O Mestre Emancipador
Por Giovanni Cordeiro de Souza | 27/08/2010 | EducaçãoDesde seu retorno a Freud, Lacan vai apurando a delicada e "ambígua" relação do sujeito com o saber, situando este ao lado da psicanálise e o conhecimento ao lado da ciência, inclusive da educação.
Numa época em que a psicanálise buscava fundamentações na biologia, Lacan escolheu a lingüística para reconfigurar a teoria do inconsciente. "O inconsciente é estruturado como uma linguagem". A linguagem passou a ocupar o centro de suas preocupações e de seu trabalho clínico e teórico. Foi nesse aspecto que se deu sua maior contribuição para a educação, onde Lacan procurou elucidar a dinâmica entre o EU e as instituições sociais, onde a escola se insere.
O pai, o professor e as demais figuras de autoridade devido a certas mudanças na cultura, perderam o lugar simbólico de poder e excelência.
Dificilmente o professor procura trabalhar com novas possibilidades de gozo dos alunos. Por isso, não é de se estranhar que um dos sintomas da cultura atual seja o fracasso escolar provocado pelo desinteresse.
O psicanalista Jacques Lacan utiliza o imaginário e o simbólico para se aproximar do real. Para Lacan, o mestre é o inconsciente, não implicando para o consciente o lugar da intervenção racional decisiva. A proposta lacaniana está fundamentada no dispositivo de base do funcionamento da escola lacaniana: o cartel.
O cartel tem como objetivo principal manter viva a causa analítica através da execução de um trabalho que deve ter seu produto, "um produto próprio, ou seja, de cada um.