em Volta Redonda, com o própio Rogério.Aos 18, me mudei para São Paulo e iniciei o curso de Bacharelado em instrumento(Guitarra) na FAAM e aulas com o Mozart Mello e Michel Leme no IGeT. Foi quando comecei 

a me dedicar ao Jazz,e a ouvir mais Jazz, músicas brasileiras como Clube da Esquina, Toninho Horta, Milton, que tiveram grande influência nesse trabalho. Tive também algumas aulas com o Fernando Corrêa. Atualmente continuo cursando a FAAM,tenho aulas particulares com Michel Leme e toco entre outros projetos, em duo com meu pai com Hilgenberg Jazz,tendo me apresentado em diversas casas noturnas e festivais como o Penedo Winter Jazz Festival.

2) Como foi juntar esses grandes músicos para a gravação do álbum?

O Dudu Lima (contrabaixo) e o Fabiano de Castro (piano) são amigos do meu pai há muito tempo. O Leandro Scio (bateria) e Ricardo Itaborahy (teclado) já tinham participado junto com o Dudu do cd "Bach" que citei acima.Tive contato com o Vinícius Dorin através do Fabiano, com quem o Dorin havia já gravado.Todos toparam na hora.Foi uma grande honra poder gravar ao lado dessas pessoas maravilhosas, exemplos como músicos e como pessoas. Quando eu era mais novo fui ao show do Stanley Jordan como Dudu Lima, e ter gravado com ele, e com os outros, foi uma experiência incrível. 

3) Todas as composições são arranjos seus.Como você pensa a música?

A ideia é conciliar os arranjos com os ritmos, os andamentos e a formação. Tento deixar os temas bem livres, sem muitas convenções, com improvisos que dêem tempo de se criar uma estória. E também acho legal umas surpresas como dobrar o andamento, música alternando entre binário e ternário, uns vamps modais, solos de bateria, sempre dando toda abertura para os músicos, pois essa é a intenção: que cada músico mostre a sua personalidade a favor da música.

4) Sua guitarra soa bem natura neste trabalho.Que equipamentos usou nesta seção? 

Eu gravei com uma Epiphone 335 dos anos 90, cordas lisas 0.12, ligada direto em um pré amp Avalon Vt 737. Depois foi colocado um reverb de leve. O álbum foi gravado em sua maior parte no Nave Studio em Juiz de Fora (MG) por Ricardo Rezende (Kiko) e o piano e o sax no Estúdio Guidon em São Paulo,onde moram o Vinícius e o Fabiano.

5) O título do álbum tem um contexto metafísico. A música transcende o universo? 

A teoria do Multiverso sugere que além do nosso universo, existam outros universos com características distintas e para mim a música é isso: a cada vez que é tocada ela toma uma forma diferente, uma intro diferente, uma interação no meio, um final alternativo, como em um standart.Daí esse paralelo com o Multiverso, onde você tem a forma e com ela, pode se obter todas variações possíveis. 

6) O que Emanuel Hilgenberg gosta de ouvir?

Comecei ouvindo rock e me identifiquei com o instrumental de Vai, Satriani... Depois comecei a gostar de tocar e ouvir Jazz, entrei no mundo de Miles Davis,Coltrane, Herbie Hancock, Wayne Shorter, Freddie Hubbard. Tenho o hábito de escolher um cara e ouvir tudo dele, todas as suas fases. Além disso ouço bastante Toninho Horta, Milton Nascimento e uns rocks de vez em quando.