O Momento é de Crise ou de Oportunidades?

Por Sonia Jordão | 11/12/2008 | Adm

Por Sonia Jordão

É bíblico. Muito antes de Cristo já se falava em sete anos de fartura e sete anos de fome. Também está escrito que todas as coisas têm seu tempo, que existe tempo para se adquirir e outro para se perder. Um ditado popular diz que depois da tempestade sempre vem a bonança. Portanto, não é novidade que vivemos constantemente fases boas e outras ruins; que crises são uma constante em nossas vidas, sempre existirão. Na China, crise é sinônimo de oportunidade.

É sabido que para conseguirmos obter resultados diferentes precisamos mudar nossas atitudes. E como agir em momentos ruins? Primeiramente, precisamos entender que na vida sempre há altos e baixos, pois isso nos dará força para passar pelos maus momentos. Teremos, também, o conforto de saber que isso passa e provavelmente chegaremos mais facilmente aos bons momentos. É claro que aí não poderemos nos esquecer que a fase boa também passará e, assim, economizaremos para as fases ruins.

Agora, como transformar crises em oportunidades? Precisamos identificar o que não conseguíamos fazer em tempos de vacas gordas e aproveitar os tempos de vacas magras para realizar. Por exemplo, se não conseguimos tirar férias quando temos muito serviço, poderemos aproveitar para descansar e nos preparar para épocas com muitas atividades. É também um ótimo momento para darmos atenção especial aos nossos clientes, afinal, no core-corre do dia-a-dia, muitas vezes não damos um atendimento da forma que é preciso. Não podemos nos esquecer, também, que é uma excelente época para planejarmos nossas atividades e, claro, cuidarmos dos treinamentos e principalmente da saúde. São atividades importantes e que costumam ser deixadas de lado por falta de tempo. Enfim, é aproveitarmos os tempos de calmaria para nos prepararmos para os momentos de sufoco.

Vejo muitos empresários aproveitando a desculpa de que tem uma crise para demitir parte de seus profissionais. É mais fácil justificar a demissão. O que precisamos saber é que, nessas horas, os bons profissionais, aqueles que são as estrelas, que carregam a empresa, não são demitidos. Geralmente, sai primeiro aquele profissional que não faz tanta diferença. Portanto, se você foi um dos demitidos procure analisar onde errou. Agora, se você ficou saiba que provavelmente terá mais serviço a fazer. Em momentos de crises é preciso aumentar a produtividade a qualquer custo, já que só sobrevivem as empresas que forem mais rápidas em suas decisões e mais produtivas. É preciso ouvir nossa intuição e ter agilidade. Nessas situações, é preciso manter a cautela, mas não podemos ter medo de realizar ações ousadas. Vamos acreditar que é possível atingir as metas, desde que se arregacem as mangas.

Pesquisas mostram que os profissionais brasileiros são criativos e os que mais vestem a camisa da empresa onde trabalham, principalmente, em momentos críticos. Sabemos que em tudo na vida sempre existirão pontos positivos e negativos. Aquelas pessoas que só sabem reclamar e justificar serão sempre perdedoras, enquanto outras irão comemorar. Aí é o momento de cortar os supérfluos, ter calma, equilíbrio e cabeça fria para evitar entrar em pânico. Também é preciso rever os processos e as estratégias e ainda redimensionar os investimentos para manter a rentabilidade do negócio.

É tempo de fazer avaliações profissionais, pessoais e dos negócios. Sabemos que nem todos os segmentos de mercado serão afetados pela crise e aqueles que forem afetados também serão em intensidades diferentes. Então, se você tiver um diferencial poderá nem sentir o problema. Enquanto uns focam os problemas, outros buscam as soluções. E, se a vida te der um limão, faça dele uma limonada.

Não importa se somos uma pessoa ou uma empresa, sempre é possível aproveitar os momentos ruins e aprender com eles. Se você perseguir a excelência, certamente irá sobreviver. Tire a letra s da crise e crie.

Sonia Jordão é especialista em liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora. Autora do livro “A Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”, e do livro de bolso “E agora, Venceslau? Como deixar de ser um livro explosivo”.

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