O movimento dos modelos de gestão em relação aos modelos de produção

Por Cassio Heleno de Paula | 27/01/2016 | Adm

Um breve contexto histórico

Na idade antiga período entre 4.000 a.C até 476 da era Cristã, a agricultura passou a tomar um maior espaço antes destinado a pesca e a caça do homem primitivo. Todos os estes detentores de terras que regiam esta agricultura, detinham de alguma forma o poder e soldados e para que se garantissem com este poder era necessário uma relação íntima com Deus ou os deuses dos povos, a crença era a ferramenta fundamental para manter este poder sempre ativo.

Por volta de 1800-1600 a.C o metal passou ser uma referência de valor, o movimento entre os povos condicionou mudanças e desenvolvimentos para época como o comércio marítimo pelos Fenícios, criação de impostos pelos Persas, na Grécia antiga começaram a formação de cidades. Já no império egípicio o “excedente” foi o fator primordial na separação das pequenas lideranças e formação de riquezas.

Em Roma antiga 753 a.C a 509 a.C era dividida pelos Patrícios classe dominante e os plebeus pequenos comerciantes e artesãos. Na república Romana se cria e alicerça o Senado onde o poder executivo foi ocupado pelos Patrícios, neste período 509 a.C a 27 a.C já inicia as lutas de classes Patrícios e Plebeus, nesta república a base da produção era a escravidão até mesmo pelas diversas guerras ocorridas naquela época onde os sobreviventes se tornavam escravos de guerra, o número de escravos ultrapassava o número de homens livres. O Imperador romano Otávio Augusto 27 a.C a 14 reorganizou a sociedade romana com distribuição de pão, trigo e de divertimentos públicos, onde se conhece até hoje a famosa política do pão e circo.

No período da Idade média 476 a 1453, origem do feudalismo estrutura econômica social baseada na posse de terra pelo predomínio da vida rural, a sociedade era dividida em dois grupos os senhores e os servos. O regime de servidão era a obrigação de viver na terra com imposições de impostos e serviços. Neste período também foi marcado pelos suseranos e vassalos uma relação de nobres que doavam as terras e os outros que cuidavam delas respectivamente (relação cooperativista). Nesta época não existiam moedas com exceção de algumas moedas locais onde a relação comercial existia sob a forma de escambo a troca de mercadorias. A hierarquia desta época era chamada de Sociedade estamental dividida basicamente em quatro estamentos (Rei, Nobreza, Clero e servos) mudanças culturais do Teocentrismo para o Antropocentrismo, fim da sociedade estamental para sociedade de classes. No fim da idade média século XI atividade baseada no comércio e na vida em cidades pouco a pouco ganhavam impulso.

Fim das invasões germânicas século XI e XV, condições mais estáveis de vida consequentemente aumento da população e aumento do consumo e a necessidade de implementar ainda mais a atividade agrícola. A ampliação de áreas produtivas e técnicas agrícolas gerou um excelente de produção que começou a ser comercializado, contribuindo para transformar as sociedades rurais europeias. No antigo caminho das cruzadas, século XI se formavam as pequenas rotas comerciais sendo cada vez mais importantes e lucrativas, a vida urbana começou a nascer próximo a rios e fortificações além de catedrais e igrejas. Fixar-se nos burgos (pequenas cidades) representava para os comerciantes um sinal de segurança, nascia o termo burguesia (artesãos, mercadores e banqueiros) à medida que as cidades cresciam e as relações feudais se transformavam nascia um novo sistema econômico o capitalismo. Nesta época a figura soberana era do Rei (absolutimo monárquico) acontecendo a criação dos estados nacionais apresentando fronteiras e limites, a partir daí crise feudal e medieval teriam sido solucionadas, a unificação dos poderes do Rei e da burguesia favoreceram a formação das monarquias ou Estados Nacionais extinguindo o poder dos senhores feudais. O capitalismo primitivo – lucro, monopólio comercial, protecionismo alfandegário e metalismo começavam a sentir a necessidade e introduziram a moeda como valor de troca. Em paralelo a isso vários movimentos chamados de Movimento comunal começaram a acontecer referente as comunas cidades livres libertadas das mãos dos senhores feudais.

Na idade moderna o Absolutismo era a forma de governo estabelecida, onde suas leis e doutrinas provinham da predestinação divina, o Rei como eleito de Deus. Este período século XVIII foi marcado por avanços tecnológicos e grandes navegações, marcado pelo espírito investigativo dos cientistas e filósofos iluministas, além da invenção de muitas máquinas e a criação de muitas idéias científicas.

Ao decorre deste século ocorreu a Revolução Francesa 1789 a união entre os burgueses e camponeses e massas urbanas que vivam na miséria, destruição da Bastilha marco da exploração popular.

No século XVIII iniciando pela Inglaterra aconteceu a Revolução Industrial as máquinas foram inventadas com o propósito de poupar o tempo do trabalho humano, com advento destas máquinas a produção se tornou maior e os lucros também. Neste período quando mais crescia o comércio mais crescia a concorrência logo se fez necessário mercadorias com preços mais baixos, logo a burguesia começou a aperfeiçoar suas máquinas e investir mais em indústrias. Os camponeses saiam dos campos para trabalhar nas indústrias, nasceu aí o proletariado, onde pôs fim também aos artesãos. Graças a marinha inglesa os produtos começaram a chegar em todas partes do planeta, no século XIX a Revolução Industrial chegou até a França, nesta primeira metade do século chegou também à Alemanha, Rússia e Itália. Nos EUA só chegou na segunda metade do século XIX, a partir das últimas décadas do século que o Estado se ligou à burguesia, onde o governo emprestava dinheiro aos empresários que quisessem ampliar seus negócios.

A Revolução Industrial trouxe riqueza aos burgueses e os trabalhadores viviam na miséria. As jornadas de trabalho variavam de 14 a 16 horas para as mulheres e de 12 horas para as crianças.

O ludismo foi uma das primeiras revoltas dos trabalhadores onde eles entravam nas fábricas e quebravam as máquinas reivindicando melhores salários e condições de trabalho, além do ludismo nasceu também os sindicatos e as greves.

A Revolução Industrial mudou a vida da humanidade.

A vida nas cidades era mais importante que a vida no campo, a aglomeração de pessoas em condição precária e sem higiene, além do constante medo da perda do emprego.

Por outro lado, a Revolução Industrial trouxe o desenvolvimento de grandes tecnologias e ciências , como barcos a vapor e lomocotivas.

 

 Continua com: Uso da ciência no desenvolvimento da  economia

 

Fontes:

OLIVEIRA, Robson. A História das Revoluções - Dez maiores revoluções do mundo e os grandes pensadores. Discovery Publicações, São Paulo, p. 57-58. 2013.

Crouzet, M.. História Geral das Civilizações - O Oriente e a Grécia Antiga. As civilizações Imperiais. São Paulo: Difel, 1993. Vol 1. Cap.1: As formas políticas

Cardoso, Ciro Flamarion. Agricultura, Escravidão e Capitalismo. Rio de Janeiro: Vozes, 1979. Pg. 16-35.

Cardoso, Ciro Flamarion. Trabalho Compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

COLLINGWOOD, R. G. A idéia de História. Lisboa : Presença, 1981.