O motivo pelos quais os jovens ingressam no mundo do crime

Por ogna jessica menezes rodrigues | 07/02/2012 | Psicologia

O crime é hoje uma das principais preocupações da sociedade. Em termos jurídicos crime é toda conduta típica antijurídica ou ilícita praticada por um ser humano. Em sentido mais popular, crime é um ato que viola uma norma moral.

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Como conceito analítico, o crime pode ser dividido em duas vertentes: a clássica, e a finalística. A primeira é regida de culpalidade e a segunda teoria diz que a culpalidade não faz parte de um conceito de crime, ou seja, a culpa só influenciará no veredicto final. Segundo DURKHEIM: (1996) “quem vai dizer se aquele ato é crime é a sociedade”.

No desenvolvimento da adolescência, é comum o jovem apresentar episódios que envolvam mentiras e agressividade. Por isso que nem todo adolescente agressivo é criminoso, mas todo criminoso é agressivo. De acordo com ABRAMOVAY: (1999) “o sujeito agressivo tem atitudes agressivas para se defender”. Pois aquele indivíduo que sem motivo algum agir de forma agressiva para com seu próximo ele por si pode ser considerado criminoso.

Para analisarmos os diversos fatores que levam milhares, e milhares de jovens a praticar atos delituosos, precisaremos traça o perfil do jovem do século xxl.

     A adolescência é uma etapa do ser humano marcada por diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. 

A adolescência é uma fase de metamorfose. Época de grandes descobertas, e rupturas. E por isso mesmo uma fase da vida que envolve risco, medos, instabilidade. Muitas vezes os adolescentes buscam soluções mágicas para resolver seus problemas. (BESSA. 2004, p. 420) 

A adolescência é tida como uma fase de extrema fragilidade psíquica. E por isso se houve alguma falha nesse processo pode trazer conseqüências trágicas não só para o indivíduo, mas para a sociedade.

Para a criança crescer com saúde e se tornar um adolescente saudável é preciso bem mais que uma educação formal. Mas isso não só é papel da escola, mas da sociedade em geral. Conforme TEIXEIRA: (1994, p. 29) “a negligência e a privação familiar são fatores responsáveis pelo cometimento de delitos.”

Muitas vezes, nos indagamos porque o adolescente de hoje é diferente do adolescente de quinze anos atrás.

 Para entendermos melhor a problemática é preciso fazer uma viagem de volta ao tempo, onde traçaremos também o perfil da família.

Em primeiro lugar o pai de família era provedor e a mãe era quem cuidava do lar e da educação dos filhos. Os pais eram responsáveis em passar os valores morais e éticos. Na sociedade contemporânea em que vivemos os pais são obrigados a trabalharem desesperadamente para manter um padrão de vida deixando seus filhos para trás. As crianças crescem criadas pela baba eletrônica (televisão) ou por pessoas estranhas, que acabam lhe passando valores que não são os valores dos pais. Formando assim um exército de adolescente com o futuro promíscuo.

Certamente, quando a criança entra na escola, ainda é, em todo o sentido, apenas um produto dos pais; é dotada, sem dúvida, de uma consciência do “eu” em estado embrionário, mas de maneira alguma é capaz de afirmar sua personalidade, seja como for. É certo que somos tentados a considerar, mormente as crianças esquisitas ou cabeçudas, as indóceis ou as difíceis de educar, como se fossem especialmente dotadas de individualidade ou vontade própria. Mas é puro engano. Em tais casos deveríamos sempre examinar o ambiente doméstico e o relacionamento dos pais, e, nestes, quase sem exceção, haveríamos de encontrar as únicas e verdadeiras razões que explicassem as necessidades dos filhos. O modo de ser perturbador dessas crianças é muito menos expressão do interior delas mesmas do que reflexo das influências perturbadoras de seus pais. (JUNG, 1981, p.58)

A família foi a primeira instituição criada na fase da terra. Ela exerce um papel de grande importância da vida do homem. Mas como uma família vulnerável poder formar cidadãos do bem? Acreditamos que este seja um dos principais fatores dos jovens entrarem no mundo da criminalidade, pois a maioria dos jovens possui família, mas esta ausente, ela não tem suporte moral, financeiro e muito menos psicológico para formar cidadãos. Porém, não só a estrutura familiar pode ser apontada como fator derteminante no cometimento de ato infracional, mas a estrutura social.

Já sabemos que são inúmeros fatores que podem levar um adolescente a entra no mundo da criminalidade. Mas porque o índice de crime praticado por jovens tem aumentado?

Impedidos de trabalhar, pois o sistema produtivo não oferece a chance do primeiro emprego e isso se agrava com a precariedade da formação educacional, desencantados da impossibilidade de inserção formal, os jovens se entregam a um ócio improdutivo e voluptuoso, no qual a presença de substâncias psicoativas é freqüente é em seguida se iniciam em praticas transgressoras como a única saída para obtenção de recursos quando as oportunidades de trabalho são bloqueadas o crime se torna alternativas concretas às vezes as únicas possíveis (ESPINHEIRA 1999, P.40)

Os fatores que levam um adolescente a cometer um crime são muitas vezes complexos e variados. São os chamados fatores intrínsecos - biológicos, genéticos, psicológicos e emocionais e os fatores extrínsecos - família, os amigos, é desigualdade social

A CF/88 (constituição federal de 1988) dispõe em seu art. 3° inciso l: “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir a desigualdades sociais e regionais.” Erradicar a pobreza e não os pobres.

A problemática da desigualdade social não se restringir só ao Brasil, e um câncer que estar piorando há séculos quanto mais se falar do problema, mas as autoridades fecham os olhos. A situação de carência absoluta de condições básicas de sobrevivência tende a embrutecer os adolescentes, assim a pobreza seria geradora de personalidades derruptivas. Além de serem pobres se sentem maltratados apontados pela sociedade como diferentes, e inferiores. Assim acabam encontrando na criminalidade a válvula de escape para tanto preconceito. Por essa razão se sentem na obrigação de castigar a sociedade que não lhe da oportunidade. Segundo ELIOT: (1939) “infelizmente há momentos em que a violência é a única maneira assegurar a justiça social.”

Ninguém nasce violento, embora a agressividade faça parte da natureza           humana. Assim, a violência pode ser desaprendida. Para isso faz-se necessário a promoção de um programa de prevenção envolvendo ações  governamentais e civis conjuntas, para que as pessoas possam “criar um clima harmônico em seus relacionamentos e o fortalecimento dos sentimentos de compaixão e de solidariedade para o estabelecimento da Cultura da paz”. (MALDONATO 1998, p.116)

A adolescência por se caracterizar uma fase de vulnerabilidade do ser humano, o uso de entorpecentes nessa idade pode acarretar vários problemas não só físicos, mas psicológicos e sociais, e é um dos fatores que influenciam a criminalidade entre jovens.

Esses adolescentes se comportam como acham que devem, até porque na rua não há limites para eles, fazendo com que se relacionem com pessoas usuárias, e chegam a pensar que tudo é mais fácil.

Tantas desigualdades, tantas diferenças e egoísmo, em meio a essas frustrações esses jovens encontram refúgios nas drogas que causam leves viagens alucinadoras.

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