O mensageiro

Por Teixeira Pinto Bartolomeu | 14/03/2010 | Contos

O mensageiro

Valdez vivia constantemente em busca de conhecimentos esotérico, como ele chamava. Na verdade não eram conhecimentos exotéricos, eram conhecimentos espirituais. Ele já tinha estudado o budismo, o lamaísmo do Lobsang Rampa, e outras tantas filosofias que tentam explicar a existência do homem e as causas da fraqueza e sofrimento humano. Tinha adquirido um profundo conhecimento de se mesmo e, tentava com este entendimento, satisfazer suas incertezas e, de certa maneira, preencher as lacunas deixadas pela não explicação de assuntos delicados como a vida depois da morte. Esta é uma das questões que mais tem causado duvidas ao homem. Outra questão é o fato de estarmos ou não sozinhos no universo, coisa que para Valdez é quase impossível, visto o extraordinário tamanho do universo. Mas, mesmo com suas limitações, pessoas o procuravam para contar os seus problemas e pedirem conselhos. Valdez morava fora da cidade, já era um homem de certa idade, tinha os cabelos brancos, talvez não pela idade, mas por uma questão genética. Morava na ponta da praia da luz, em uma cabana que outrora serviram para abrigar uma equipe de pesquisadores americanos que andavam procurando Urânio Por aquelas bandas. Sozinho, em seu pequeno paraíso à beira mar, tinha suas necessidades de existência suprida pelas pessoas que o procurava, às vezes somente para conversar, pois era sempre gratificante ouvir aquele homem simples demonstrar enorme conhecimento das diferentes fases da vida. Das coisas pequenas que se tornam grande por causa da intolerância, e da ganância do homem. Valdez era assim, tinha nascido com o dom de inspirar nas pessoas, uma sensação de confiança, de bem- está. E era extremamente educado e gentil. Um dia chegou a sua cabana, um jovem em busca de certo conhecimento, Valdez o convidou para caminhar um pouco pela beira mar enquanto conversavam, assim o fizeram. O jovem queria saber de onde e, para onde vai nossa alma, porque ele tinha aprendido com os pais que, quando morremos nossa alma fica dormindo e nada sabe,não sente nada, até o dia do juízo final. Valdez parou, e ficou a olhar a imensidão do mar a sua frente, seu olhar se perdeu na eterna ânsia da verdade de se mesmo. E de repente descobriu que não tinha aquela resposta. Todo o conhecimento que adquiriram ao longo da vida era como se não existisse, pois quando mais ele precisou para dar uma resposta aquele jovem, faltou-lhe o tal conhecimento. Quando o jovem foi embora Valdez permaneceu um pouco mais à beira do mar. Olhou ao longe, viu um homem que se aproximava caminhando a banhar os pés nas ondas que vinham morrer na areia da praia. Aquele homem chegou perto de Valdez e disse:- “Eu fui enviado para lhe trazer a resposta que tanto desejou para aquele jovem que acabou de sair, e continuou dizendo; A nossa alma é uma nanominúscula parte de um todo que de tão grande é humanamente impossível de mensurar. porem é tão simples que cabe dentro de cada um de nós. Procure no livro da vida em Lucas 16; 23 procure em Gênesis 2; 7, procure em Lucas 20; 38, este livro tem todas as respostas,para todas as duvidas,todo remédio para todas as doenças,é neste livro que todas as paralelas se tocam,se cruzam para formar um único ponto de onde parte o caminho que leva nossa lama de volta de onde saiu para viver eternamente.” O homem acabo de falar, virou-se para ir embora, Valdez ali em pé sem saber o dizer, via o homem afastando-se lentamente, teve uma ligeira reação e perguntou meio sem jeito;-Amigo, Quem escreveu este Livro? O homem parou virou-se para trás, olhou para Valdez e Disse; Jesus Cristo.

Por Bartolomeu.   02/02/2010