O MITO DA MARGINALIDADE: O CASO DOS MORADORES EM SITUAÇÃO DE RUA NA CIDADE DE BELÉM-PA

Por Carlos Allan Madureira Cruz | 23/09/2017 | Geografia

Carlos Allan Madureira Cruz¹

Antônio Cleison de Souza Costa²

Roberto Vitor Oliveira Rodrigues³

Resumo:

Objetiva-se com este trabalho analisar o mito da marginalidade que foi atribuído aos moradores em situação de rua na cidade Belém-PA, a desconstrução deste mito é fundamental para se pensar em políticas de segurança pública que abarquem medidas de prevenção e controle a violência principalmente nas praças públicas, onde ocorre a maior concentração desta população, utilizou-se como metodologia o levantamento bibliográfico, com forte ênfase a abordagem qualitativa, por meio de visitas e entrevistas aos delegados nas delegacias em diversos bairros da cidade, entrevista com a servidora responsável pelo Centro Pop, órgão da prefeitura do município responsável por cuidar no sentido social desta população. O estudo está sustentado no aporte teórico de Lefebvre (1991), Silva (2009), Mitschein (2016), Reis (2013) entre outros. No que tange aos resultados da pesquisa, constatou-se que grande parte das ocorrências policiais nas praças de Belém, tem como autoria principal pessoas de baixa renda, que estão em vulnerabilidade social e situação de risco.

Palavras-chave: Moradores, Rua, Mito, Marginalidade

Introdução:

O presente trabalho tem como tese central analisar a construção do mito da marginalidade que o senso comum atribuiu aos moradores em situação de rua na cidade Belém, em particular nas praças públicas. Embora a grande maioria desta população já tenha um histórico de atividades ilícitas, principalmente quando as mesmas iniciaram sua moradia nas ruas Mitschein (2016), após este primeiro momento, grande parte desses sujeitos não dão continuidade as práticas criminosas. No senso comum a maioria das ocorrências policiais nas praças públicas, são computadas a este grupo estudado neste trabalho, o que se observa é que pela parte do dia o grupo social estudado no Brasil, transita pelas áreas centrais das cidades em busca de alimento segundo Reis (2013).

Metodologia:

As bases metodológicas para a pesquisa foram em grande medida o levantamento bibliográfico, e visitas programadas no Centro de Referência Especializado para População de Rua (Centro Pop), e entrevistas com delegados em delegacias da região metropolitana de Belém, para saber o número de ocorrências envolvendo moradores em situação de rua, uma vez que as estatísticas da Secretária de Segurança Pública (SEGUP-PA), utiliza o fator renda e gênero como os principais parâmetros de registro das ocorrências policiais.

Analise dos dados:

Os dados da SEGUP-PA, mostram que a maioria de atos ilícitos na capital paraense, são cometidos por pessoas que estão em vulnerabilidade social, situação de risco e baixa renda, e em Belém segundo (Mitschein, 2016, p. 40) “ Se quase 60 % se envolveram em atos violentos e 55 %, 2 já foram presos ou apreendidos, isto está primordialmente ligado ao campo da veiculação das substâncias químicas’’.

Considerações finais:

Como resultados preliminares verificou-se que nas visitas nas delegacias grande parte das ocorrências policiais nas praças estão ligadas a pessoas que já tiveram passagem pelo sistema prisional, mas que não são moradoras em situação de, desconstruindo o mito da marginalidade que o senso comum construiu.

Referências bibliográficas:

MITSCHEIN, Thomas A. A população em situação de rua em Belém e Ananindeua (Pará) / ... et al. – Belém: IEMCI/UFPA, 2014. 86p