O MILAGRE DO AZEITE DA VIÚVA

O MILAGRE DO AZEITE DA VIÚVA                    

TEXTO: 2º REIS 4.1-7

4.1 E uma dentre as mulheres dos filhos dos profetas clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor. Agora acaba de chegar o credor para levar-me os meus dois filhos para serem escravos (servos).   

2  E Eliseu lhe disse: Que te hei de eu fazer? Declara-me o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.   

3  Então, disse ele: Vai, pede para ti, vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos.   

4  Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos; e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio.   

5  Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos, e eles lhe traziam os vasos, e ela os enchia.   

6  E sucedeu que, cheios que foram os vasos, disse a seu filho: Traze-me ainda um vaso. Porém ele lhe disse: Não há mais vaso nenhum. Então o azeite parou.   

7  Então, veio ela e o fez saber ao homem de Deus. E disse ele: Vai, vende o azeite e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto. 

1.    MORTE:

Se existe alguma coisa em nossa vida que dificilmente sabemos lidar e tememos - é a morte. Muitas pessoas, inclusive cristãos, quando perdem uma pessoa próxima (pais, esposa e filhos); são ameaçadas de morte ou contraem alguma doença grave, costumam sofrer grande abalo em sua fé. Isso não foi diferente na vida do profeta Elias.

1º Reis 19.8-10: Levantou-se, pois, e comeu, e bebeu, e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus. E, ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do Senhor veio a ele e lhe disse: Que fazes aqui, Elias? E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram seus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem.

Segundo escreveu Hernandes Dias Lopes (Prosperando no Deserto/2001): “A morte é a mais democrática experiência da vida humana. Ela não faz acepção de pessoas. Chega para grandes e pequenos, ricos e pobres, velhos e crianças, religiosos e ateus. É o sinal de igualdade na equação da vida”

No entanto, nós Cristãos, temos que ter plena convicção de que quando estamos firmes na presença do Senhor e procuramos cumprir com o que ordena a Sua Palavra (O Evangelho), caso venhamos a morrer (por doença ou de qualquer outra forma), estamos “cessando a nossa vida, apenas aqui na terra, ou seja, no plano físico”, mas, na verdade, estaremos dormindo com Cristo, para sermos ressuscitados desse sono, no dia da sua Gloriosa Vinda para buscar a sua Igreja.

Um dos primeiros mártires a morrer pela causa de Cristo foi Estevão. Naquele momento terrível para muitos, foi de grande esplendor para ele, pois conseguiu vislumbrar sua morada Celestial e o Filho do Homem a esperá-lo: Atos 7.56: “[...]: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus”.

Temos que adotar a mesma conduta desses homens de Deus, como escreveu o apóstolo Paulo, estando registrado na Carta aos Filipenses 1.20c, 21: “[...], Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim, o viver é Cristo, e o morrer é ganho”.

2.   TEMOR

Se há uma coisa em que as pessoas deste século estão se esquecendo, pode-se dizer sem medo de errarmos – é o temor que devemos ter em relação ao Senhor e a sua Palavra. O primeiro argumento usado pela viúva diante do profeta Eliseu foi de que seu marido, além de ser servo era temente ao Senhor.  A palavra do Senhor nos ensina e adverte, quando registra no livro de Mateus:

Mateus 10.28: E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.

Por isso, devemos reverenciar ao Senhor Jesus Cristo e o Deus Pai, pois Ele detém todo o Poder, a Honra e a Glória, tanto no céu quanto na terra, para todo o sempre.

3.    CREDOR/DÍVIDA

Naquele tempo, compromisso comercial ou dividas contraídas pelo marido, em vindo a morrer, deveriam ser cumpridos ou quitadas pela esposa e/ou filhos. Por isso, na narrativa em exame, apareceu a figura do credor que veio cobrar-lhe a dívida: “[...] e veio o credor a levar-me os meus dois filhos para serem servos (escravos)”.

Quantos cristãos da atualidade estão tendo que recorrer a credores ímpios (agiotas), por não saber administrar bem o seu ganho salarial, ou seja, estão dando passos mais largos que suas pernas possam alcançar. Pior do que isso é não se contentar com o que o Senhor lhes tem concedido.

- Thomas Hardy, escreveu célebre frase ao afirmar que: “A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que possuímos”.

A viúva havia se esquecido de que possuía o maior tesouro da sua vida dentro de casa – O AZEITE, mas disse ao profeta: “[...]: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite”.   

Muitas vezes, certos cristãos estão passando por grande aperto financeiro e outros tipos de problemas (conjugal, filhos, trabalho etc.) por não serem FIEIS em relação ao dízimo do Senhor. Estão querendo administrar a seu bel prazer, coisa que não lhe pertence. Sendo assim, acabam por agir como verdadeiros ladrões:

Malaquias 3.8-10: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, toda a nação. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que hajas mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma benção tal, que dela vos advenha a maior abastança.

Hernandes Dias Lopes (2001), escreveu sobre o assunto trabalho, ao dizer que: “Feliz é aquele que leva Deus para o seu trabalho e traz o seu trabalho para Deus”.

Quanto à dividas contraídas pelo cônjuge, em caso de morte, pode ser que a família tenha que arcar com o pagamento. Um exemplo jurídico atual, diz respeito à pensão dos filhos quando ocorre a separação dos pais. Entretanto, a maior divida que você pode contrair na praça (sociedade) é a DÍVIDA DO AMOR AO PRÓXIMO.

JESUS CRISTO, em seu sacrifício vicário[1] quitou nossa dívida de PECADOS com a sua morte no madeiro, redimindo os pecados da humanidade, colocando-a novamente apta para herdar a VIDA ETERNA.

4.    VIUVEZ:

Não é novidade de que toda viúva sofre discriminação social, principalmente se for pobre. Por parte das esposas, sempre há preocupação em caso de morte do marido, pois caso não tenha um bom emprego e uma boa previdência privada, ela e os filhos sofrerão muito. No Antigo Testamento, o nosso Deus já se preocupava com esta classe de pessoas, tanto que o profeta Isaias e outros mais, escreveram sobre o assunto:

Isaías 1.17: Aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos dos órfãos e defendam a causa da viúva.

Zacarias 7.9,10: [...]: Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia, cada um a seu irmão; e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem ao estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, o mal contra o seu irmão.

No Novo Testamento, o Filho Amado – Jesus Cristo, deu continuidade aos ensinamentos do Deus Pai, conforme registrado no livro de Tiago.

Tiago 1.27: A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações (e necessidades) e a guardar-se da corrupção do mundo.

5.   SERVIDÃO = TRABALHAR PARA A OBRA DE DEUS

Toda pessoa que tem um encontro com Jesus e se declara ser seu seguidor (discípulo), deve entender que passa a ser servo Dele, ou seja, deve procurar seguir os seus mandamentos e fazer alguma coisa para o crescimento do Cristianismo. O livro de 1º Samuel registra uma narrativa acerca desta servidão que deve estar presente na vida de todo cristão.

1º Samuel 2.10,11: Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor e chorou abundantemente. E votou um voto, dizendo: Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre sua cabeça não passará navalha.

Com a atitude de estar buscando a Deus continuamente no templo e de madrugada em sua casa, mesmo tendo sido confundida pelo profeta Eli, como estando embriagada (1º Samuel 2.13,19),  Ana teve seu pedido atendido por Deus.   

1º Samuel 2.20: E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu e teve um filho, e chamou o seu nome Samuel (em hebraico significa “Ouvir de Deus ou Nome de Deus), porque dizia ela, tenho pedido ao Senhor.

Como também, ela cumpriu com o pacto feito com Ele, pois Samuel foi consagrado ao Senhor, com o voto de Nazireu: se um homem ou uma mulher fizer um voto especial de separação para o Senhor como nazireu, deverá cumprir com esse voto, da seguinte maneira:

1 – Abster-se totalmente de bebidas fortes e de todo produto da vinha (bebidas alcoólicas);

2 – Não raspar a cabeça, mas deixar crescer livremente os cabelos;

3 – Não se aproximar de qualquer cadáver, inclusive de sua própria família;

Geralmente esse voto era feito por um período determinado de tempo (Números 6.1-8), mas no caso de Sansão foi feito por toda a sua vida (Juízes 13.1-24).

6.    OBEDIÊNCIA

A viúva demonstrou ser uma serva fiel e obediente ao Senhor, por adotar duas condutas principais: 1ª. Num momento de grande aflição e dor, ela foi se consultar com um homem de Deus (Profeta Elí). 2ª. Demonstrou confiar em Deus e em pessoas ungidas por Ele, pela forma como obedeceu a tudo que foi dito pelo profeta para que ela o fizesse.

2º Reis 4.2-4: Que te hei de eu fazer? Declara-me que é o que tem em casa [...]. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Então disse ele: Vai pede para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos. [...]. Então, entra e fecha a porte sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio.

Será que nos momentos de turbulências em nossas vidas, temos adotado a mesma conduta desta mulher? Ou será que estamos procurando pessoas erradas e lugares inadequados, para despejar nossas lamúrias e reclamações?

7.    TESTEMUNHO CRISTÃO

Fato a ser destacado nesta passagem, diz respeito ao testemunho de como deve ser a conduta dum servo do Senhor perante seus vizinhos (colegas de trabalho, escolas etc.). Caso contrário, ela não teria facilidade de conseguir muitas vasilhas para despejar o azeite.

2º Reis 4.3: [...]: Vai pede para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos.

Será que o ímpio, ao olhar para mim (nós) reconhece que sou (mos) Cristão? Será que estou representando bem a Cristo na sociedade? Nas eleições terrenas, nós escolhemos pessoas para nos representarem na Presidência da República, no Senado, nas Câmaras (Federal e Estadual) e no município. Caso não adotemos critérios nas escolhas de cada uma delas, iremos reclamar de suas tomadas de decisões. Na Eleição Celestial, o Deus-Pai, o Deus-Flho e o Deus-Espírito Santo, escolheu Você (e Eu) para Representá-lo aqui na Terra. Será que Eles estão totalmente satisfeitos com nossa representatividade? Estamos tomando decisões que Eles tomariam? 

8.    AZEITE

Registra a história de que o azeite era cultivado e usado há mais de 6 mil anos, principalmente pelos povos da região da Mesopotâmia[2], entre suas varias utilidades, destaca-se como um protetor do frio e para o enfrentamento das batalhas, ocasiões em que as pessoas se untavam dele. Há registros bíblicos, sobre sua importância comercial, principalmente nas cidades de Tiro, que o exportavam para o Egito e outras grandes cidades.

1º Reis 5.10,11: Assim deu Hirão a Salomão madeira de cedro e madeira de cipreste, conforme a toda a sua vontade. E Salomão deu a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento da sua casa, e vinte coros de azeite batido; isto dava Salomão a Hirão anualmente. 

Os gregos e os romanos descobriram várias aplicações do azeite, com suas múltiplas utilizações na culinária, como medicamento, como ungüento ou bálsamo, perfume, combustível para iluminação, lubrificante de alfaias (adorno ou móvel de igreja) e impermeabilizante de tecidos, entre outras.

8.1  SIMBOLOGIA BÍBLICA DO AZEITE

O azeite, segundo a doutrina Cristã (Escrituras Sagradas), simboliza a presença do Espírito santo (ou do próprio Deus). Na narrativa em estudo, a viúva possuía a maior riqueza existente no céu e na terra - O AZEITE – ou seja, a presença do Espírito Santo de Deus em sua casa.

Os judeus utilizavam o azeite nos seus sacrifícios e também como uma divina unção que era misturada com perfumes raros. Usava-se o azeite na Consagração dos Sacerdotes (Êxodo 29:2-23; Levítico 6:15-21), no sacrifício diário (Êxodo 29:40), na purificação dos leprosos (Levítico 14:10-18 e 21:24-28), e no complemento do voto do Nazireu (Números 6:15).

Levítico 2.1: Quando alguém apresentar ao Senhor uma oblação (objeto ou coisa que se apresenta à divindade) como oferta, a sua oblação será de flor de farinha; derramará sobre ela azeite, ajuntando também incenso. 

Pode ser observado que no livro de Gênesis, na época do dilúvio, quando a arca ainda navegava sobre as águas, Noé soltou uma pomba que retornou trazendo um ramo de oliveira. Jacó ao ter duas experiências sobrenaturais com Deus, em Betel (em hebraico = Casa de Deus), em ambas às vezes, colocou no local uma coluna de pedra sobre a qual derramou azeite.

Portanto, amados irmãos, quando estivermos passando por provações (por pior que seja), mas estivermos Lendo e Meditando na Palavra de Deus diariamente, e freqüentando os Cultos Oficiais em nossa Igreja, com certeza, passaremos por esse Deserto de forma mais branda.

Segundo registros históricos sobre a pessoa de Jorge Miller, asseguram que dificilmente pedia auxilio a alguém (ser humano), mas sempre o fazia diretamente a Deus. Certa vez, passando por muita dificuldade, tendo ido dormir vários dias sem ter o que comer no dia seguinte e dar aos seus órfãos, perguntaram-lhe: Você conseguia dormir? Ele disse: Todas às vezes. Duvidando ou querendo saber sobre o segredo de sua Fé, um amigo indagou-lhe: Ele levantou sua Bíblia toda gasta, e disse: Tenho lido este livro inteiro cem vezes. Conheço o Livro de Deus e conheço o Deus do Livro.

                          EDUARDO VERONESE DA SILVA

Presbítero da Igreja Ministério IX Marcas – Cariacica/ES

Professor de Educação Física

Bacharel em Direito

Especialista em Direito Militar

Tenente da PMES

Contato: proerdveronese@gmail.com