O mito do modelo do desenvolvimento marroquino

Por Lahcen EL MOUTAQI | 03/09/2019 | Política

O governo marroquino, depois do último discurso do rei, dirige pela ocasião da comemoração do dia nacional, Revolução do rei e do povo, 20 de Agosto, destacando os desafios  face ao modelo do desenvolvimento caracterizado pela iniciativas reais, as medidas governamentais de austeridade financeira e ameaças sociais.  O que se deduz do contexto político e social do  atual governo marroquino nestes termos.

Apesar de tantos esforços,  de esperanças e tentativas de reforma e empreendimentos, a preocupação e o desencorajamento não se parecem ser compreendidos.

As desigualdades se agravam cada vez mais, levando a desacreditar a coesão social e ameaçando a solidariedade nacional. Todos os setores de atividade sofrem com as múltiplas disputas e confrontos.

Antes de qualquer projeto de desenvolvimento sustentável, o sincero exame de consciência deve ser entendido.

A incerteza é aparente em todas as mídias, um vez o seu eco se tornou ensurdecedor. A inquietação óbvia em matéria urbana devido a falta de higiene, e dos distúrbios em termos de mobilidade, de incômodos de todos os tipos e feiúra nas cidades e vilas.

Adicionado a isso a falta de qualidade de prestação de serviços sociais. O que  não é de interesse de ninguém, uma vez os promotores públicos ou privados, usuários ou visitantes, investidores nacionais ou internacionais aproveitam de uma economia de renta.

O fisco constitui um outro motivo de preocupação.  A extensão de todos os serviços ao conjunto das empresas e ao povo que cada vez mais necessita de meios financeiros.

A boa governança exige que todas as atividades sejam tão abrangentes e sólido que possível.

Resumidamente, há um clima de incerteza nas relações entre as pessoas. O que necessita de  esforços ainda mais, por parte de Estado, de instituições e de órgãos intermediários, da sociedade civil e de outros grupos constituídos.

É essencial ter o poder de distinguir os verdadeiros trabalhadores, produtores de riqueza material e imaterial, de aventureiros, oportunistas ou parasitas.

Para isso precisa de um certo tempo para entender o processo e para que o povo o reconheça, tais agrupamentos  trazem formações e ensinamentos indispensáveis ​​para que os tomadores de decisão sejam mais eficazes em todos os níveis.

A confiança e cordialidade formam os laços entre a administração, os funcionários eleitos, os operadores econômicos e o público,  capazes de melhorar o desempenho de uns e outros. Tal confiança pode fortalecer a solidariedade e apagar as desigualdades, resultando no sentimento duradouro de estar unido ao  apego do bem comum, e da dedicação ao serviço da nação.

Uma vez que a união estreita entre todos os depositários do poder público, governo e parlamento, devem compreender o seguintes sectores:

1 / O governo, como setor de atividade, tem que fazer a execução das tarefas e a ação sem burocracia nem obstruções, tendo em vista a competência e a transparência. O uso das novas tecnologias de informação  só pode facilitar as missões dos diferentes departamentos, em termos do respeito das leis, dos regulamentos e  dos procedimentos públicos.

2 / Os mandatários da nação são encarregados por salvaguardar seus interesses, cuidar de garantir a melhor gestão das finanças públicas, com o uso mais eficaz dos recursos nacionais.

Para isso minguem deve se esquivar de seus controlos legais,  aproveitando os pontos de vistas, os conselhos  positivos para redobrar esforços e atender às prementes necessidades humanas, materiais e financeiras indispensáveis para o desenvolvimento. Para isso, a confiança é necessária para enfrentar os desafios presentes e futuros.

3 / A agricultura garante a segurança alimentar do país. Os trabalhos agrícolas devem atender às necessidades nutricionais em quantidades e qualidades, através da organização de serviços veterinários e do combate à fraude pela polícia. Para isso deve ter em conta a importância do patrimônio florestal e hidráulico, capaz de preservar o meio ambiente e atender à necessidade de água potável.

4 / Os equipamentos do trabalho público devem ser  para atender a todas as necessidades do tecido produtivo, bem como a acessibilidade através de obras de logística, de mobilidade e infraestrutura para facilitar o desenvolvimento social e econômico.

5 / As finanças devem ser gerenciadas com transparência e bem emprego, tanto em relação aos impostos, às taxas e aos impostos diretos e indiretos, moderadamente aplicáveis ​​aos consumidores e aos operadores econômicos.

As despesas dos equipamentos, operações ou recursos humanos devem também atender as condições de eficiência e transparência. Permanecendo vigilante para evitar as improvisações arruinadas ou trabalho desperdiçado, mal planejado e mal executado.

6 / a justiça deve ser praticada e moderna, com técnicas e através de tribunais simplificados, operacionais e recursos humanos qualificados e integrados.

7 / a educação exige o empenho de toda a sociedade, com professores bem formados, bem supervisionados e conscientes da missão. Todos os programas e cursos exigem o domínio das idiomas, veículos de ideias e base sólida de qualquer trabalho de progresso e desenvolvimento. Constituindo uma base de aprendizagem  para todos sem distinção de gênero, de condições socioeconômicas ou regionais.

O prosseguimento  desta tarefa, envolvendo a formação que se completa de acordo com as aptidões e aspirações do povo. Sendo objetivo  preparar  as gerações a ser autônoma, responsável ​​e cidadão.

7 / A saúde, como setor primordial, é considerado  como  um direito, capaz de fortalecer a capacidade das pessoas e assegurar a autonomia e os setores do desenvolvimento socioeconômico.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor Universitário- Rabat, Marrocos