O modelo de produção capitalista contra os princípios ambientais

Por Juliana Ferreira Lima | 14/02/2017 | Geografia

O modo de produção capitalista contra os princípios ambientais

Não é de hoje que as práticas sociais em prol da conscientização ecológica, juntamente aos moldes sustentáveis entram em colisão com o modelo econômico vigente. Sabemos que tal política usurpa a atenção coletiva, que por sua vez recusa-se a enxergar os problemas gerados pelos frutos das condições alienadoras permanentes. Por conseguinte, vivemos um caos ecológico, resultante das atividades humanas sobre o espaço geográfico. Apesar da intensa batalha travada a favor do bem estar ambiental e equilíbrio natural, a globalização das tecnologias, instalação de transnacionais, aliada a intensa exploração dos recursos naturais dentre outros, agravam consideravelmente a qualidade de vida, sobretudo na contemporaneidade com o surgimento de fatores adversos como: Perda da cobertura vegetal devido à prática constante de desmatamento, degradação do solo, contaminação dos mananciais, rios e demais corpos d água, poluição do ar com elevadas emissões de gases poluentes na atmosfera, extinção de espécies animais e vegetais que consequentemente proporcionam a diminuição da biodiversidade.

Desta forma torna-se insustentável a manutenção equilibrada do meio ambiente. Conter as forças transformadoras da presente ordem global, conciliando a relação ecológica e econômica, é uma meta bastante ousada. Pois gerir o desenvolvimento esquematizando-o segundo os princípios da sustentabilidade contraria a soberania capitalista. Inviabiliza a execução da planificação ambiental. Enquanto discutem-se as consequências maléficas dessa desordem, a degradação toma proporções assustadoras. Em meio à ineficiência dos projetos de recuperação, as ações predatórias continuam a dominar mentes, a produzir contradições, causar desastres, que vem se intensificando através das inúmeras modificações sofridas dentro e fora do espaço físico.

                Em contrapartida as conferencias mundiais trouxeram consigo a esperança de um futuro ambientalmente saudável, significando uma união decisiva na perspectiva de estacionar os contra movimentos, condicionantes da intolerância gerada pela poluição a nível mundial, emissão descontrolada de gases estufa, comprometimento da qualidade de vida das populações etc. No entanto entrar em consenso quando há o risco da perda de benefícios economicamente importantes às nações envolvidas parece inaceitável. Atitudes egoístas de estados ambiciosos e governantes individualistas só demonstram que os valores éticos foram perdidos, dando lugar aos interesses particulares, caracterizados pela tendência ditada nos dias atuais.

A organização das metas ambientalistas perdura por várias décadas despertando o interesse de estudiosos das mais diversas áreas, preocupados em desvendar a problemática criada em torno atividades produzidas pelo homem sobre o meio. Entretanto, somente as discussões entre os atores responsáveis, adoção de políticas ecológicas, criação de leis a favor da sustentabilidade, paradoxalmente, até hoje, os resultados desse processo enfrentam profundas carências. Principalmente no que diz respeito à atuação dos atores globais, sujeitos ativos e indispensáveis no cumprimento das metas estabelecidas ao longo dos encontros internacionais. Assumir tamanha responsabilidade de reduzir a utilização dos recursos naturais compromete a capacidade de crescimento econômico segundo a visão ambiciosa dos estados desenvolvidos, fator que embarga significativamente as ideologias propagadas a favor do equilíbrio ambiental.